13.11.13

UM LIVRO NOVO: «O INIMIGO EM CASA»


 
MANUEL MATIAS E MAURO PAULINO TRATAM DE DAR VOZ
AOS SILÊNCIOS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
 Manuel Matias e Mauro Paulino assinam um livro de conteúdo pertinente na actualidade: «O Inimigo em Casa» com a missão de dar voz as silêncios da violência doméstica. O livro, editado pela Prime Books, será apresentado na próxima quarta-feira, dia 20 de Novembro, na delegação do Sul, do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses de Lisboa (ao Campo Santana, junto do Hospital de S. José), a partir das 18h30.
Rara é a semana que a imprensa escrita ou televisiva não noticia que uma mulher foi morta ou brutalmente agredida pelo seu parceiro íntimo. Rara é também a semana que os profissionais, dignos desse nome, que intervêm no âmbito da violência doméstica não se deparam com o desconhecimento e a falta de sensibilidade de outros intervenientes do processo, daqueles a quem a vítima recorreu ou tenta recorrer em busca de ajuda.
Ao conjugar o testemunho de várias vítimas, inclusive de menores, com vários contributos científicos e reflexões, este livro afigura-se um excelente contributo para que a sociedade portuguesa (leigos e profissionais) possa conversar e discutir de forma séria, um fenómeno social tão relevante para a nossa cultura. Aqui, quem sofre em silêncio encontra um género de mapa que ajuda a percorrer o caminho necessário à libertação de uma vida subjugada. Aqui, os familiares e os amigos, ou até mesmo o cidadão atento e consciente, encontram pistas importantes para auxiliarem a pessoa que veem diariamente a perder a força de viver. Aqui, os profissionais do direito, da psicologia, do serviço social, da saúde, das forças policiais, entre outros, encontram más e boas práticas com o objectivo de se refletir o que se faz e o que não se faz na prevenção e intervenção da violência doméstica.
Na Casa de Abrigo Nova Esperança, os autores Manuel Matias e Mauro Paulino, ao mesmo tempo que eram inquietados pelas histórias de vida que lhes chegavam e podiam servir de aprendizagem para tantas outras mulheres que se encontravam numa situação semelhante, eram desafiados pelas próprias utentes quando manifestavam o seu desejo de poderem escrever um livro, de poderem gritar ao mundo a dor que viveram e partilhar as armadilhas nas quais foram enleadas.
Perante isto, os autores não tinham, nem queriam ter alternativa: mobilizaram-se e começaram a trabalhar nesta publicação que tem como a sua motivação máxima dar voz às vítimas, conceder-lhes a oportunidade que tanto ambicionavam para comunicar (pôr em comum) a sua história.