25.2.06

POLOS EMPRESARIAIS EM ODIVELAS? (in:Coisasa da Pontinha 25-02-2006)

Odivelas está situado ao lado de Lisboa (a sede do nosso concelho é a mais próxima do centro de Lisboa), no seu raio de acção há as algumas das zonas de Lisboa com maior densidade populacional (Lumiar, Telheiras, Carnide e Benfica) e mais 3 grandes concelhos (Amadora, Loures, Sintra). A acrescentar a este facto constata-se que existem boas vias de comunicação (C.R.I.L., C.R.E.L., A8), transportes públicos de boa qualidade, temos acesso a 2 linhas de Metro (Pontinha e Odivelas) e que estamos a 5/10 minutos da A1, do Aeroporto e da Gare do Oriente.

Assim, Odivelas em vez de se acomodar á situação de dormitório e de se render à força económica de Lisboa, poderá ter um projecto capaz de tirar um maior proveito desta situação/localização.

Um projecto bem delineado, com uma estratégia bem definida e objectivos claros, será capaz de trazer para Odivelas um conjunto muito grande de empresas e de postos de trabalhos, com as mais valias inerentes.

A adicionar a tudo isto existe actualmente um movimento de deslocalização das grandes empresas, do Centro de Lisboa para os concelhos limítrofes, e por isso, tal como por exemplo Oeiras fez e continua a fazer, Odivelas também o poderá fazer.

Todas estas mais valias conjunturais são relevantes, mas não chegam. Falta decisão, falta estratégia, falta vontade e/ou visão, para que isto possa acontecer, é também necessário criar outras condições, tais como:

- Determinar os locais onde estes empreendimentos deverão ser feitos,
- Garantir uma preocupação com a qualidade ambiental,
- Dar incentivos ás empresas,
- Transmitir confiança aos empresários.

Um projecto como este poderá com toda a certeza criar um grande número de postos de trabalho (directos e indirectos), poderá também contribuir para dinamizar o comércio local, bem como outras pequenas empresas aqui instaladas, mas poderia ter ainda outra grande mais valia, caso fosse bem pensado e delineado; poderia financiar ou ajudar a financiar o fim de todos os Bairros de Génese Ilegal entre o Senhor Roubado e a Serra da Luz.

23.2.06

OBRIGADO AVÓ, ATÉ SEMPRE.

Já se viu uma árvore sem raízes (?), uma ponte sem apoios (?); uma casa sem alicerces (?).

Não, é impossível.

Agora que a minha avó partiu resta-me agradecer em meu nome, em nome dos seus filhos e dos outros netos a ajuda a influencia que teve em todos nós, para sermos aquilo que somos hoje.

A minha avó Maria Cristina era tudo menos uma pessoa indiferente, onde estava, onde ia, onde passava, todos reparavam nela e quase ninguém a esquecia; a sua cultura, a sua inteligência, a sua energia e a sua personalidade eram marcantes e todos nós, sobretudo os que com ela mais convivemos, muito aprendemos.

Hoje neste dia, em que sinto mais saudade do que tristeza, quero aqui recordar a última lição que me deu:

Há poucos dias, numa sala de cuidados intensivos, com os seus 90 anos, grande dificuldade em respirar e em falar, a minha avó que como sabem perdeu 2 filhos confidenciou-me:

1º - Para uma mãe os filhos nunca morrem;

2º - O Segredo de Uma Mãe é Ter Sempre os Filhos no Coração.
Parecem simples, mas estas duas frases ditas pela minha avó no alto dos seus 90 anos, fruto de uma profunda reflexão, são certamente as mesmas, que fazem com que o Imaculado Coração Maria esteja triste e que Maria esteja sempre a acudir-nos e a proteger-nos.
Para além dos seus ensinamentos muitas vezes nos ajudou, esteve sempre connosco.

Obrigado Maria Cristina

21.2.06

Incêndios.


Aqui está outro dos grandes problemas com o qual Portugal se tem vindo a confrontar, com especial evidencia nos últimos tempos. Segundo as estatísticas nos últimos 25 anos ardeu cerca de 1/3 do território nacional, sendo que nos últimos 4 temos assistido a um aumento significativo deste fenómeno, pois só no ano passado arderam em Portugal 325.000 Hectares (equivalente a 325.000 campos de futebol), o dobro da área ardida em Espanha.

Na origem deste problema estão vários factores, a deslocação das populações do campo para as cidades, a falta de limpeza das matas, a falta de ordenamento da floresta, a falta de civismo, a falta de meios para combater os incêndios etc., etc., e por ventura interesses económicos.

Embora eu desconheça a quantidade de incêndios e a dimensão da área ardida, as consequências materiais e humanas dos incêndios provocados por razões económicas, ou, “postos” premeditadamente de forma criminosa, considero inaceitável que não hajam penas mais severas para os seus responsáveis. Este fenómeno é bárbaro e constitui uma enorme violência, considero-o, sem sombra de duvida, um acto grosseiro de terrorismo.

Ao exprimir-me assim estou a pensar na quantidade de pessoas, muitas delas idosas que ficam com as suas vidas desfeitas, que perdem as casas, o gado, as hortas, todos os seus bens, os seus empregos e a sua forma de subsistência, já para não falar das vidas que por vezes também se perdem, do património nacional que vai à vida e das consequências ambientais que daí advém.

Para mim é claro, não podemos continuar a permitir que isto aconteça, o nosso país não pode continuar a arder de forma impune e seria importante que as pessoas que praticam estes crimes fossem severamente punidos.
Nos últimos tempos, por exemplo, temos assistido a um agravamento bastante acentuado das penalizações dadas aos automobilistas/condutores, com isso tem-se conseguido que cada vez haja mais gente use o cinto de segurança e que cada vez menos pessoas falem ao telemóvel enquanto conduzem; por isso, sou da opinião que se por exemplo fosse aplicada pena máxima, 25 anos de prisão, a quem é reincidente na colocação de incêndios e a quem os manda colocar, não só se estaríamos a castigar toda a cambada de incendiários que presumo que andem por aí, como também se estaria a dar um sinal importante, da convicção que tem que haver, para conseguirmos inverter esta situação.

Senhores ministros, senhores deputados, pensem nisto, actuem e alterem a lei de forma a punir convenientemente estes criminosos, os quais eu considero terroristas, inclusivamente, caso seja necessário convoquem um referendo.

18.2.06

A verdade é o alicerce da autoridade.

Fala-se hoje e cada vez se vai falar mais em falta de autoridade, que o estado, os governantes, os políticos, os professores, a policia, etc., etc., não a têm, e isso representa um grande perigo para todos nós. A falta de Autoridade, pode dar lugar à anarquia, pode colocar em causa a liberdade e a democracia, valores que tanto nos orgulhamos de ter.

Autoridade não significa mandar só porque se tem poder, autoridade pode-se ter com o poder, pode-se ter com a força, mas só se tem verdadeiramente se for conquistada pelo respeito, e esse, só se consegue através da verdade e dos bons exemplos.
A falta de credibilidade em quem exerce a autoridade, dá origem à arrogância. Quando hoje dizemos que não há autoridade, não quer isto dizer que ela não seja conseguida pelo poder ou pela força, quer dizer que ela não é respeitada, porque não vemos a verdade e os bons exemplos virem de cima.

Só para dar um exemplo, os partidos que ganharam as duas últimas eleições legislativas mentiram, ao dizer que não aumentavam os impostos, assim, quando chegaram ao governo e os subiram, de imediato perderam toda autoridade perante os eleitores.

14.2.06

Dia de S. Valentim.

A beatificação de São Valentim surge num clima de guerra. No séc. III da Era Cristã, o Imperador Cláudio II, com o objectivo de constituir um exército grande e forte, proibiu a celebração de casamentos aos jovens em idade militar, pois acreditava que os casados não se predispunham a abandonar as respectivas mulheres e família para partirem para a guerra.

Contudo, Valentim, um padre que viveu em Roma, continuou a celebrar casamentos de jovens, dado julgar tal medida injusta. Quando Cláudio tomou conhecimento de tal atitude, ordenou a prisão, tortura e decapitação deste padre a 14 de Fevereiro.
Fonte: Obssevatório do Algarve

11.2.06

MARMELADA DE ODIVELAS (IN:Coisas da Pontinha - 11/2/2006)


Ao recolher informação para escrever este texto encontrei várias elementos sobre este tema, uns com algum fundo de verdade, outros que possivelmente não passam de lendas; certo é que a qualidade do produto, a história e as histórias ou lendas contribuíram para que a Marmelada de Odivelas seja uma marca de elevadíssimo valor e uma referencia em todo o país.

O romance de D. João V com a Madre Paula, segundo alguns, contribuiu não só para a divulgação da marmelada, como também foi responsável para que seja feita a associação deste produto ao acto do prazer.

Segundo reza a história ou a lenda Paula Teresa da Silva e Almeida que mais tarde ficou conhecida simplesmente por Madre Paula, entrou para o Mosteiro de S. Dinis no inicio do sec. XVIII.

Paula era uma rapariga bonita, elegante e vistosa quando ali chegou com apenas 16 anos de idade. Não obstante, já ser naquela altura amante do Conde do Vimieiro, fez despertar enormes paixões, sendo que a mais conhecida, como é óbvio, foi a do Rei da época, D. João V.

O monarca que ficou com o cognome de Magnânimo não perdeu tempo, de imediato entendeu-se com o Conde do Vimieiro e fez de Paula a sua amante preferida.

Não obstante a grande diferença de idades (30 anos mais velho) e porque que quem corre por gosto não se cansa, D. João V passou a visitar a sua eleita quase todas as noites. Para estes encontros e porque o monarca era guloso, Madre Paula fazia-se acompanhar sempre de uns quadrados de pudim que ela própria confeccionava com grande mestria. Assim, estes serões, de desvaneio real, eram passados por ambos, também, a mordiscar estes saborosos pudins de Madre Paula.

Estes pudins eram, nada mais, do que aquela que é hoje, a famosa Marmelada de Odivelas.

Há inclusive quem admita que D. João V com a curiosidade de saber como era feita a Marmelada, chegou, resguardado no Mosteiro de olhares indiscreto, a ajudar Madre Paula a confeccioná-los.

Consta também que no Sec.XIX se realizavam no Mosteiro de S. Dinis concursos de poesia (Outeiras) onde ocorriam poetas vindos de fora. Quando algum desses poetas conseguia arrancar uma salva de palmas da exigente plateia, as freiras entravam na sala a distribuir quadrados de marmelada, como sinal de reconhecimento.

No final do sec. XIX, as freiras por dificuldades financeiras começaram a comercializar a marmelada e esta pela sua qualidade de imediato se tornou num sucesso comercial. Foram muitas as pessoas que a partir dessa altura passaram a ir ao Mosteiro de S. Dinis propositadamente para a comprar.

Passado uns tempos, segundo li, a Marmelada começou também a ser servida e vendida numa velha casa de Odivelas, a qual população começou a frequentar aos fins-de-semana, com intuito de confraternizar, enquanto comia um quadrado de marmelada acompanhado por um chá, ou, por um cálice de vinho do Porto.

Suponho que para além destas histórias muitas outras haverão, por ventura mais antigas, mas este texto não pretende ser um documento hitórico, pretende sim chamar a atenção para o enorme valor que esta marca tem, fruto não só da qualidade do produto, como também da “alma” que já tem, o que faz com que seja a mais conhecida e apreciada em todo o país.
A nós odivelenses cabe-nos valoriza-la, divulgá-la e rentabilizá-la, pois se a Bairrada tem o leitão, se a Guia tem o frango, a Beira a chanfana, Belém os pasteis, Aveiro os ovos moles e o Porto o vinho, etc, etc., nós temos a Marmelada.

6.2.06

Centro de Saúde - Famões


Carta Aberta à:
Ex.ma. Sr.ª Dr.ª Susana Amador
(Presidente da Câmara Municipal de Odivelas)
e ao;
Ex.mo Sr.ª António Rodrigues
(Presidente da A. de Freguesia de Famões).



Odivelas, 6 de Fevereiro de 2006.



Ex.mo Srs.


Como certamente é do vosso conhecimento nas últimas eleições autárquicas fui cabeça de lista do CDS-PP à Junta de Freguesia de Famões, sei que perdi e sei também quem em democracia quem perde não tem o direito de querer fazer vingar as suas ideias e ou projectos. Entendo contudo que a minha forma de estar na vida não me inibe de expressar a minha opinião na procura do bem comum e embora não tenha o direito de exigir, tenho a liberdade e a obrigação para comigo próprio de sugerir, por isso estou a escrever esta carta, a qual, faço questão que seja entendida unicamente como sugestão.

Sei e V.Ex.as por ventura melhor do que eu também sabem que um dos grandes problemas da Freguesia de Famões está relacionado com a localização do Centro de Saúde de Famões.

Não sou da opinião que o Centro de Saúde é mau ou que funciona mal, pelo contrário, até penso que o seu interior está bem conservado e limpo, segundo me apercebi também funciona relativamente bem, apesar de algumas dificuldades que havia relacionadas com a falta de pessoal.

Quanto a mim, para além da dimensão da sala de espera, os 2 problemas mais graves são, a acessibilidade dos peões e o transporte. Nestes 2 casos penso que sem um grande esforço financeiro se podia ajudar muito os utentes, vejamos:

- Nas acessibilidades, penso que só facto de se alargar o passeio que vai até a paragem da camioneta, colocar aí um piso anti-derrapante e um corrimão nos locais mais inclinados, já seria uma grande mais valia e evitaria uma série de acidentes como os que têm acontecido, relacionados com a queda de pessoas.

- Nos transportes sou da opinião que se colocasse uma carrinha de 9 lugares (tipo porta-a-porta como há em Lisboa) a fazer o transporte de pessoas, do Centro para a Farmácia e vice-versa, seria outra mais valia significativa.


Ora como podem constatar são duas pequenas melhorias, com verbas relativamente reduzidas que poderiam beneficiar e muito a população Famoenses. Mais, estou certo que com algum esforço consegue-se encontrar quem esteja disposto a patrocinar, pelo menos parte, destas mais valias.

Não quero com isto dizer que não tenho conhecimento da ambição legitima de grande parte da população em ter um novo Centro de Saúde, mas como sei que as verbas não abundam e por o Dia Mundial do Doente ser no próximo Sábado aproveitei para fazer estas duas sugestões.

Espero ter sido bem compreendido e aproveito para me disponibilizar de forma desinteressada, materialmente falando, para o que julgarem conveniente.



Melhore Cumprimentos;

Miguel Xara Brasil

2.2.06

GENEROSIDADE.

Estava a pensar, já com o papel e caneta na mão, sobre que tema é que ia escrever quando meu filho de 9 anos chegou a casa.

Entrou a correr todo contente com um bocado de bolo na mão que a minha mãe lhe tinha oferecido, o preferido dele, e disse com grande felicidade:

- Pai, a avó deu-me um bocado de bolo de laranja, vamos todos come-lo.

Era mesmo só um bocado, por isso e por ver a alegria com que ele estáva em ir partilhar o seu bocado de bolo com todos nós resolvi escrever sobre generosidade.


“Hoje em dia ninguém dá nada a ninguém.”

Não sei se é só hoje em dia, a expressão indica que sim; o que sei é que cada vez mais se ouve esta expressão, que a mesma é empregue cada vez com mais naturalidade e frequência, a tal ponto que “parece” ter-se tornado num sentimento generalizado.

No entanto, se esta expressão demonstra um sentimento generalizado, outras há, como por exemplo, daqui ninguém leva nada, ou aqui ninguém dá nada a ninguém, as quais são ditas com a mesma frequência e que demonstram já uma aceitação de quem as profere, como se de um “feito” se tratasse.

É pena e é triste!

Parece-me que o que está aqui em causa é a generosidade.

Está em causa, não só, porque cada vez estamos mais egoístas e materialistas, mas também porque cada vez temos menos amor e respeito pelo próximo. O mais grave, quanto a mim, é que esta falta de generosidade parece estar a alastrar-se de forma contagiosa por toda a sociedade e quem não sabe dar, também não sabe receber; todos nos achamos credores e ninguém se acha devedor.

Curioso(!), quando era mais novo ouvia assiduamente a seguinte expressão:

“o difícil não é dar, é saber dar”.

Por ventura ainda há quem utilize esta expressão, mas se calhar é utilizada na proporção inversa aquela que em cima referi e reparem na diferença entre ambas, é tão grande. Já não estamos a discutir se sabemos dar, estamos a discutir se damos.