6.2.07

João Paulo II, sobre o aborto.


“a legalização do aborto, não é senão a autorização dada aos adultos de tirar a vida a um ser humano que não se pode defender, antes de ele ver a luz do dia”

Aborto, o 2º referendo.

Estamos quase a chegar ao dia em que somos chamados, mais uma vez, a pronunciar-nos sobre a tão falada despenalização do aborto.

A primeira pergunta que me ocorre é a seguinte: será que se o não ganhar, voltamos a ter outro referendo? É que em Portugal parece que não temos mais nada para referendar. Entrámos na Comunidade Europeia e não fomos tidos nem achados, apanhámos com o Euro e foi a mesma coisa, fizemos a descolonização, as nacionalizações e posteriormente as privatizações, e, idem, aspas, aspas.

Tenho ouvido falar que aborto clandestino é a vergonha nacional e de facto estou plenamente de acordo com essa afirmação, mas maior vergonha é o estado, em vez de promover a natalidade, através de apoios e incentivos reais às famílias, andar a promover a possibilidade de se fazerem abortos. O estado não pode estar, por um lado a fechar maternidades e escolas, alegando razões financeiras e por outro lado estar a ponderar a possibilidade de autorizar e financiar abortos, sem que haja qualquer razão aparente.

O que está em causa neste referendo é, se uma mulher, por sua única e exclusiva vontade, sem qualquer razão aparente, pode impedir uma criança de nascer, a quantidade de vezes que entender, com todos nós a pagar essa factura através dos nossos impostos.

É só isto que está em questão, é nisto que vamos votar e a esta pergunta eu respondo NÃO.

Nota: Este texto foi escrito para a a Coluna às Direitas do www.diariodeodivelas.com


As minhas razões para votar NÃO.

Está-se a aproximar o dia do referendo, no qual vai ser perguntado aos portugueses se uma mãe, por sua única e exclusiva vontade, unicamente porque lhe dá na cabeça, poderá vir a praticar um aborto até às 10 semanas, num estabelecimento autorizado.

Ora, sabendo eu que já estão contempladas na lei 3 casos (a vida da mãe estar em perigo, o da má formação do feto e da gravidez ter sido provocada por violação), os quais me parecem razoáveis, não me parece que haja razões para mais excepções. Muito menos razoável me parece, permitir que sem qualquer justificação, uma mulher possa impedir as vezes que quiser o nascimento de uma criança, sem ser minimamente penalizada e com todos nós, através dos impostos, a pagar essa conta.

Na minha opinião, não permitir o desenvolvimento natural de um feto, não é mais do que tirar a possibilidade a uma criança, a qual não se pode defender, de ver a luz do dia. Aliás, como já uma vez escrevi, se as nossas mães nos tivessem abortado, eu não tinha escrito este texto, nem você o estava a ler.

Por outro lado, a questão de uma mulher ser presa por fazer um aborto é uma falsa questão. Não há nenhuma mulher que esteja presa por esse facto, por isso, a lei existente só serve para dissuadir as mulheres de o fazerem e não para as prender.

Mas há mais razões pelas quais vou votar NÃO:

1ª) Sou contra este referendo, porque por um lado o direito à vida não se referenda e por outro lado, porque houve um referendo há poucos anos sobre este assunto.

2ª) O estado tem obrigação colaborar, ajudar, apoiar e até de incentivar as famílias no sentido destas poderem vir a ter mais filhos e não o contrário.

3ª) O estado não pode estar por um lado a fechar maternidades, não ter pediatras na maioria dos centros de saúde e depois estar simultaneamente a aumentar a despesas com os abortos.

4ª) O estado tem obrigação de combater situações ilegais e não se pode demitir de o fazer, não é liberalizando que as resolve.

5ª) Se não consegue neutralizar o aborto clandestino até às 10 semanas, também não vai consegui-lo às 11, portanto este problema vai continuar a existir.

6ª) O estado tem obrigação de promover a educação sexual junto de toda a população, até de promover campanhas de prevenção, agora inverter a situação e permitir a utilização do aborto como “método anticonceptivo”, por uma vez que seja, é que não.

7ª) Porque não como é que o Serviço Nacional de Saúde, o qual não consegue acabar com a intermináveis listas de espera, iria agora conseguir dar cobro a esta situação.

Nota: Este artigo foi escrito para o Jornal de Odivelas