O Zé teve uma casa a fingir por um dia.
Decoraram-lhe a paragem do autocarro onde dorme todos os dias, na celebre Praça da Fruta, mesmo no centro da cidade das Caldas da Rainha. O Zé teve um pouco mais de conforto, só mesmo um pouquinho, porque os condimentos da noite ao relento estavam lá todos.
Os autores do projecto pretenderam despertar consciências.
Talvez o tenham conseguido.
Mas também conseguiram transformar o Zé num actor de uma triste peça com um público ignorante. Uma mostra da falta de cultura generalizada de um povo a quem a democracia não ensinou a olhar pessoas.
O Zé foi estrela por um dia. Valeu-lhe de pouco.
Continua na mesma paragem do autocarro como nos outros dias, no chão da indiferença à sorte da esmola que não pede porque não sabe pedir.
Mas este Zé é português. Nasceu como um milhão de outros portugueses, no local e hora erradas e faz parte daqueles que perderam a esperança num País onde os que governam se governam e se arrogam ao direito de publicitar sucessos que não se conhecem e projectos que lhes servem o ego e a propaganda como verdadeiros ditadores da era moderna que, infelizmente, ainda hoje se conhecem mundo fora.
Por estes Zés todos tenho a esperança naquelas dezenas de candidatos que se perfilam - principalmente às autárquicas - como independentes porque são cidadãos de outras paragens - investigadores, professores, jornalistas, polícias e estudantes que cresceram nesta realidade e que agora sobem ao palco onde podem gritar liberdade...
Que o façam por convicção e com a clareza de que isso não é nem nunca poderá ser sinónimo de libertinagem.
José Maria Pignatelli
Decoraram-lhe a paragem do autocarro onde dorme todos os dias, na celebre Praça da Fruta, mesmo no centro da cidade das Caldas da Rainha. O Zé teve um pouco mais de conforto, só mesmo um pouquinho, porque os condimentos da noite ao relento estavam lá todos.
Os autores do projecto pretenderam despertar consciências.
Talvez o tenham conseguido.
Mas também conseguiram transformar o Zé num actor de uma triste peça com um público ignorante. Uma mostra da falta de cultura generalizada de um povo a quem a democracia não ensinou a olhar pessoas.
O Zé foi estrela por um dia. Valeu-lhe de pouco.
Continua na mesma paragem do autocarro como nos outros dias, no chão da indiferença à sorte da esmola que não pede porque não sabe pedir.
Mas este Zé é português. Nasceu como um milhão de outros portugueses, no local e hora erradas e faz parte daqueles que perderam a esperança num País onde os que governam se governam e se arrogam ao direito de publicitar sucessos que não se conhecem e projectos que lhes servem o ego e a propaganda como verdadeiros ditadores da era moderna que, infelizmente, ainda hoje se conhecem mundo fora.
Por estes Zés todos tenho a esperança naquelas dezenas de candidatos que se perfilam - principalmente às autárquicas - como independentes porque são cidadãos de outras paragens - investigadores, professores, jornalistas, polícias e estudantes que cresceram nesta realidade e que agora sobem ao palco onde podem gritar liberdade...
Que o façam por convicção e com a clareza de que isso não é nem nunca poderá ser sinónimo de libertinagem.
José Maria Pignatelli
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