ELEIÇÕES
AUTÁRQUICAS 2013 (1)
Os eleitores
escolheram livremente, no dia 29 de Setembro. Sobre o concelho de Odivelas, a
terra onde nasci e vivo, os resultados não foram tão surpreendentes assim: Os munícipes
não participam nas reuniões públicas do Executivo da Câmara, nem nas Assembleias
Municipais (é claro que estas se realizam durante o horário de trabalho mais
habitual), o que não lhes permite conhecer a realidade da gestão da Câmara de
Odivelas.
Por outro
lado, o discurso político também não permite que os cidadãos percebam a
amplitude das decisões. Saliente-se que os temas mais complexos e que abrem
maior debate, apenas são levados a reuniões da Câmara à porta fechada. Portanto,
os munícipes só sabem o que os políticos lhes querem dizer. Participei em quase
todas, nestes últimos 4 anos, e apercebi-me do teatro político e das enormes
contradições entre quem decide.
O desfecho
destas eleições autárquicas mostra que a abstenção somada aos votos brancos e
nulos são uma maioria preocupante. Em Odivelas, em média, significaram 64% dos
eleitores. Só na eleição para o governo da Câmara isso representou 66,57% e a
abstenção situou-se nos 57,11%, a maioria dos eleitores do concelho.
VOTOS BRANCOS
E NULOS FORAM QUASE 5000:
REPRESENTAM UMA 4º FORÇA
Para a mesma
eleição – Executivo da Câmara -, entre os cidadãos que se deslocaram às urnas,
2583 votaram em branco e 2403 anularam os seus boletins de voto. Este número de
eleitores era suficiente para alterar o panorama dos resultados eleitorais.
Somados, representam uma 4ª força. Esta é uma análise que os políticos não
fazem, mas deviam considerá-la.
Os cidadãos
acreditam cada vez menos na maioria dos candidatos e no próprio sistema. Em 39
anos de democracia, o País não evoluiu grandemente, não saiu da crise (ainda
que em alguns momentos tenha estado adormecida) e encontra-se agora num momento
de enormes dificuldades sociais e económicas. Portugal também não evoluiu
culturalmente.
EM ODIVELAS,
O PS GANHOU COM APENAS 17,20%
DOS ELEITORES DO CONCELHO
Realmente a
classe política deve meditar: Por exemplo, em Odivelas, para o Executivo da
Câmara Municipal ganhou o Partido Socialista com 39,52% dos votos expressos, ou
seja 20.821 eleitores de um total que ultrapassa os 121.000 (119.594 inscritos
em 2011). Portanto, na realidade, o PS ganhou com 17,20% do total de eleitores
do concelho de Odivelas.
Estas
percentagens são comuns a uma maioria muito significativa dos 308 concelhos do
País. Se a isto somarmos que a vontade de centenas de milhares de portugueses
foi de votar contra o governo, então temos a preocupante noção que não se
escolheram projetos e pessoas para as governações dos concelhos e das
freguesias.
Quem não
ganhou as eleições é porque explicou mal o seu projeto: Falhou no planeamento
financeiro, na estratégia, na comunicação e terá personalizado a sua
candidatura em demasia.
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