14.10.13

CORTES APENAS NAS PENSÕES DOS VIÚVOS E ACIMA DOS 2000 EUROS

PAULO PORTAS MANTÉM-SE CONTRA 
A «TSU DOS PENSIONISTAS».

Ontem, domingo, o ministro Paulo Portas explicou que o corte nas pensões de sobrevivência será apenas para os que auferem mais de 2000 euros, somadas as reformas e mesmo assim não será igual para todos. Antes, numa fórmula gradual de acordo com o valor total das rendas que cada um recebe.
O líder do CDS-PP contrariou assim os mais pessimistas que garantiram que os cortes começariam logo no patamar entre os 650 e 700 euros. O ministro calou os seus maiores detratores a começar por alguns comentadores mais conhecidos, como Marcelo Rebelo de Sousa que, há uma semana, foi crítico desta medida, tão-só por ter embarcado nas profecias dos mais críticos e da oposição que se fizeram pós-avaliação da ‘troika’. Em contraciclo, Luís Marques Mendes, no sábado à noite, na SIC, admitiu logo que o patamar de início para este corte seria seguramente acima dos 1500 ou mesmo 1700 euros.
Afinal, a “montanha pariu um rato”: Esta decisão tomada pelo governo, no conselho de Ministros extraordinário de domingo, afecta apenas 5,6% dos pensionistas nestas condições. Também deixa de fora os deficientes e os combatentes nas antigas guerras coloniais.
O líder centrista acabou opor fazer jus às suas afirmações de há um ano atrás: Que era contra o «cisma grisalho», reflectida naquilo que apelidou de «TSU (taxa social única) aos pensionistas».
Esta actuação de Paulo Portas revela que o político não deixou na gaveta alguns dos princípios tão publicados pelo CDS e pela democracia cristã, apesar da crise e do que a ajuda financeira internacional, personificada pela ‘Troika’, impõe ao País.
Em todo o caso, tornam-se necessárias medidas que elevem o governo a uma posição mais social-democrata e democrata-cristã e menos conservadora, de direita ou ultraliberal, sobretudo no que respeita à partilha de deveres contributivos que ajudem o País a recuperar da crise financeira. E em simultâneo a coragem para fazer uma verdadeira reforma do Estado que não impenda unicamente na diminuição de funcionários e das suas remunerações.

Sem comentários: