A degradação é imensa numa escola nova utilizada apenas pelo segundo ano
A Escola Secundária de Caneças é uma das escolas novas cujas obras terminaram aparentemente em Setembro de 2012, no início do ano lectivo 2012-2013. Foi uma das edificações da fase 3 da empresa Parque Escolar. Cinco meses bastaram para colocar a nu as fragilidades desta construção: Os materiais utilizados são de muito baixa qualidade e fica-nos a ideia que os acabamentos foram dirigidos por técnicos sem qualquer experiência ou qualificação acima de tudo prática.
O pior aconteceu em menos de dois anos. A degradação é imensa: Dezenas de fendas nas empenas do edifício já foram remendadas; os resguardos interiores das janelas tiveram de ser todos retirados porque eram em mdf (aglomerado folheado) e empolaram com as diferenças de temperatura e humidade, impedindo as janelas de abrir; muitos dos puxadores das portas foram substituídos; o auditório não foi concluído; ainda faltam os equipamentos para algumas salas de aula que continuam vazias.
Ainda assim, este ano, a escola pagou à empresa Parque Escolar uma renda de 400 mil euros que inclui - imagine-se - 192 mil euros para despesas de reparação e manutenção. Ou seja, a escola ainda paga para ver corrigidos erros de obra já que a manutenção nem vê-la: basta dar uma volta pelo exterior para ver a degradação absoluta de tectos falsos nos alpendres e das zonas verdes. E se isto não bastasse, no pavilhão que foi recuperado, os alunos não podem tomar banho de água quente porque o interface que transfere o aquecimento dos sistema solar para a caldeira nunca funcionou.
Na Secundária de Caneças, o projecto de arquitectura será certamente o melhor desta obra, tanto mais que foi premiado. Mas desenganem-se os mais iletrados na matéria. Em bom rigor, o projecto não serve a uma escola: corredores enviesados, com rampas e mais rampas; pavimentos polidos, mesmo nas rampas que as transformam em escorregas; floriras (?) oblíquas; grandes superfícies vidradas interiores e quase nenhumas viradas ao exterior, promovendo uma escola sem luz natural; portas de acesso sobrelevadas relativamente ao solo nos pavimentos inclinados; uma escada caracol em aço pintado, demasiado perigosa para quem circula no piso inferior e para quem a utiliza.
LEGENDA 1 : Não existem empenas do edifício sem fissuras.
LEGENDA 2 : Tiveram de retirar todos os resguardos das janelas porque o MDF folheado inchou com a humidade e diferenças de temperatura, impossibilitando a abertura das janelas.
LEGENDA 3 : Tectos de pladur não resistem às infiltrações.
LEGENDA 4 : Corredores são verdadeiros escorregas de grandes dimensões. têm quase todos rampas e nenhum possui opavimento anti-derrapante com manda a legislação. Esquinas são muitas. E o perigo esconde-se ainda numa escada de aço em forma de caracol.
José Maria Pignatelli
http://odivelas.com/2014/06/12/odivelas-escola-braamcamp-freire-um-grande-premio-cheio-de-problemas/
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