27.11.06

Odivelas, um ano depois.

Em virtude de algumas medidas mais radicais que está a tomar dentro da Câmara, da inveja e ciúmes que se fazem sentir no interior do P.S., das guerras internas e falta de um projecto dentro do P.S.D., a Sr.ª Presidente da Câmara está a ficar isolada no comando desta nau.

Como foi noticiado na imprensa local, pelas razões que mencionei, solicitei à Comissão Politica do CDS-PP de Odivelas a suspensão do meu mandato de Vice-Presidente desta concelhia.

Como também tive oportunidade de afirmar não vou deixar de expressar a minha opinião pessoal, portanto, embora cancele toda a actividade politica, vou continuar a escrever aqui na Coluna às Direitas.

É certo que desde que me disponibilizei para escrever as minhas colunas neste espaço, sempre o fiz de acordo com as minhas ideias e princípios, sem que alguém interferisse ou influenciasse os conteúdos que eu escolhia, não obstante, de por vezes serem feitos de forma concertada no tempo.

Assim, porque me foi solicitado que continuasse a escrever nesta coluna e porque o faço com o maior prazer, vou continua-lo a faze-lo, se bem que de uma forma mais descoordenada com a agenda politica do CDS-PP.

Vou tentar faze-lo utilizando os mesmos critérios, criticando de forma construtiva quando for o caso, dando sugestões noutras situações e apontando alguma deficiência sempre que a detectar e que julgar oportuno.

Agora que está feita esta pequena introdução, a qual tinha que ser feita, passo o assunto que escolhi para o tema de hoje: Odivelas, um ano depois.

Na elaboração deste balanço constata-se:

1º) Que a nova maioria é diferente da anterior, enquanto a última era constituída por 3 partidos, CDU, P.S. e P.S.D., a actual maioria é composta só por dois partidos, P.S. e P.S.D..
2º) Que a C.D.U. passou a ser um partido da oposição, ao invés do que tinha acontecido até aqui, havendo por isso uma maior critica à gestão autárquica.

3º) Que entrou para a Assembleia Municipal um novo partido, o Bloco de Esquerda, sem que tenha trazido algo de novo.

4º) Que o C.D.S.-P.P. deixou de estar presente na Assembleia Municipal, mas hoje em dia tem mais protagonismo, é mais respeitado e considerado pelo Odivelenses, em virtude de ter adoptado uma linguagem clara, fácil e construtiva.

5º) Que a actual maioria P.S./P.S.D. não tem cumprido minimamente com as variadíssimas promessas que fez durante a campanha eleitoral, quer seja na área da saúde, da segurança, dos espaços verdes, etc., etc.

6º) Que embora a actual presidente da Câmara não esteja a fazer o que prometeu (eu considero este facto gravíssimo), tem mostrado uma disponibilidade e uma vontade quase titânica de endireitar as contas do município e de tornar a estrutura municipal mais funcional, pese embora algumas despesas que eu considero supérfluas.

7º) Que em virtude do que referi no ponto anterior, dos problemas internos que lhe são causados no interior do próprio partido (inveja) e pela instabilidade que se vive no P.S.D. local, a Sr.ª Presidente da Câmara está a ficar isolada na Câmara Municipal.

8º) Que o P.S.D. local anda sem rumo, o seu vereador José Esteves está à “trolha” com os outros 2 vereadores do seu partido, acusando-os publicamente de não terem ideias, projectos e objectivos definidos, o que aliás não é novidade para ninguém e muito menos para mim (já o escrevi em: viram por aí o P.S.D.?), mas este facto agora vai ter graves consequências politicas a curto prazo.


9º) Que Odivelas continua sem ter um objectivo estratégico de desenvolvimento económico, devidamente sustentado por um estudo de viabilidade económica.

Nota: Este artigo foi escrito para o diáriodeodivelas.com e está publicado nas Coluna às Direitas.

26.11.06

Suspensão do meu mandato no CDS de Odivelas

Ao longo destes últimos dois anos participei activamente na vida politica do Concelho de Odivelas, onde fui candidato à Presidência da Junta de Freguesia de Famões e Vice-Presidente da Comissão Politica do CDS-PP de Odivelas.

Tentei ao longo deste tempo ter um comportamento diferente daquele com que são conotados a generalidade dos políticos, tentei não ser demagogo, não levantar falsos testemunhos, não fazer falsas promessas e não entrar pela critica “barata” e destrutiva. O meu único objectivo era e continua a ser, a procura do bem comum.

Como sempre afirmei, não ando, nem andei com ânsia de encontrar um qualquer “taxo”, andei nesta luta materialmente desinteressado, estando certo que a governação, embora não possa ser feita por “carolice”, tem que ser exercida com espírito missionário e desligado dos interesses financeiros e cooperativos.

Também sou por princípio, contra uma série de promiscuidades que se vêm por aí, com as mesmas pessoas instaladas em vários lugares, os quais à partida parecem incompatíveis e que a opinião pública não consegue compreender, nem tão pouco a aceita.

Hoje em dia, talvez mais do que nunca, para credibilizar as instituições e os políticos, não resta outra solução que sermos sérios. Mas embora a seriedade já seja bom, esse facto não chega, temos, na minha opinião que demonstrá-lo, dando para isso sinais exteriores e inequívocos dessa seriedade, de independência e de transparência.

Porque sou da opinião que para se poder exigir, tem que se dar o exemplo, embora me esteja a custar, aqui estou eu a informar que pelo facto de ter sido recentemente eleito para os corpos directivos do Odivelas Futebol Clube, pedi a suspensão do meu cargo de Vice-Presidente da Comissão Politica do CDS-PP de Odivelas.

Quero deixar bem claro que a única razão desta minha decisão, está exclusivamente relacionada com a situação que em cima mencionei. Esta decisão é pessoal e não é resultado de alguma divergência interna dentro da Comissão Politica do CDS-PP de Odivelas, bem pelo contrário, considero que o caminho escolhido pelo partido aqui no concelho é o correcto e o apropriado.

Não obstante esta minha decisão, não quero contudo dizer que me vou abster de opinar e comentar aquilo que julgar oportuno, na certeza porém que sempre que o fizer será a título individual.

Para terminar quero agradecer publicamente a todos os meus colegas de partido a colaboração que sempre me deram; aos jornalistas, a forma como sempre me trataram; a todas as outras pessoas, tanto das mais diversas instituições do concelho, como ao comum dos cidadãos, a forma como sempre me trataram.

Um bem-haja para todos!

9.11.06

EU VOTO D.DINIS

Em Janeiro dediquei uma das minhas Colunas ao Rei D. Dinis. Fi-lo, não só porque o considero um dos mais importantes reis de Portugal, como também e sobretudo, por D. Dinis estar muito ligado a Odivelas.
Nessa mesma Coluna lancei um repto, não só à Câmara Municipal, como a todas as forças do concelho, no sentido de se fazer a promoção da sua imagem, da sua obra e da sua ligação a esta terra. Sou da opinião que caso este objectivo fosse atingido, conseguiríamos transmitir para fora, uma imagem diferente do nosso concelho.
Volto a este assunto hoje porque como é do conhecimento geral vai decorrer nos próximos tempos o programa Grandes Portugueses, o qual vai ter grandes audiências, vai ser muito falado e debatido. Nesse programa vão ser debatidos e analisadas muitas figuras e sem que para mim seja surpresa, D. Dinis está na lista das chamadas 100 sugestões. Na passada 4ª feira, na apresentação do programa feita pela Maria Elisa, foi dos nomes mais falados, penso por isso que Odivelas não pode desperdiçar esta oportunidade.
D. Dinis, para além de ser uma das personalidades mais relevantes da História de Portugal, é um Rei muito popular junto da população portuguesa. Se solicitarem a alguma pessoa que diga o nome de 3 ou 4 reis portugueses, a grande maioria menciona o seu nome. Este facto em termos de Markting vale muito.
Como é óbvio, penso que à semelhança da grande maioria dos portugueses, tenho dificuldades em escolher uma só personalidade no meio de tanta ilustre gente, de uma história tão rica e com tantos séculos como é a nossa. Mas, como para mim, D. Dinis estaria sempre no lote dos elegíveis, faço pela sua ligação a Odivelas, o critério de desempate.
Se por ventura ele fosse eleito o “Grande Português”, já imaginaram na curiosidade que se levantaria ao redor do seu reinado, das vezes que Odivelas seria falado na comunicação social e da vontade que existiria em muitas pessoas de vir a Odivelas visitar o seu túmulo?
E se o último programa, depois de mencionado D. Dinis como vencedor, fosse transmitido em directo, junto do seu túmulo, no Mosteiro de S. Dinis, já imaginaram a repercussão, a todos os níveis, que isto teria para o concelho?
D. Dinis é uma mais valia de Odivelas.
Eu voto D. Dinis.


Nota: Este artigo foi escrito por mim para ser publicado em: http:\\www.diariodeodivelas.com.

22.9.06

P.D.M. e o Fórum de Famões.


Depois da análise que fiz a documentos públicos relacionados com o futuro P.D.M. de Odivelas e depois de ter assistido ao Fórum de Famões, fiquei com a convicção, que não há uma ideia estratégica para o Concelho e que não se sabe com que é que Odivelas vai ser conotado daqui a 10, 15 ou 20 anos.

Porque na semana passada assisti ao “Fórum de Desenvolvimento e Cidadania” promovido pela C.M. de Odivelas em Famões, vou dedicar a minha Coluna às Direitas de hoje a este tema.

Antes de mais devo dizer que as minhas expectativas quanto a este Fórum foram defraudadas. E foram defraudadas, porque segundo a ideia que eu tinha, o objectivo destes fóruns, era que eles servissem para ajudar a câmara na elaboração do P.D.M., tanto através de ideias, como através de propostas apresentadas pela sociedade civil. Mas não, este Fórum não é mais do que uma sessão de esclarecimento sobre o que está a ser feito em relação a este assunto e pior, este fórum está a ser utilizado por parte da população para levantarem algumas questões que nada tem a haver com o P.D.M., mas sim com questões pontuais.

Ficar defraudado, isso acontece-me muitas vezes, tanto quando vou ao futebol, como a algum espectáculo, a algum cinema, como até, a algumas festas, às vezes estou à espera de mais e /ou melhor e levo umas grandes “banhadas”. O pior, é que desta vez, para além da “banhada”, fiquei preocupado, o assunto (P.D.M.) é sério demais, pode-se mesmo dizer que é decisivo para o desenvolvimento de Odivelas nas próximas décadas.

Fiquei preocupado pela falta alicerces que este documento (P.D.M.) tem; às questões que coloquei, às quais bastava uma frase para responder, recebi respostas longas, vagas e evasivas.

Perguntei:
1º) Tendo em conta que Odivelas é hoje identificado como um dormitório de baixa qualidade, gostaria que me dissessem com que é que Odivelas vai ser identificado daqui a 10 ou 20 anos? como um dormitório? Como um concelho empresarial (tipo Oeiras)? Como um concelho vocacionado para a industria do Lazer? Como um concelho vocacionado para o comércio? Ou por outra “coisa” qualquer?

A Sr.ª Dr.ª Susana Amador disse numa longa resposta, que dado o investimento previsto em jardins, em escolas, em instalações desportivas, em centros de saúde, etc.etc., Odivelas deixaria de ter a conotação que tem hoje em dia, mas não disse qual era conotação que teria no futuro, nem tão pouco qual a identidade que se pretende para o concelho. O Sr. Dr. Sergio Paiva, talvez por ter percebido que a resposta da Dr.ª Susana Amador tinha sido evasiva e pouco clara sobre este ponto, logo a seguir disse: Odivelas vai ser conhecido por ser Odivelas. Ora que o Dr. Sergio Paiva é conhecido por ser o Sérgio Paiva, ninguém tem duvidas, no entanto, também todos sabem, que para além “dele” ser o Sergio Paiva, ele é socialista e vereador da Câmara Municipal de Odivelas, não é assim? Por isso, que Odivelas vai ser Odivelas, não tenho duvidas, agora, como é que se vai distinguir dos outros concelhos, é que eu gostava de saber.

A falta de uma resposta clara e objectiva a esta pergunta, indicia que não há um objectivo estratégico para o desenvolvimento económico do concelho.

2º) Tendo em conta que estão a projectar o desenvolvimento de alguns pólos empresariais para o Concelho, pergunto:


A) qual a tipologia de empresas que estão a pensar instalar nestes Pólos?;

B) Há algum estudo de viabilidade económica que sustentem o sucesso destes investimentos?

A resposta à pergunta A, foi clara: empresas com tecnologia de ponta e de excelência.

A resposta à pergunta B) é que foi pior, baseou-se no senso comum e na intuição, disse o Sr. Sergio Paiva mais ou menos o seguinte: dada localização geográfica do concelho, a existência de vias de comunicação e que nenhum empresário iria ali construir para perder dinheiro, não havia razões para não acreditar no sucesso destes pólos.

Ora aqui é que está o problema. Não é que um estudo de viabilidade económica seja 100% fidedigno, pode falhar e pode errar, mas fornece indicadores, os quais são baseados em vários cenários e em várias variáveis. Nestes estudos são ponderados inúmeros factores, desde os custos, à situação geográfica, às acessibilidades, à concorrência com outros locais, à lei da oferta e da procura, à tendências do mercado, etc., etc.; pelo que avançar para um projecto desta importância só por intuição, é incorrecto e perigoso.

Para além destas questões de fundo, das quais destaco a falta de um objectivo claro para o desenvolvimento económico do concelho, também ficou claro, que uma das áreas que poderia ser, na minha opinião, o “pulmão” do Concelho, a freguesia de Famões, vai ser destinada a receber os tais Pólos Empresariais, pois os mesmos estão projectados para uma faixa que vai desde os actuais terrenos da Cometna até à Paiã, passando pela Quinta dos Cedros e pela Quinta do Alvito. Não quero com isto dizer que esta opção não possa ser válida, pode ser que sim, contudo, partir para uma decisão desta importância, hipotecando um possível espaço verde de grande qualidade, sem que no mínimo haja um estudo de viabilidade económica, parece-me pouco sensato e muito arriscado.

Antes de terminar quero deixar uma nota final para lamentar a pouca participação, tanto de responsáveis políticos (mais uma vez o P.S.D não se vê), como da população em geral nesta sessão, cerca de 50 pessoas, é muito pouco.
Artigo escrito para o diáriodeodivelas.com.

19.9.06

Odivelas e o Ambiente.


Saúdo estas duas iniciativas da Câmara Municipal, tanto a de aderir à Semana da Europeia da Mobilidade e ao Dia Europeu Sem Carros, como a do Programa da Lavagem Mecânica das Ruas do Concelho e faço votos para que ambas sejam um sucesso, Odivelas bem precisa.

Mas ao ver hoje no vosso jornal duas noticias relacionadas com o ambiente no nosso concelho, não resisti em colocar aqui uma fotografia que tirei no passado Domingo a um Ecoponto situado no meio de um largo (Largo da República), situado na parte antiga de Odivelas e fazer uma sugestão, pois como todos sabem esta situação não é inédita.
Assim, sugiro que, na semana que vai ter como pano de fundo as preocupações ambientais, incluam uma actividade pedagógica que envolva toda população, desde os funcionários municipais (a começar pela presidente e vereadores), a funcionários do SMAS e das Juntas de Freguesia, até aos políticos e pessoas conhecidas, para além, claro está, de toda a população, de forma a sensibilizar todos os munícipes para esta vergonhosa situação. Eu estou disponível para participar.

A questão do lixo é complicada e difícil de resolver, os responsáveis municipais têm responsabilidades como é evidente, mas nós todos temos que colaborar, no mínimo, temos que ter a consciência cívica de não colocar o lixo no chão e muito menos de qualquer forma.

Sugiro ainda, que nas medidas de carácter definitivo que pretendam tomar, agora ou mais tarde, incluam penalizações, quer para os funcionários responsáveis por estas situações, quer para o comum cidadão, o qual em vez de colocar o lixo no respectivo recipiente, o coloque no chão, de qualquer forma, sem sequer se dar ao trabalho de desmanchar as caixas de cartão.

Quanto às medidas definitivas que vão ser tomadas, sou da opinião que na generalidade podem ser positivas, pelo menos na teoria, resta saber como é que na prática irão resultar, nada como experimentar, no entanto, antes de terminar este texto, gostava aqui de lançar 2 sugestões:

1ª) Que se estendessem os percursos cicláveis ou ciclovias, do Metro de Odivelas - Povoa de St.º Adrião e Sr. Roubado - Patameiras (+/- Rotunda da Antero Quental), equipados com alguns parques de bicicletas;

2ª) Que se testasse a via, Sr. Roubado – Vale do Forno, com um só sentido às horas de Ponta. Das 7.00 às 10.00 da manhã, Vale do Forno - Sr. Roubado e das 17.30 às 20.30 no sentido inverso, deixando assim uma faixa para BUS e outra para os restante veículos.



1.9.06

NOVO LOGO, AGORA?
É A CARROÇA À FRENTE DOS BOIS.

Um logótipo é o símbolo mais importante de uma marca, funciona como se de um B.I. se tratasse, portanto a sua imagem deve reflectir aquilo que uma marca é, ou, o que aspira ser. Como tal, sabendo nós que neste momento está decorrer o processo de discussão do P.D.M., documento no qual deverá ficar explicito qual a identidade que se pretende para o concelho, não faz sentido estar neste momento a desperdiçar verbas, as quais serão muitas, num projecto de alteração do logótipo municipal.

Veja o ratigo completo em: http://www.diariodeodivelas.com (Coluna às Direitas)

28.8.06

Que mundo é este?

Há mais de uma dezena de anos que escolho a Serra da Estela como destino para a minha primeira semana de férias.

Devidamente apetrechados de um farnel, todos os dias fazemos uma boa caminhada em busca de uma das muitas lagoas naturais que aqui existem. Tanto nestes passeios, como nas lagoas, para além de não termos telemóveis, raramente encontramos alguém, por essa razão conseguimos estar isolados de tudo o que se passa no mundo, mergulhados na natureza, a desfrutar unicamente os nossos momentos.

As noites passo-as em geral na varanda da "nossa" casa, a 1300 metros de altitude, a ler ou escrever, ou à conversa, ou, na maior parte das vezes, simplesmente, a ver a vista. É linda, monumental e tranquila, vai até ao ponto, em que bem lá ao fundo, na linha do horizonte, a escuridão do céu se cruza com a da terra, esta vista, ainda é enfeitada por milhares de pequenas luzes, as quais vistas daqui parecem que piscam harmoniosamente, lá em baixo, são as da Covilhã e do Fundão e, bem lá em cima, as das estrelas.
Aqui nesta varanda ainda tenho direito a musica, o vento quando quer sobrepõe-se a tudo e a todos, quer seja a através de uma forma suave, ao jeito de uma balada, quer seja de uma forma feroz, com fortes rajadas, ao jeito dessas bandas de rock pesado que para aí andam, mas quando permite, parece que estou a assistir a um festival da canção de primeiríssima qualidade, em que os grilos, a solo, trajados a rigor, com os seus fatos de cerimonia, parecem estar a competir para um qualquer prémio, onde as ovelhas, com os seus guizos, parecem as meninas do coro.

No alto da Serra da Estrela, com todo este ambiente, isolado de tudo o que se passa no mundo, consigo ter 24 horas por dia, a perspectiva da harmonia, da felicidade e da tranquilidade.

No entanto estas minhas férias tiveram que ser interrompidas por razões profissionais, assim passei três noites em casa, nas quais por azar liguei a televisão e onde fui imediatamente confrontado com o aumento da violência na guerra do Médio Oriente, com a onda de incêndios que está instalada um pouco por todo o país e na Galiza, com um documentário sobre os efeitos que ainda tem a guerra do Vietname na saúde pública desse país, com um filme a ilustrar os crimes ambientais que todos estamos a cometer e hoje estou aqui, outra vez na Serra da Estrela, na "minha" varanda, a olhar para a vista e a perguntar a mim próprio:

Que mundo é este?

9.8.06

Quando todos vão à praia, eu vou para a píscina.


(fonte:amnesia.weblog.com.pt)

.... e aqui passo grande parte das minha férias, sabem onde é?

É na Serra da Estrela. Desta lagoa e de outras como estas, faço delas minhas píscinas.

Cântaro Gordo - Serra da Estrela

Descida Lagoa dos Cântaros - Serra da Estrela

Lagoa dos Cântaros - Serra da Estrela

Vale da Candeeira - Serra da Estrela

Cântaro Magro - Serra da Estrela

7.8.06

Que P.S.D é este?

Porque lamentavelmente o P.S.D. se calou, apesar do meu pedido de esclarecimento, considero que a direcção do P.S.D. de Odivelas se revê no texto (1) assinado pelo Sr. Salmonete a semana passada aqui no Diário de Odivelas (Coluna PSD) e por essa razão não posso deixar de comentar o teor político do mesmo. Quem cala consente, não é assim?

A forma e a linguagem já tive oportunidade de a comentar (Tribuna do Leitor – 19/7) (2), considero-a no mínimo arruaceira. Só lamento que um partido com o historial, a responsabilidade e o prestígio do P.S.D., pelo qual tenho o maior respeito e consideração, esteja representado aqui em Odivelas por uma equipa desta qualidade.

Conversados que estamos sobre a forma, vou falar agora do conteúdo, uma vez que também o considero como posição da Concelhia de Odivelas do P.S.D. (quem cala, consente). Só o faço agora, porque a consideração que tenho pelo partido em questão, fez com que eu esperasse por um esclarecimento. Vou comentá-lo sobre 2 prismas: um pessoal, pois há pontos que dizem respeito a mim e outro institucional, os que dizem respeito ao C.D.S.-P.P. de Odivelas, onde faço parte da Comissão Politica.

Do ponto de vista pessoal, unicamente, para esclarecer a actual comissão politica do P.S.D., ou melhor, parte dela, que se eu quisesse ter entrado, ou, se algum dia quiser entrar nesse partido, tive, tenho e terei sempre as portas abertas. Talvez não em Odivelas, onde pelos vistos é um clube restrito e fechado, mas o mundo para mim não se resume aos muros da Quinta da Memória. Pessoas a quem o Sr. Salmonete e outros como ele talvez façam vénias, na ilusão de uma promoção politica, trato eu por tu (esses sim) (3). Eu não procuro lugares políticos, luto por projectos, ideias e convicções.

Já agora, quanto ao facto de não verem com bons olhos a coligação com um “partido da chamada direita” (4), devo dizer que recordo sempre com um sorriso, a forma atabalhoada com que o Dr. Fernando Ferreira, após uma pequena provocação minha, tentou explicar a “alguém” do P.S.D. que o partido em Odivelas não era de esquerda. Este pequeno episódio teve lugar há pouco tempo, em Abril, aquando da presença (5) do Prof. Marcelo Rebolo de Sousa em Odivelas (Abril 2006).

Quanto resto, os interesses dos dirigentes do P.S.D. em Odivelas, tanto eu, como muitos Odivelenses, já nos apercebemos quais são, é o poder. Basta ver com quem têm estado ligados desde os tempos da Comissão Instaladora, primeiro com comunistas e socialista; actualmente só com socialistas; enfim....

Agora, do ponto de vista partidário aproveito para esclarecer:

- A Concelhia Politica do C.D.S. – P.P. de Odivelas considera que a acção politica desenvolvida pelo P.S.D. neste concelho, desde a Comissão Instaladora, até aos dias de hoje, é própria de quem se pretende instalar. Assim, entendemos que neste quadro, tendo em conta o percurso do P.S.D. em Odivelas e o facto de o pretenderem continuar a seguir, não faz qualquer sentido pensar-se numa coligação a nível local. Neste ponto, estamos completamente de acordo.

2º) O C.D.S. – P.P. de Odivelas, independentemente de estar representado nos órgãos municipais, sempre se pautou por uma coerência politica, não andando ao sabor dos ventos e dos interesses corporativos instalados.

Lamentamos contudo:

1º) Que haja quem tenha dito que era capaz de fazer piscinas, jardins municipais, etc., etc., num ano e que ao fim desse tempo nada disso tenha feito.

2º) Que venham só agora dizer, aconchegados e recolhidos em gabinetes municipais, que vão fazer “um plano de actividades” (6)., fingindo-se esquecidos de tudo o que disseram na última campanha eleitoral e sobretudo, tendo estado este último ano na vereação municipal, sem que nada de relevante tenham feito pelo concelho.

3º) Que quem há 10 dias dizia, “...o tempo e o modo de agir do PSD/Odivelas é o que é definido pela Comissão Política Concelhia, logo, escusas de ficar preocupado com a nossa eventual " falta de propostas", pois além disso não ser verdade...” (1), passados apenas 3 dias (há 7), venha dizer: “Para o início de Setembro está prevista a apresentação do Plano de Actividades do Partido” (6). Pelos vistos não tinham propostas.

4º) Que quem há 10 dias dizia, “propostas a apresentar, e já o temos feito, eles são feitas nos locais próprios e não na comunicação social” (1) e também, passados 3 dias, há 7, venha dizer: “...início de Setembro está prevista a apresentação do Plano de Actividades do Partido, que «Assentará na... e num plano de comunicação” (6). Afinal também não tinham nenhum plano de comunicação.

5º) Que o P.S.D. de Odivelas tenha esta forma de fazer politica, se sinta feliz e orgulhoso com ela.

A titulo de conclusão e dando eu este assunto por encerrado, posso afirmar que após o meu texto (7), “Hei, Viram por aí o P.S.D.?”, de há 2 semanas, aqui na Coluna às Direitas, encontrei este P.S.D..



Nota: qualquer comentário a este texto pode ser feito para:
miguelxb@gmail.com ou em http://cdsodivelas.blogspot.com

Elementos recolhidos em:
1 - Diário de Odivelas – Coluna do P.S.D. – 18/07/2006 - Xara, és um Alien? – Luís Salmonete.
2 - Diário de Odivelas – Tribuna do Leitor – 19/07/2008 – 79 – O P.S.D. deu à costa? – Xara Brasil.
3 – Alusão ao facto de ter sido tratado por tu no: “Xara, és um Alien?”.
4 – Referencia feita por L. Salmonete em: “Xara, és um Alien?”.
5 - Debate organizado pela J.P. de Odivelas sob o tema: Constituição – 30 anos depois com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa e de José Ribeiro e Castro.
6 – Diário de Odivelas – Edição 142 – (21- 07-06 às 08h00) - Plano de Actividades será apresentado em Setembro.
7 - Diário de Odivelas – Coluna às Direitas – 15/07/2006 - Hei! Viram por aí o P.S.D. – Miguel Xara Brasil.

19.7.06

Revista Municipal - Mário Máximo responde.

Finalmente, esta semana, passados quase 2 meses, aparece pela primeira vez uma justificação, uma explicação, ou uma referência, como preferirem, sobre este assunto, dada por alguém da estrutura do partido socialista, o Dr. Mário Máximo.
Como todos devem ter conhecimento a C.M.O. fez no passado mês de Abril uma revista, com 60.000 exemplares de tiragem, para ser distribuída gratuitamente por todas as casas do concelho.
Na altura escrevi um texto que está aqui no Blog, o qual também foi publicado no Diário de Odivelas (Coluna às Direitas) no dia 27/5/2006. Nesse texto critiquei/questionei:
- O conteúdo, por ser da opinião que a referida revista não é mais do que propaganda politica e um meio de promover os actuais autarcas socialistas do concelho, com especial evidencia a Sr.ª Presidente da Câmara (15 fotografias da Sr.ª Presidente; 6 páginas, uma entrevista, mais uma carta ao munícipe);
- O facto de se gastar uma verba avultada, tanto na produção, como na distribuição, sobretudo, quando, como todos sabemos a Câmara Municipal está sem dinheiro;- O facto de ser um mau exemplo para os Presidentes das Juntas de Freguesia, os quais também gostam de se promoverem através deste meio e assim serem encorajados a fazer o mesmo.
Estranhamente, não vi, nem ouvi ninguém da comunicação social aqui do concelho, nem nenhuma força politica a darem relevo a esta situação, por essa razão voltei a abordar esta situação em 2 outros artigos nos mesmos locais (Blog e Diário de Odivelas):
1º - 10/6 “Falida”, mas contente. - (“… o que eu digo e escrevo está à vista de todos, a Câmara está falida, a própria presidente diz que o buraco financeiro é muito maior do que pensava, há cortes de água por faltas de pagamento, no entanto, fazem-se festas, publica-se uma revista municipal com 60.000 exemplares de distribuição gratuita para promover a nossa autarca, …) e
2º - 15/7 na parte em comentei a a entrevista da Sr.ª Drª Susana Amador ( …espero e faço votos para que se racionalize melhor as poucas verbas disponíveis e que não se voltem a ver casos como o da Revista Municipal, com a distribuição gratuita de 60.000 exemplares. …)
Finalmente, esta semana, aparece pela primeira vez uma justificação, uma explicação, ou uma referência, como preferirem, sobre este assunto, dada por alguém da estrutura do partido socialista, o Dr. Mário Máximo. È um texto bem escrito, com o título, Comunicar com qualidade é um dever, feito com uma enorme correcção, dando a alguns uma lição e que está publicado no Diário de Odivelas, no espaço reservado ao Partido Socialista, Novas Fronteiras Socialistas.
Não vou entrar na questão da qualidade da revista e do papel, nem no grafismo, nem se é agradável, vou focar só 2 pontos ou questões:
1º) A Mensagem / Conteúdo – Penso que para quem teve a oportunidade de ver a revista não ficou com a menor duvida de que o se pretendeu passar, foi única e exclusivamente, a actividade dos autarcas socialista em “boa acção”, nomeadamente a da Dr.ª Susana Amador e quando se diz “aborda todos os temas relevantes do concelho”, … está tudo dito.
2º) A Escolha do Meio – Quando se fala em comunicar, há um aspecto importantíssimo, no qual temos forçosamente que se pensar, que é precisamente a escolha do meios, pode ser a Internet, Mail, Imprensa, Out-doors, Mupis, TV, Rádio, Revistas, Empenas, Painéis em casas de banho, SMS, etc., etc. e a escolha desse meio é feita não só pela capacidade que ele tem de chegar às pessoas que se pretende, como também no custo que essa escolha implica, aí é que está o ponto.
Portanto, para além da mensagem, a qual penso que não deixa dúvidas a ninguém, mantenho as mesmas interrogações:
1 - Quanto é que custou a produção total da revista (paginação, grafismo, paginação, impressão, fotografia, maqueta, etc.) e a sua distribuição porta-a-porta de 60.000 exemplares?
2 - Se neste período que a Câmara atravessa, de grandes dificuldades financeiras, num concelho com carências a vários níveis, se faz sentido assumir este custo?

O P.S.D. deu à costa?



Por eu entender que a Coluna onde o P.S.D. apareceu ontem pela primeira vez, embora com 7 meses de atraso, é mais um ataque pessoal, do que um ataque politico-partidário, resolvi utilizar o "direito de resposta" na Tribuna do Leitor, em detrimento da Coluna às Direitas.

O meu último artigo, "Hei, Viram por aí o P.S.D.?", no qual chamei à responsabilidade e ao debate o P.S.D., parece que deu resultado, o P.S.D. "deu à costa" e segundo parece, pela voz do Sr. Salmonete.

Só que certamente atordoado (s), pelo eclipse ou por uma qualquer tempestade, fê-lo na minha opinião, não sei se a título pessoal ou partidário, ainda está por esclarecer, de forma pouco elegante, utilizando mesmo uma linguagem arruaceira, a qual em nada dignifica um partido com historial do P.S,D., onde militaram e ainda militam pessoas de elevadíssima craveira intelectual e dignidade pessoal.

Não me vou alongar muito a dar resposta a uma pessoa que se dirige a mim nos termos em que o Sr. Salmonete o fez. A minha educação e a minha linguagem não o permitem, realmente, não é a mesma, contudo quero esclarecer publicamente alguns pontos:

1º - Que não conheço o Sr. Salmonete de lado nenhum, julgo mesmo que nunca o vi, como tal, esse senhor não tem comigo a confiança que faz transparecer, ao tratar-me por tu.

2º - "Lidar contigo", foi a forma que este Sr. Salmonete utilizou para terminar o seu texto, registo, mas abstenho-me de comentar.

3 º - A minha vida profissional não é remunerada por qualquer cargo político, nem tão pouco por qualquer profissão na função pública e a empresa para a qual trabalho também não tem o Estado, ou qualquer Câmara Municipal, como parceiro de negócios. A minha curta intervenção política (16 meses) resume-se única e exclusivamente à tentativa de ajudar a encontrar soluções para que todos possam viver melhor.

Como terão reparado limitei-me a comentar a forma, ou seja a educação e a linguagem do texto em questão (o primeiro da Coluna do P.S.D.); quanto ao conteúdo, a consideração e o respeito que o P.S.D. me merece, fazem com que reserve a minha resposta e/ou comentário até perceber se o P.S.D. se revê neste texto.

Para terminar, porque como em cima referi tenho consideração pelo P.S.D., porque o espaço onde foi inserido o referido texto é da responsabilidade do P.S.D., porque o texto é assinado por um vice-presidente da Concelhia de Odivelas e porque muitas pessoas têm a mesma dúvida, julgava importante que o P.S.D. esclarecesse, se por acaso, se revê no texto em questão, tanto no que diz respeito à forma, como ao conteúdo.

Resposta do Sr. Salmonete (Vice do PSD Odivelas)


Xara, és um Alien?

Luís Salmonete
Vice-presidente da Concelhia de Odivelas do PSD
Terça-feira , 18 de Junho de 2006


Meu caro Xara Brasil,

Deixa-me responder-te directamente à tua crónica do Diário de Odivelas, na qual te referes ao "eclipse total (?)" do PSD em Odivelas.

Em primeiro lugar registo o facto de teres colocado um ponto de interrogação na tua afirmação, o que demostra, na minha modesta opinião, que não tens bem a certeza daquilo que dizes, mas isso no CDS/PP é normal.

Deixa-me também dizer-te que os eclipses são por natureza cíclicos, e portanto normais, daí não entender a tua acusação, e muito menos a tua preocupação com a actividade do PSD em Odivelas.

Vou dizer-te o seguinte, o tempo e o modo de agir do PSD/Odivelas é o que é definido pela Comissão Política Concelhia, logo, escusas de ficar preocupado com a nossa eventual " falta de propostas", pois além disso não ser verdade, demonstra que estás desatento.

Quando temos propostas a apresentar, e já o temos feito, eles são feitas nos locais próprios e não na comunicação social.

Mas, por outro lado, se não for esse o caso, será que,

1ª - Já estás com saudades de um passado não muito distante, onde "por acaso" nos encontrámos no Governo?

2ª - Queres estabelecer contacto e não sabes como?

3ª - Tens propostas que queres que sejam apresentadas na Câmara ou na Assembleia Municipal, e não sabes qual o caminho, dado não teres representantes nestes dois órgãos?

4ª - Sugeriram-te atacares o PSD, como forma de esconder outros problemas ?

Aqui tens quatro perguntas, que eu, considero serem pertinentes, mais, para te poupar trabalho, e para que possas ir de férias descansado, antecipo desde já alguns esclarecimentos relativamente às perguntas efectuadas.

1ª - Como sabes, e se não sabes devias saber, nunca desejámos em Odivelas uma aliança com o CDS/PP, logo, nunca vimos com entusiasmo a aliança de governação que foi feita com um partido da chamada "direita ".

2ª - Se queres de facto estabelecer contacto, o telefone do PSD em Odivelas é o 219328010. Desde já te digo que estamos abertos a todas as tendências, e aceitamos inscrições, não te prometo é que estejas à vontade, dado que não falas a nossa linguagem.

3ª - Aqui é mais complicado. Não sei se sabes mas o CDS/PP não elegeu qualquer vereador, e mesmo o membro da Assembleia Municipal que elegeram no anterior mandato, desapareceu, no entanto não desanimes, tens sempre o período reservado ao público.

4ª - Se for este o caso, também tens azar, pois isso também já foi tentado anteriormente sem qualquer êxito, e não se prevê que possa vir a ter êxito no futuro.

Aqui está, um razoável leque de opções que não são de desprezar, e que eu com muito gosto te estou a dar, mas, não abuses pois, não pretendo perder mais tempo contigo.

Para terminar deixa-me dizer-te o seguinte:

Provavelmente ainda não te apercebeste da ligação de tudo isto e da série de palavras que estão ligadas ao espaço e ao futuro, mesmo eu, que tenho os pés bem assentes na terra, começo já a ficar influenciado, senão vejamos:

- A ilustração do teu artigo, em que nos identificas como o SOL;
- O teu provável interesse em entrar em "contacto";
- O teu total desconhecimento da vida autárquica, que poderá sugerir a tua vinda de outro qualquer planeta;
- O facto de não existir qualquer autarca do CDS/PP, na Câmara e na Assembleia Municipal.

Tudo isto, conduz a uma pergunta perturbadora - Xara, és um Alien ?

P.S. - Desculpa o facto de te tratar por tu, que à primeira vista poderá parecer uma indelicadeza, mas isso é derivado ao facto de não saber como lidar contigo.

14.7.06

Hei! Viram por aí o P.S.D.?


Não sei por onde tem andado o PSD de Odivelas desde as eleições autárquicas. Ouvi dizer que houveram eleições na concelhia, que o antigo líder voltou a ganha-las, mas tirando isso, mais nada.
Será que o PSD se demitiu de apresentar propostas para o Concelho? Será que o programa eleitoral era tão igual ao do P.S. que se limita a dar o “Yes” à Sr.ª Presidente? Será que concorda com toda as politicas que estão a ser seguidas? Será que o P.S.D. chegou à conclusão, de que afinal o que era bom era mesmo o P.S., o seu programa e a sua equipa?


Que estranho silêncio este. Não se percebe esta atitude de submissão. Perderam as ideias, perderam as propostas, não debatem, não escrevem, não esclarecem; saíram de jogo? Não sentem responsáveis pelos votos que tiveram?

Ora bolas! Que estranho.

Não pensem caros leitores que estou muito preocupado com o futuro do P.S.D., só que sou da opinião que o P.S.D. tem responsabilidades e os seus actuais dirigentes estão demitir-se delas. Os milhares de pessoas que votaram nesse partido nas últimas autárquicas, face a determinadas expectativas que foram criadas, estão a registar esta atitude e o P.S.D. vai pagar bem caro a factura. A representatividade que obteve não permite esta atitude e neste momento os eleitores que votaram P.S.D sentem-se profundamente defraudados.
In: www.diariodeodivelas.com (Coluna às Direitas)

A entrevista da Drª Susana Amador

Não posso deixar de comentar a extensa entrevista da Dr.ª Susana Amador no final da sua “Presidência Aberta”, não pensem contudo que é para criticar, não, é só para dizer que registei com muito agrado alguns pontos, os quais vou comentar e mais tarde recordar.
Para comentar com agrado, escolhi:

1 - A aproximação que diz estar a fazer com todas as Igrejas do Concelho (eu sei que pelo menos com algumas o está a fazer), embora notando que ainda faz questão de sublinhar que o estado é laico, mas este pormenor é ainda reminiscências de um passado socialista, onde ficou celebre a afirmação “sou laico, republicano e socialista”. O estado segundo a constituição diz-se laico, mas o povo, o povo não o é, o povo é maioritariamente católico e o papel da Igreja Católica na sociedade portuguesa é insubstituível, quer na evangelização, quer na educação e formação, quer no apoio social, quer ainda na saúde. Contudo, vejo com muito agrado esta aproximação e faço votos que aqui no Concelho haja uma cada vez maior colaboração entre a Câmara e a Igreja Católica, pois com essa aproximação muito terá a população a ganhar.

2 – O Planeamento Estratégico – Também aqui vejo com simpatia que se começa a utilizar este termo, o que não vejo é dizerem qual é o objectivo estratégico para o Concelho, isso é o fundamental e é uma das duas grandes prioridade, mas parece-me que começamos a caminhar para aí, espero que sim. Volto a frisar, não me cansarei de o fazer, todos os investimentos não sociais que possam vir a ser feitos a nível de novas infra-estruturas deverão ter em conta esse objectivo, caso contrário corremos o risco de estar a deitar dinheiro para o lixo.

3 – Vejo também com agrado que se começa a tentar desenhar uma politica para o desporto, que pelos vistos vai começar pela base, pagar o que se deve aos clubes (vamos ver), os quais como sabemos andam com a corda ao pescoço e seguir um princípio que me perece correcto, como aliás fiz referencia há uma semanas: o de não criar falsas expectativas (vamos a ver). Parece-me, também e bem, que há a intenção de premiar os clubes que tiveram “grandes resultados desportivos e os que desenvolvem mais trabalho”, falta só definir como é que se mede o “mais trabalho”. Embora até este momento não se tenha visto nada disto como alguns exemplos o demonstram (a semana do desporto, o caso da antena, o pagamento das dividas), vamos crer que é desta que vai arrancar uma politica coerente, com cabeça, tronco e membros para o desporto.

4 – A preocupação que fez questão de salientar permanentemente ao longo da entrevista, a qual está relacionada com a falta de verbas da autarquia e com as várias carências existentes no concelho. Face a esta preocupação, espero e faço votos para que se racionalize melhor as poucas verbas disponíveis e que não se voltem a ver casos como o da Revista Municipal, com a distribuição gratuita de 60.000 exemplares.

5 – Para terminar estes comentários à entrevista da Sr.ª Presidente da Câmara e embora ainda pudessem ser feitos mais alguns, vou só abordar um outro ponto que pode ser muito importante, mas que pelas declarações não fiquei suficientemente elucidado. Está relacionado com uma requalificação a nível comercial (uma nova zona comercial) no Senhor Roubado. Não sei a dimensão nem o local para onde está pensado, mas atenção, o comércio local não aguenta mais outra grade superfície comercial. Para a zona que vai do Senhor Roubado até ao Vale do Forno devia ser estudada, em minha opinião, a viabilidade de se construir um pólo empresarial de média dimensão para escritórios, com o objectivo de trazer novas empresas para o concelho, criar novos postos de trabalho e de dinamizar o comércio local.
In: www.diariodeodivelas.com: (Coluna às Direitas)

Madaíl na base do sucesso.

Vou abordar o sucesso da nossa selecção, a minha paixão pelo futebol obriga-me a isso. Não vou pegar pelo aspecto desportivo, pois esse êxito já está mais que reconhecido.

O que quero salientar é o facto de uma pessoa, o Dr. Gilberto Madaíl o qual não conheço pessoalmente, mas com quem, como figura pública não simpatizo muito, ter sido capaz de fazer ao longo de vários anos um trabalho notável e de relevo internacional. Este trabalho tem que ser reconhecido, pois são casos como estes que Portugal precisa para sair da difícil situação em que se encontra.

Vejamos o que conseguiu entre outras coisas: oitavos de final Euro 96; meia-final Euro 2000; final Euro 2004; apuramento Mundial 2002; meia-final Mundial 2006; a organização do Euro 2004 e dos Sub-21 este ano em Portugal, para além de outras coisas, como por exemplo recrutar um treinador/seleccionador, que na altura todas as pessoas julgavam impossível e que tinha acabado de ser campeão do Mundo, o grande Luís Filipe Scolari.

Claro que algumas vezes meteu a pata na poça, mas isso, só quem nada faz e quem nada decide é que não erra. A qualidade do seu trabalho tem que ser reconhecida e deve servir para muitos como um bom exemplo, até na forma discreta como tem aparecido, pois tem sido capaz de mostrar que para ser um bom líder não precisa de ter um excesso de protagonismo.

Parabéns Dr. Gilberto Madaíl.
In: http://www.diariodeodivelas.com (Coluna às Direitas)

23.6.06

MEDIDAS FUNDAMENTAIS PARA ODIVELAS

Como achei pertinente uma mensagem que recebi de um leitor, fazendo alusão ao texto (“Falida”, mas contente), o qual foi publicado há 15 dias nesta coluna, hoje vou ocupar este espaço a responder a esse leitor.

Dizia assim:

“"(...)As medidas de fundo não são tomadas, as reformas não se fazem,(...)".Pois bem: será que poderia concretizar ou fundamentar quais as medidas de fundos e reformas que, na sua opinião, não estão a ser feitas e deveriam-no ser?Antecipadamente grato,
….“
Indo directo ao assunto, embora podendo eu responder com uma pergunta, questionando-o sobre quais a reformas ou medidas de fundo que na sua opinião têm sido tomadas pelo actual executivo, não o vou fazer, pois penso que não é a melhor forma de contribuir para o que quer que seja.

Assim, no meu entender (não só no nosso concelho, nem tão pouco é exclusiva do partido A ou B) a primeira grande reforma que tem que ser feita está relacionada com a mentalidade. Esta questão é transversal a toda a classe politica e a todo o país, temos que ser capazes e estar mentalizados de que quando exercemos cargos públicos temos que o fazer permanentemente na procura do bem comum, temos que os encarar como uma missão e a titulo nenhum os podemos encarar com o objectivo de proteger interesses pessoais, partidários, ou políticos. Para governar é preciso tomar decisões, por vezes pouco simpáticas e colocá-las em prática, por muito que custe e mesmo que saibamos que os resultados não sejam imediatos. È como em nossas casas, para geri-las de forma correcta, por vezes ou muitas vezes, não podemos tomar as decisões que todos gostariam, não só porque não temos capacidade para o fazer, como até muitas vezes, podendo, não o fazemos, porque sabemos que embora no imediato ficasse toda a gente satisfeita, mais tarde poderíamos ter resultados desastrosos. Bata ver como ficaram aqueles meninos que sempre tiveram tudo e cujo os pais sempre lhe disseram a todo que sim; este meninos cresceram sempre satisfeitos e felizes, mas ficaram muito desiludidos, muitos até se perderam, quando chegaram a grandes e viram que as coisas não eram bem assim. Por isso eu digo que a primeira grande reforma tem que ser a das mentalidades; não consigo compreender, não sou só eu, como é que se pode ter uma pessoa doente em nossa caso, não ter dinheiro para o tratar convenientemente e estar a oferecer festas para o resto da família.

Para bom entendedor meia palavra basta, o nosso concelho está doente, infelizmente tem muitas carências, fragilidades e deficiências, contudo andam-se a fazer festas e a gastar dinheiro em algumas futilidades.

Penso que quando este leitor me abordou não era esta a medida ou reforma que queria que eu detalhasse, pretendia que eu me debruçasse sobre medidas, ou reformas mais palpáveis e mais práticas, vou-as abordar agora, mas são subsequentes a esta. Esta, a reforma a das mentalidades é a prioritária, gerir de forma “missionária” e com bom senso tem que ser uma constante.

Vou então entrar em questões mais práticas e tentar de forma resumida dizer quais são no meu entender algumas das prioridades para o concelho:

1º) Definir, com clareza um objectivo estratégico para o concelho, ou seja definir o que é que vai ser Odivelas no futuro: se um dormitório; se um concelho vocacionado para receber a industria do lazer ou pólos empresarias (ex. Oeiras); se para receber escolas profissionais ou superiores; ou se para outra coisa qualquer. Esta definição é de especial importância uma vez que neste momento se está a trabalhar na elaboração do PDM, como tal o que está a ser delineado tem que ser feito com base nesta definição, a qual tem que ser clara e inequívoca, caso contrário vamos continuar a ter um concelho que não passa de um dormitório de fraca qualidade.

2º) Saneamento económico do município; infelizmente como todos sabemos, a Câmara de Odivelas atravessa um período dificílimo do ponto de vista financeiro, portanto todos os esforços têm que ser feitos no sentido de resolver esta gravíssima situação. Sem esta situação resolvida, não se pode resolver, nem tão pouco prometer a resolução de inúmeras carências que há a todos os níveis (saúde, educação, segurança, desporto, transportes, etc.). Embora este executivo já tenha feito (bem a meu ver) um esforço no sentido de disciplinar a utilização dos veículos municipais, ainda há muito a fazer e talvez a principal medida estrutural, no sentido de diminuir os custos, seja:

- Criar um edifício que centralize todos os serviços municipais; com esta medida poupava-se milhares, talvez milhões de euros (não tenho os números correctos), por ano em rendas de dezenas de instalações (escritórios, lojas e armazéns), dos quais o município é inclino, para além de tudo o que se pouparia em comunicações e transportes entre serviços, na redução do parque automóvel e no tempo perdido de funcionários municipais de um lado para o outro, tanto para resolver assuntos, como para participar em reuniões, como até na busca e envio de documentos.

No sentido de sanear economicamente as contas da Câmara também há muito a fazer ao nível da receita, desde logo com a tal definição do objectivo que abordei no ponto 1. Caso haja um objectivo estratégico bem definido e um PDM bem delineado, a Câmara poderá arrecadar daí uma boa quantia de novas receitas; a titulo de exemplo; caso o concelho se vocacione para acolher as sedes de grandes empresas será capaz de arrecadar no futuro um maior volume de receitas através dos impostos e das taxas que elas pagam; se optar por investir na indústria do lazer, ou no ensino, terá a capacidade de atrair pessoas e investimentos nestas áreas, as quais também trarão novas receitas. Por outro lado também terá a CMO que ter capacidade para criar parcerias com empresas já sedeadas no concelho, para as ajudar no seu desenvolvimento e crescimento, pois assim conseguiram criar um maior número de postos de trabalho e de receitas fiscais.

Mas há mais, muito mais que poderá ser feito no sentido de dinamizar o concelho nos mais variados campos, mas tudo terá que ser feito com cabeça tronco e membros, e, como não me cansarei de dizer, tudo começará com a definição daquilo que se pretende que Odivelas seja no futuro.

Estas são para mim as prioridades das prioridades, caso contrário estamos a hipotecar o futuro do concelho, mas há outras e essas estão relacionadas com a qualidade de vida de quem aqui vive. São inúmeras (na saúde, na educação, na segurança, nos transportes, no apoio às crianças e aos idosos, no ambiente, na higiene urbana, etc.) e ninguém as consegue resolver em pouco tempo e dificilmente alguém as conseguirá resolver a longo prazo caso não se tenha em atenção o que em cima escrevi, pois não há dinheiro para isso, quem disser o contrário está a mentir e a fazer demagogia barata. O que se pode fazer, é minimizar alguns dos problemas existentes, tipo “tapar alguns buracos” e aí já se pode dar uma grande ajuda, por exemplo:

- Postos de saúde - é normal que chova dentro de um posto de saúde e que a ventilação do mesmo seja feito por ventoinhas, as quais poderão disseminar os micróbios e consequentemente doenças, como é o caso do posto da Pontinha?; e em Famões por exemplo, que para se chegar lá é necessário subir uma rampa inclinadíssima com piso escorregadio, onde algumas pessoas já caíram e já se magoaram?; e em Odivelas, que não há elevador para transportar para o 1º andar quem precise de andar em cadeira de rodas ou tenha dificuldade de locomoção?

São obras destas, pequenas, eu sei, que após um levantamento da situação e depois de ponderadas as prioridades têm que ser feitas. Não quero com isto dizer que não sejam necessários novos centros de saúde e até um hospital, o problema é que não há verbas para tudo e em alguns casos, como o do Hospital, a decisão não depende da Câmara.

- Transportes e Mobilidade dentro do concelho – Falo só dentro do concelho, porque inter-concelhos não dependem só da Câmara, vejamos: O Metro felizmente chegou a Odivelas e eu pergunto, porque é que não se resolve, ou o que é que está a ser feito para resolver o problema do estacionamento junto ao Metro, o qual se arrasta há vários anos? Quanto aos transportes do Metro para as freguesias e vice-versa, o que é que está a ser feito?

A chegada do Metro a Odivelas tudo alterou e está a alterar a nível de transporte, veja-se o caso da Carris, portanto está fácil de ver que aqui tem que se fazer uma reforma, não só para levar as pessoas do Metro para casa e vice-versa, como para que possa haver uma maior mobilidade dentro do concelho.

A talho-de-foice, levanto ainda 2 questões sobre o terminal de camionetas de Caneças: 1ª) como é que se inicia uma obra para construção de um terminal destes com as medidas erradas, onde, enquanto não forem feitas rectificações, muitas das camionetas não conseguirão entrar? 2ª) - quem é que foi o responsável e como é que esse responsável foi, ou vai ser responsabilizado?

- Desporto – Sabendo nós da importância cada vez maior que tem o desporto na sociedade actual, quer seja na formação dos jovens, na saúde e até como factor de integração social, assim como sabemos das enormes alterações demográficas que têm havido no concelho nestes últimos 20-30 anos, sou da opinião que nesta área também tem que haver uma grande reforma e uma nova maneira de abordar este assunto, não podem ser tomadas medidas avulso, as quais saem caríssimas, sem que estejam integradas num plano previamente delineado e com etapas e objectivos bem definidos.

Se a intenção é, segundo ouvi da Sr.ª Presidente da C.M.O., dar a oportunidade e facilitar a possibilidade da prática desportiva a um cada vez maior número de pessoas, então penso que os primeiros grandes esforços deveriam ser no sentido de promover e apoiar protocolos entre os clubes existente e outras instituições do concelho (escolas, escuteiros, centros comunitários, juntas de freguesia, etc.) de forma a atingir esse objectivo.

Se isto for feito aproveitam-se e dinamizam-se as instalações desportivas do concelho, as quais estão vazias durante o dia, conseguindo-se ao mesmo tempo caminhar para que haja cada vez mais pessoas a praticar desporto de forma regular.

Portanto não faz sentido, na minha modesta opinião gastarem-se cerca de 60.000 euros (segundo consta) numa semana desportiva, a qual para nada contribui para este objectivo; seria preferível canalizar esta verba para protocolos como os que acima mencionei.

- Urbanismo – Agora que se está a trabalhar no PDM, sem prejuízo do que julgo fundamental (Objectivo Estratégico), pergunto o que é que está a ser pensado e planeado para a reabilitação de toda a zona da encosta da Serra da Luz, da Urmeira até ao Sr. Roubado, sabendo nós das insuficiências que têm aqueles os quais ainda por cima estão por sobre uma falha sísmica?

Há coragem para reabilitar toda aquela zona, ou vamos ficar na expectativa de uma catástrofe para depois se resolver o problema? Não acham que toda aquela zona merece ser alvo de uma atenção especial?

Há algum, ou está a ser feito algum plano para a erradicação das barracas ainda existentes no Concelho de Odivelas?

O que é que está a ser feito no sentido de acabar com os cabos de alta-tensão no meio da cidade, os quais hoje em dia se diz que podem provocar leucemias?

- Educação – Aqui está outra das áreas que precisa de uma grande reforma, o nosso parque escolar para além de escasso, está decrépito. Sei que para esta área, como para a área da saúde não há verbas que cheguem para fazer uma reforma total, conforme seria desejável e necessária, contudo, há com toda a certeza, caso haja vontade, a possibilidade para se fazerem alguns ajustes e melhoramentos.

- Segurança – Tem aparecido cada vez mais sinais de preocupação com as questões de segurança no nosso concelho, vindo alguns deles dos presidentes das Juntas de Freguesia, por isso pergunto: que tal investir no melhoramento da iluminação da via publica e na instalação de pelo menos uma esquadra por freguesia?

- Património e Cultural – O que é que tem sido feito e o que é que se está a fazer para não deixar degradar o nosso património histórico? O Tumulo de D. Dinis, talvez o maior símbolo do concelho está como todos sabemos a desfazer-se, há algum plano para o recuperar; e, para as fontes de Caneças que estão uma lástima, assim como a Igreja da Póvoa de St.º Adrião que é lindíssima e o Sr. Roubado que parece perdido e abandonado, também há algum plano? Eu sou da opinião que se deve fazer um plano para a recuperação de todo este património, no qual estejam previstas iniciativas que permitam a sua rentabilização.

Bom! …. Esta coluna já está extensa e por essa razão não me vou alongar muito mais, embora como todos sabem muito ainda haveria para escrever sobre as reformas e/ou medidas que poderiam e deveriam ser tomadas aqui em Odivelas, como por exemplo no que se refere aos espaços verdes, no apoio à terceira idade e às famílias carenciadas, às crianças que ainda não estão em idade escolar ou no apoio ao comércio local, etc., etc., mas fica para uma próxima oportunidade.

Antes de terminar quero só deixar bem claro, que até prova em contrário, sou da opinião que a actual presidente da Câmara está sensibilizada para tudo isto, onde levanto as minhas dúvidas é que ela consiga colocar em prática, devido a interesses partidários instalados, as reformas que se impõe e que a Sr.ª Presidente tenha a coragem de tomar algumas medidas, muitas delas pouco simpáticas, as quais poderão levar a que perca a presidência da Câmara.

Os sinais que têm sido transmitidos levantam-me muitas preocupações.

Vamos ver.


Nota: qualquer comentário a este texto pode ser feito para
miguelxb@gmail.com ou em http://cdsodivelas.blogspot.com.



In:
http://www.diariodeodivelas.com (Coluna às Direitas)

9.6.06

“Falida”, mas contente.

O problema é que uma gestão municipal baseada e orientado para o politicamente correcto, ainda por cima sem dinheiro, com o objectivo único de agradar o maior número de pessoas, de forma rápida e simplista não leva a lado nenhum.


É do conhecimento geral e não é segredo para ninguém que a Câmara Municipal de Odivelas atravessa há bastante tempo uma enorme crise financeira, aliás de outra forma não poderia ser; o concelho nasceu torto, pois as dividas e a estrutura que herdou de Loures eram pesadas. Para além de nascer torto, cresceu mal, muito mal, uma vez que logo a seguir a esse parto, já de si complicado, juntou-se uma gestão desastrosa, liderada pelo P.S., apoiada e partilhada pelo o P.S.D. e P.C.P., a qual aumentou desmesuradamente os custos com pessoal, viaturas, instalações, etc., etc., para além das verbas mal gastas, nas mais diversas situações.


Devo contudo dizer que aquando das últimas eleições autárquicas, embora não acreditando na estrutura do P.S. local (os resultados da sua gestão estavam e estão à vista) ainda fiquei com alguma esperança que a Dr.ª Susana Amador conseguisse alterar o rumo do concelho. A sua juventude, a sua pelo menos aparente sensibilidade e humildade, bem como a determinação e energia que parecia e ainda parece ter, foram alguns dos factores que contribuíram para essa minha, talvez, espero que não, ingénua esperança.

Na única conversa mais detalhada que tive com a Sr.ª Presidente da C.M.O., há pouco mais de 2 meses, fiquei com a sensação que a Sr.ª Dr.ª Susana Amador estava consciente das dificuldades e dos problemas existentes no concelho, tendo mesmo afirmado que o buraco financeiro ainda era maior do que imaginava, mas também fiquei com a certeza que iria tentar fazer um mandato baseado no politicamente correcto, com o objectivo único de criar o maior número de simpatias junto da população, pois sabe que só assim poderá sobreviver dentro das guerras internas do P.S..

O problema, é que uma gestão municipal baseada e orientado para o politicamente correcto, ainda por cima sem dinheiro (se a C. M.O. fosse uma empresa estava tecnicamente falida), com o objectivo único de agradar o maior número de pessoas, de forma rápida e simplista, não leva a lado nenhum.

As medidas de fundo não são tomadas, as reformas não se fazem, as poucas verbas existentes são canalizadas para auto-promoção (propaganda politica) e entretimento popular (festas e festinhas), e o tempo, esse é gasto em futilidades, de festa em festa, de sessão em sessão, de fotografia em fotografia.

O que eu digo e escrevo está à vista de todos, a Câmara está falida, a própria presidente diz que o buraco financeiro é muito maior do que pensava, há cortes de água por faltas de pagamento, no entanto, fazem-se festas, publica-se uma revista municipal com 60.000 exemplares de distribuição gratuita para promover a nossa autarca, fazem-se presidências abertas para ouvir as necessidades da população, etc., etc. e não se resolve qualquer problema estrutural, nem tão pouco se aponta nenhum rumo para resolver os graves problemas que afectam o concelho. Isto tudo, sempre com a Sr.ª Presidente em pano de fundo, com um ar contente, de sorriso no rosto e ar emocionado, chegando mesmo a ponto de afirmar: Odivelas está na moda.

Esta situação tem que acabar, a Srª Presidente não pode continuar por aqui, tendo nas suas mãos uma câmara falida, a passear contente e a olhar para o lado, como se nada se passasse. Tem que se falar a verdade (expressão muito utilizada pele Sr. Eng. José Sócrates), tem que se dar a entender a realidade, tem que se começar a decidir e a tomar medidas por muito que isso custe, caso contrário a criança (Concelho de Odivelas) que teve um parto difícil e que cresceu cheia de vícios corre grandes perigos de se perder.

30.5.06

A Politica e o Desporto (A Prova)

Nem de propósito!

Passados que foram, apenas 10 dias, da publicação no Jornal de Odivelas do artigo que escrevi sobre a Politica e o Desporto (ver post abaixo), o Diário de Odivelas vem agora por a descoberto tudo o que aí mencionei, com fotografias e entrevistas dos protagonistas.

Veja as entrevistas e as fotos que foram publicadas hoje no Diário de Odivelas e depois tenha a paciência de ler o artigo que escrevi.


Nem de Propósito!

Susana Amador e Humberto Fraga (Diário de Odivelas)


Fonte: Diário de Odivelas

Susana Amador (Diário de Odivelas)


Susana Amador, Presidente da Câmara de Odivelas comentou o jogo e a subida de divisão:
É uma felicidade enorme, individual e colectiva, assistir-mos a este jogo com esta qualidade, com estes jogadores tão bem entrosados, a jogar tão bem em equipa e em colectivo, a provar claramente que a união faz a força e jogadores com esta qualidade e esta capacidade de entrosamento só poderiam estar condenados ao sucesso e por isso os parabéns ao Odivelas Futebol Clube que tem equipas e jovens com esta qualidade e como Presidente da Câmara estou, de facto, cheia de orgulho por ter uma equipa com esta qualidade e com este resultado. A primeira Divisão significa maior projecção para o Odivelas Futebol Clube e maior projecção para o concelho. Será sem dúvida mais uma imagem de marca para o concelho de Odivelas e por isso terão todo o apoio e toda a estima por parte da Câmara Municipal.
O concelho de Odivelas "está na moda" e pelos melhores motivos. A partir de agora na 1ª Divisão Nacional de Futsal o Odivelas Futebol Clube terá direito a uma maior visibilidade mediática e o nome do clube, e o nome do concelho estão intimamente associados. Esperamos que continuem a ser coroados de enormes sucessos e êxitos desportivos. O Desporto continua a ser o elo galvanizador de uma freguesia, de um concelho e de um país. Sentiu-se hoje aqui esse elo e essa galvanização. Dizem que as mulheres não ligam ao futebol mas eu vibrei hoje aqui e não serei com certeza uma excepção. As mulheres estão cada vez mais envolvidas no desporto, basta ver a bandeira que milhares de mulheres portuguesas fizeram no estádio do Jamor. Homens e mulheres estão envolvidos na actividade desportiva porque a prática desportiva, formal ou informal, é de facto um ganho para o país em termos económicos e turísticos. O turismo de Odivelas pode também ganhar com esta perspectiva de clubes cada vez mais visíveis e mais mediáticos. O Odivelas Futebol Clube já era uma referência no concelho e agora ainda se torna mais visível e mais emergente a sua força como clube.

DO- Com a passagem à 1ª Divisão o Odivelas vai ter mais despesas. A Câmara pode dar mais apoios?

S. A. - Com certeza. O PARDO - Programa de Apoio ao Rendimento Desportivo - está feito para os clubes que estejam em competições de alto nível e o Odivelas pode continuar a concorrer a esses subsídios do PARDO destinados a esse efeito

Fonte: Diário de Odivelas

Humberto Fraga (Diário de Odivelas)


"Vamos continuar a lutar, vamos continuar a bater às portas. Vamos continuar a pedir auxílios. Se não os tivermos não vamos deitar a toalha ao chão e vamos continuar neste caminho."

Fonte: Diário de Odivelas

29.5.06

Reveista Municipal e Cometna que Futuro? (Diário de Odivelas - Coluna às Direitas)

Hoje vou começar por dar os parabéns ao Rotary Clube de Odivelas e a todos os que colaboraram na excelente iniciativa que teve lugar no passado Sábado na Biblioteca Municipal D.Dinis. Com esta iniciativa “As terras e as Gentes” foi possível mergulharmos no passado da nossa terra e imaginarmos um pouco como era a vida há uns anos atrás e como a mesma tem vindo a mudar.

Quero ainda aproveitar para dar também os parabéns às pessoas da Paróquia de Odivelas que no passado dia 13 de Maio organizaram uma peregrinação com a presença da Imagem da Nossa Srª de Fátima, desde a Igreja até ao Complexo Desportivo do O.F.C., onde foi rezado Terço (Vivo) por milhares de pessoas. Ainda sobre este assunto não quero deixar de mostrar a minha surpresa por não ter visto em qualquer órgão de informação do concelho uma reportagem sobre este acontecimento que tanto Odivelenses mobilizou.

Parabéns, iniciativas destas são fundamentais para revitalizar culturalmente o nosso concelho.

Para a Coluna às Direitas de hoje escolhi dois temas; um relacionado com a forma como por vezes se gasta mal e injustificadamente o dinheiro da autarquia, como foi o caso da revista municipal há pouco editada e distribuída de forma gratuita; e outro sobre as ideias do PDM para o terreno da Cometna em Famões.


Revista Municipal = Propaganda Politica


A situação financeira da Câmara é pior do que nós imaginávamos, disse a Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Sr.ª Dr.ª Susana Amador, numa reunião onde eu estive presente pouco tempo antes de ser noticiada a reedição de uma revista municipal de distribuição gratuita.

Confesso que quando vi esta notícia, para além de ter ficado surpreendido, tive dificuldade em acreditar na veracidade da mesma, no entanto ainda pensei que a revista tivesse o intuito de promover o concelho, mas não, pura ingenuidade a minha, esta revista não faz mais do que propaganda politica e tem como objectivo principal promover os autarcas do P.S. actualmente em funções na Câmara Municipal de Odivelas e sobretudo a Sr.ª Presidente.

Vejamos: 15 fotografias da Sr.ª Presidente; 6 página (21% da revista), uma entrevista (5 pág.), mais uma carta ao munícipe (1 pág.), ocupada directa e exclusivamente pela Sr.ª Dr.ª Susana Amador e mais várias páginas dando informação de acções da câmara, onde estão colocadas estrategicamente fotografias da Sr.ª Presidente para ajudarem à sua promoção,

Não gosto de fazer demagogia, sou contra demagogias baratas e até simpatizo pessoalmente com a Sr.ª Presidente da Câmara Municipal, mas francamente esta revista ultrapassa tudo o que é bom senso; distribuição gratuita de 60.000 exemplares, com 28 páginas a cores, para promover alguns autarcas socialistas do concelho, penso que é gozar com os munícipes.

Não posso compreender esta revista pelo seu objectivo, propaganda politica, mas muito menos a posso compreender neste momento, quando todos sabemos as enormes dificuldades financeiras que o Município atravessa e das carências que há a todos os níveis, como por exemplo, na saúde, na segurança, na educação, na assistência social e no desporto.

Para além disso é um mau exemplo dado aos Srs. Presidentes da Juntas de Freguesia, pois como todos sabemos alguns deles também gostam de utilizar este método de promoção e assim sentem-se mais motivados para o fazer, pois encontram aqui um óptimo pretexto e exemplo.



Terrenos da Cometna – Que futuro?

Começou a debater-se e a discutir-se o PDM de Odivelas de uma forma diferente, pela positiva e segundo parece começam a ser dados alguns passos em frente para a sua aprovação. Vamos ver se é desta que temos um PDM próprio, bom e aprovado; espero que sim.

Como já noutros textos escrevi o PDM é um Plano Director Municipal que é elaborado em função da realidade existente e de um determinado objectivo estratégico para o concelho, portanto antes de dizer que se vai fazer isto, ou aquilo, importa perceber e saber o que é queremos que seja Odivelas no futuro.

Não adianta dizer que vamos fazer um pólo tecnológico, um pólo empresarial, um parque temático, ou outra coisa qualquer, aqui ou ali, para depois ficarem isolados no meio do concelho e sem o apoio das infra-estruturas que estes investimentos necessitam para terem sucesso.

Portanto, na minha opinião, mais uma vez afirmo, é essencial que sejam traçados o, ou, os objectivos estratégicos, para depois em função disso se criarem as condições necessárias para o(s) atingir.

A propósito do PDM, porque já muitas pessoas têm abordado e falado sobre o terreno da Cometna e qual a utilização dar-lhe, porque considero que este espaço pode ser decisivo para o desenvolvimento de Famões e para o melhorar a qualidade de vida, não só dos Famoenses em particular, como da generalidade da população do concelho, hoje vou abordar este assunto.

Como todos sabem a Cometna está localizada na pacata Vila de Famões, Vila essa que tem graves carências de equipamentos nas mais diversas domínios, como por exemplo na área da saúde, da segurança, da educação, do desporto, da cultura, do lazer e dos serviços.

A Vila caracteriza-se por ter uma quantidade enorme de bairros, um terreno com declives geográficos bastante acentuados, sem que haja um verdadeiro centro e por os poucos serviços de apoio à população estarem todos dispersos.

Assim sendo, porque os terrenos da Cometna estão bem enquadrados (geograficamente falando) na freguesia e têm uma área considerável (aproximadamente 20 campos de futebol) podem ser como acima afirmei decisivos para o futuro de Famões.

Portanto ao estudar-se para que fins devem servir estes terrenos tem que se ter em consideração qual o impacto que o mesmo vai ter em Famões e a importância que podem eventualmente ter para o tal objectivo estratégico, o qual eu defendo, que deve existir para o concelho.

Vejamos, fazer um parque onde esteja incluído um pólo universitário, tecnológico e empresarial, como parece ser a proposta do actual executivo da Câmara pode ser uma boa solução, desde que seja devidamente avaliada a possibilidade de sucesso, o enquadrado e a contribuição que pode trazer para o tal objectivo estratégico do concelho. Mas atenção, não basta pensarmos que a ideia é boa, bonita e soa bem, só porque hoje em dia está muito em voga falar de desenvolvimento tecnológico, têm que ser feitos estudos sérios de viabilidade económica, do impacto e mais valias que pode trazer para o concelho, caso contrário arriscamos a criar aqui um “mono”.

Mas há mais alternativas, as quais também carecem de um estudo de viabilidade e de impacto, uma delas porque me parece que merece ser considerada pela importância que pode ter deixo-a aqui expressa para que caso julguem pertinente a considerem.

A alternativa consiste em considerar a possibilidade de transformar os terrenos da Comtena no tão ambicionado Parque Municipal, pois este terreno tem uma boa área e está localizado no centro de 5, das 7 freguesias, que fazem parte do concelho (Pontinha, Famões, Caneças, Ramada e Odivelas). Este parque para além dos necessários espaços verdes, podia estar equipado com equipamentos desportivos, auditório (s), esplanadas, cafés, restaurantes, algumas lojas e até ter alguns dos equipamentos que fazem falta em Famões, como uma esquadra, um centro de saúde, uma escola, um posto de correios, etc. etc. todos perto uns dos outros, o que com toda a certeza contribuiria para melhorar a qualidade de vida dos Famoenses, para a valorização da freguesia e seria uma mais valia para todo o concelho.

20.5.06

A Politica e o Desporto

Porque há uns dias rebentou em Odivelas mais uma polémica entre entidades politicas e desportivas, agora por causa de uma antena, resolvi abordar sobre este assunto.
Como todos sabem a relação entre a política e o desporto, por vezes é tudo menos pacífica, aliás os vários episódios a que temos assistido, não só a nível local, como também a nível nacional comprovam-no e podemos mesmo dizer que ultrapassam as regras do chamado “fair play”, um termo que se convencionou internacionalmente como sendo politicamente correcto (efeitos da globalização).
Contudo o grande problema que se levanta neste caso não são as avenças ou as desavenças entre estes agentes, o grande problema é que estas desavenças desacreditam os intervenientes, prejudicam as entidades e consequentemente a generalidade da sociedade. Não basta encolhermos os ombros e pensarmos que tanto nos faz, não basta, porque desporto todos queremos e políticos também não há forma de os não ter.
Vou tentar enquadrar aquilo que para mim está na origem da questão, começando por caracterizar generalistamente cada um dos protagonista:
- Dirigentes Desportivos - são pessoas que por norma estão nesta actividade por “carolice” e amor ao clube. Mesmo que isso lhes traga algum protagonismo, lhes dê alguma visibilidade e notoriedade, estas pessoas, refiro-me às que andam nisto com boas intenções, estão sempre a procurar apoios e financiamentos para conseguirem que o clube atinja os objectivos que desejam e a que se propuseram atingir. Como hoje em dia os investimentos em equipamento desportivos, os custos de manutenção e os custos relacionados com os recursos humanos são elevadíssimos, estes dirigentes têm que andar permanentemente à procura de financiamentos, apoios e outras formas de criar receitas, pois só a quotização não chega. Os dirigentes desportivos contactam diariamente com muitas pessoas, geralmente são muito respeitados, tanto pelos sócios do clube, como por outras colectividades e entidades, como também pela generalidade da população.
- Políticos – São pessoas que por norma, quero querer, estão nesta actividade porque acreditam que podem contribuir com algo de bom para a sociedade, mas creio também que a maior parte faz da política a sua profissão, a sua carreira e que por essa razão têm ambições a lugares com mais poder de decisão, o que é legitimo. Estas pessoas, vivem num e de um regime democrático, como tal para poderem chegar aos lugares que ambicionam têm que ser eleitas, para isso necessitam de ser conhecidas, de ter alguma popularidade junto dos eleitores e dos chamados “líderes de opinião”. Também são estas pessoas, quando eleitas, que decidem o que apoiar, o que financiar, como e quem.
Caracterizados que estão em termos genéricos os protagonistas na área politica e desportiva, facilmente chegamos à conclusão que caso não haja um grande cuidado, sobretudo da parte dos políticos, facilmente aparecem problemas ou mal entendidos.
Em termos práticos o que tende a acontecer é os políticos quererem aparecer nos clubes, por vezes de forma bem visível, na altura das festas, de comemorações e de jogos importantes, assim como em períodos eleitorais, nas chamadas visitas institucionais. Esta prática, por parte dos agentes políticos não a considero incorrecta, penso aliás que é correcta, pois para além de muitas vezes ser reflexo de muitas horas de trabalho em comum para um mesmo objectivo, é também um sinal dado pelos políticos do apoio institucional. Para a classe política, para além do significado que estes acontecimentos possam ter, é também uma oportunidade para estarem em contacto com os simpatizantes dos clubes e demonstrar que estão ao lado do clube, o que cai sempre bem e que pode ajudar a projectar a sua popularidade.
No entanto, é aqui que nascem por vezes as complicações e mal entendidos, os dirigentes desportivos, ávidos de receitas, cientes de que os políticos estão a aproveitar estas ocasiões para se auto promover aproveitam estas oportunidades para tentarem arranjar algum financiamento, ou apoio para os seus clubes.
Como todos sabemos, conhecendo as características do português que tende a ser um “porreiro”, sobretudo quando quer algo em troca, neste caso em alturas eleitorais, o politico tende sempre a facilitar, a não dar respostas claras e até a fazer falsas promessas, o que gera falsas expectativas; neste caso junto dos dirigentes desportivos, os quais, mais tarde confrontados com a realidade ficam revoltados, porque se sentem enganados.
Replicando tudo isto para o caso da antena no O.F.C., não obstante o facto de naquele mesmo terreno já lá existir uma antena, de haver também uma escola que tem outra, dos cabos de Alta Tensão serem o que são em Odivelas e da actual Presidente da Câmara manifestar através do comunicado uma pretensão de colocar termo a esta situação e/ou pelo menos não querer que sejam abertos mais procedentes, o que me parece que está aqui em causa é o que acima mencionei:
Falsas expectativas, criadas por respostas pouco claras e/ou mesmo por falsas promessas eleitorais. Senão vejamos, esta solicitação, segundo consta (comunicado do O.F.C.) foi feita em Maio, há 1 ano; em Outubro houveram eleições autárquicas, pelo que no período que as procederam foram feitas várias visitas institucionais, numa delas onde participei a direcção do O.F.C. questionou-nos sobre este assunto em concreto, pois representava para o clube uma receita superior a 150.000.00 euros, estou certo que o mesmo aconteceu não só a todas as outras delegações, como também à delegação do partido P.S. que agora está à frente dos destinos da autarquia, como à do P.S.D. que a apoia.
Qual foi a resposta dada por esses partidos nessa altura? Foi clara ou dúbia? Foi sim ou não?
… Aqui é que está a questão.
Por outro lado as eleições já foram há 7 meses, já houveram contactos formais e informais entre ambas as entidades e só agora é que vem uma resposta negativa da C.M.O., quando afinal segundo mostra o comunicado no seu ponto 7 (nota 1) já sabiam que ia ser. Penso sinceramente que algo correu mal em todo este processo, não só nas expectativas criadas, não sei se directamente pela Sr.ª Presidente da Câmara ou por qualquer outro membro do seu partido, como também no tempo (1 ano) que se demorou a dar uma resposta, concordando nós, ou não com ela. Ouvir um não já é mau, agora ouvir um não tardio ainda é pior, pois para além de criar dificuldades de planeamento, pode criar danos dificilmente recuperáveis, como parece ser o caso.
Os políticos tem que saber dizer sim, saber dizer talvez ou vamos ver e sobretudo têm que saber dizer não nas alturas certas, por muito que isso lhes custe.
Miguel Xara Brasil
Vice-Presidente do CDS-PP
Sócio do O.F.C.
Nota 1:
Comunicado da C.M.O. (ponto 7) - Assim, e no quadro da alteração do PDM, a Câmara Municipal de Odivelas em colaboração com o Instituto Superior Técnico vai proceder ao levantamento da Carta de Risco Electromagnético, pelo que, com base nesse estudo fundamentado, teremos condições, ou não, para fazer a alteração pretendida pelo OFC.

14.5.06

Globalização

Estranha palavra esta que tão depressa entrou no nosso dia a dia, mas não entrou só a palavra, entrou também a própria da globalização. Palavra essa que na sua plenitude pretende transformar o mundo numa pequena aldeia global, onde “tudo” será igual, onde “todos” usaremos e comeremos as mesmas coisas, onde haverá uma só raça (mistura de todas as raças), onde todos falaremos a mesma língua (inglês) e usaremos a mesma moeda (dólar), onde todos teremos as mesmas leis e a mesma religião (nenhuma).

A globalização tem-se vindo a enraizar na sociedade moderna por razões económicas, pois só assim as grandes multinacionais conseguem aumentar significativamente o seu número de clientes, as suas vendas, os seus lucros e o seu poder. No entanto não basta as multinacionais entrarem, montarem as suas fábricas ou empresas, ou simplesmente colocarem os seus produtos à venda noutros países, porque só assim não o conseguiriam. Estas empresas têm que educar os seus novos clientes, têm que transformar os seus hábitos e desenraíza-los, para que estes comprem os seus produtos.

Este movimento é muito forte, movimenta biliões e biliões, por isso consegue exercer as influências que quiser e onde quiser, tanto através da publicidade, como de prsões politicas, como até de guerras sempre que necessário. Este movimento não nasceu fruto do acaso, nasceu com toda certeza de forma programada e planeada, o qual tem por objectivo último governar o mundo de forma centralizada.

É neste caminho da globalização que nos encontramos actualmente, caminhamos para termos uma só língua, um só estado, uma só raça e uma só religião.

Ao lerem isto alguns de vós ficam admirados e/ou espantados, outra parte, a maior parte está a pensar: este gajo é louco.

Pois é talvez seja, sinceramente gostava de estar enganado, pelo menos em parte, mas as evidencias são mais do que muitas. Em Portugal, aliás como no resto dos países comunitários, a lei europeia sobrepõe-se à nacional, nada um país pode fazer sem estar autorizado pela comunidade europeia e muito tem que fazer por ordem desta, desde as coisas mais simples até às mais complexas, desde deixar de beber bagaço, de deixar de usar galheteiro, de deixar de matar um porco numa festa, ou de comer um algodão-doce num pau, como até, ter que utilizar a mesma moeda (euro), ou ter que ter uma determinada taxa de inflação.

Enfim, economicamente a globalização vai de vento em poupa, o bloco europeu está montado, o americano também e o asiático está-se a montar, as relações entre estes blocos já são estreitas, basta ver os intercâmbios que existem hoje em dia a todos os níveis e depois será só uni-los, sob um governo das Nações Unidas.

Mas há mais evidências:

- No ensino, a qualidade e o nível de exigência tem vindo a diminuir, por vezes somos levados a pensar que é por má gestão dos nossos governantes, mas de facto não creio, creio que é feito de forma propositada, pois quanto mais cultas forem as populações maior dificuldade existe em levar a cabo um plano destes; por outro lado dizem-nos que faltam verbas para a educação, no entanto investe-se em aulas de inglês, a tal língua global.

- Quanto à raça, aqui é evidente que cada vez há uma mistura maior de raças, pois pela convivência mais próxima que existe hoje em dia entre pessoas de raças diferentes, cada vez haverá um maior número de crianças a nascer fruto dessas relações.

- A Religião - Aqui há um claro objectivo de fazerem de todos nós ateus, pois como é sabido as religiões são contra os excessos de consumo e contra determinado tipos de consumos e comportamentos, isto não interessas nada à globalização; para além disso há um aspecto mais importante, è que há no mundo muitas pessoas religiosas, as quais seguem a sua religião e os seus líderes, líderes esses que poderão funcionar como um contra poder aos interesses da globalização, tanto económicos, como políticos. Assim temos assistido nos últimos tempos a vários ataques tanto às mais variadas religiões, como aos seus líderes, por exemplo, aos Muçulmanos, fazem passa-los como se todos fossem terroristas, fazendo esquecer que no meio deles há muitos, talvez a grande maioria que são pacíficos e que só procuram o bem; aos católicos fazem uma guerra surda, não os enfrentam directamente por serem católicos, mas estão permanentemente a tentar lançar medidas, temas e noticias com o objectivo de enfraquecer a Igreja e os seus líderes, tais como o aborto, os casamentos “gay’s”, a adopção de crianças por esses casais, a proibição de crucifixos nas escolas e até a noticia que vinha este fim de semana no Jornal Expresso, onde se dizia que o Patriarca iria ser retirado do Protocolo de Estado.

Bem, sobre este tema haveria muito mais para dizer, mas por hoje chega, fico-me por aqui, no entanto não pensem que sou da opinião que a globalização é só coisas más, não, não é, tem muitos aspectos positivos, desde logo a velocidade a que se tem verificado o desenvolvimento económico, tecnológico e cientifico, outras questões há, como a questão da raça e da língua, as quais estão nas mão de cada um de nós escolher se as quer ou não, sou contra, é com a forma como subtilmente nos fazem esta lavagem ao cérebro e nos obrigam a aceitar determinadas regras e comportamentos.