14.6.14

Secundária de Caneças: Renda anual à ‘Parque Escolar’ vale 400 mil

A degradação é imensa numa escola nova utilizada apenas pelo segundo ano

A Escola Secundária de Caneças é uma das escolas novas cujas obras terminaram aparentemente em Setembro de 2012, no início do ano lectivo 2012-2013. Foi uma das edificações da fase 3 da empresa Parque Escolar. Cinco meses bastaram para colocar a nu as fragilidades desta construção: Os materiais utilizados são de muito baixa qualidade e fica-nos a ideia que os acabamentos foram dirigidos por técnicos sem qualquer experiência ou qualificação acima de tudo prática.
O pior aconteceu em menos de dois anos. A degradação é imensa: Dezenas de fendas nas empenas do edifício já foram remendadas; os resguardos interiores das janelas tiveram de ser todos retirados porque eram em mdf (aglomerado folheado) e empolaram com as diferenças de temperatura e humidade, impedindo as janelas de abrir; muitos dos puxadores das portas foram substituídos; o auditório não foi concluído; ainda faltam os equipamentos para algumas salas de aula que continuam vazias.


Ainda assim, este ano, a escola pagou à empresa Parque Escolar uma renda de 400 mil euros que inclui - imagine-se - 192 mil euros para despesas de reparação e manutenção. Ou seja, a escola ainda paga para ver corrigidos erros de obra já que a manutenção nem vê-la: basta dar uma volta pelo exterior para ver a degradação absoluta de tectos falsos nos alpendres e das zonas verdes. E se isto não bastasse, no pavilhão que foi recuperado, os alunos não podem tomar banho de água quente porque o interface que transfere o aquecimento dos sistema solar para a caldeira nunca funcionou.

Na Secundária de Caneças, o projecto de arquitectura será certamente o melhor desta obra, tanto mais que foi premiado. Mas desenganem-se os mais iletrados na matéria. Em bom rigor, o projecto não serve a uma escola: corredores enviesados, com rampas e mais rampas; pavimentos polidos, mesmo nas rampas que as transformam em escorregas; floriras (?) oblíquas; grandes superfícies vidradas interiores e quase nenhumas viradas ao exterior, promovendo uma escola sem luz natural; portas de acesso sobrelevadas relativamente ao solo nos pavimentos inclinados; uma escada caracol em aço pintado, demasiado perigosa para quem circula no piso inferior e para quem a utiliza. 

LEGENDA 1 : Não existem empenas do edifício sem fissuras.
LEGENDA 2 : Tiveram de retirar todos os resguardos das janelas porque o MDF folheado inchou com a humidade e diferenças de temperatura, impossibilitando a abertura das janelas.
LEGENDA 3 : Tectos de pladur não resistem às infiltrações.
LEGENDA 4 : Corredores são verdadeiros escorregas de grandes dimensões. têm quase todos rampas e nenhum possui opavimento anti-derrapante com manda a legislação. Esquinas são muitas. E o perigo esconde-se ainda numa escada de aço em forma de caracol.

José Maria Pignatelli
Deputado Municipal






http://odivelas.com/2014/06/12/odivelas-escola-braamcamp-freire-um-grande-premio-cheio-de-problemas/




12.6.14

MAL ESTACIONADO. O TRANSGRESSOR ESTÁ OBRIGADO A COMPORTAMENTO RIGOROSO



Há passagens de peões que não deviam existir. Talvez por estarem mal posicionadas, ou talvez não. Mas por não serem visíveis de todo. Ou por serem sistematicamente ignoradas, há anos, pelos automobilistas que não se lembram do código da estrada ou fazem de conta. Porque em Odivelas é raríssimo qualquer agente da PSP coimar, por mau estacionamento, muito menos sobre uma passagem de peões.

Mas nem todos os prevaricadores são iguais, sobretudo quando alguns estão obrigados a dar o exemplo e ter um comportamento rigoroso, por que representam eleitores que neles confiaram para administrar a coisa pública. E exige-se muito mais de quem tem responsabilidades efectivas na área da protecção civil: impõe-se urbanidade e gentileza para com os iguais. Aquela passagem de peões não está assim tão invisível. E quando se conduz, todos estamos coagidos a cumprir a Lei do Código da Estrada que é claríssimo neste domínio. Ou não será?

Há anos, que na cidade de Odivelas, mesmo frente à porta do número 11, da Rua Augusto Gil, se pintou uma “passadeira”. Mas contam-se pelos dedos da mão os minutos em que se encontra totalmente desobstruída durante um dia.

Aliás, esta passagem de peões é invariavelmente contestada pelos moradores que mais a utilizam, por se encontrar junto a uma espécie de cruzamento descentrado: no local, encontram-se as ruas de São José, Augusto Gil e de Santo António, numa quase encruzilhada relativamente perigosa para todos. Mas não está assim tão invisível: Antes, a Junta de Freguesia, e mais recentemente, o vereador que tem o pelouro das obras municipais (agora, vice-presidente) não esquece de a manter bem “viva”. 


José Maria Pignatelli