A «TSU DOS PENSIONISTAS».
Ontem, domingo, o ministro Paulo
Portas explicou que o corte nas pensões de sobrevivência será apenas para os que
auferem mais de 2000 euros, somadas as reformas e mesmo assim não será igual
para todos. Antes, numa fórmula gradual de acordo com o valor total das rendas
que cada um recebe.
O líder do CDS-PP contrariou assim os
mais pessimistas que garantiram que os cortes começariam logo no patamar entre
os 650 e 700 euros. O ministro calou os seus maiores detratores a começar por
alguns comentadores mais conhecidos, como Marcelo Rebelo de Sousa que, há uma
semana, foi crítico desta medida, tão-só por ter embarcado nas profecias dos
mais críticos e da oposição que se fizeram pós-avaliação da ‘troika’. Em contraciclo,
Luís Marques Mendes, no sábado à noite, na SIC, admitiu logo que o patamar de
início para este corte seria seguramente acima dos 1500 ou mesmo 1700 euros.
Afinal, a “montanha pariu um rato”: Esta
decisão tomada pelo governo, no conselho de Ministros extraordinário de
domingo, afecta apenas 5,6% dos pensionistas nestas condições. Também deixa de
fora os deficientes e os combatentes nas antigas guerras coloniais.
O líder centrista acabou opor fazer
jus às suas afirmações de há um ano atrás: Que era contra o «cisma grisalho»,
reflectida naquilo que apelidou de «TSU (taxa social única) aos pensionistas».
Esta actuação de Paulo Portas revela
que o político não deixou na gaveta alguns dos princípios tão publicados pelo
CDS e pela democracia cristã, apesar da crise e do que a ajuda financeira
internacional, personificada pela ‘Troika’, impõe ao País.
Em todo o caso, tornam-se necessárias
medidas que elevem o governo a uma posição mais social-democrata e democrata-cristã
e menos conservadora, de direita ou ultraliberal, sobretudo no que respeita à
partilha de deveres contributivos que ajudem o País a recuperar da crise
financeira. E em simultâneo a coragem para fazer uma verdadeira reforma do
Estado que não impenda unicamente na diminuição de funcionários e das suas
remunerações.
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