Aqui estão 2 palavras que são chave para o sucesso de qualquer organização, quer seja ela publica ou privada. Esta verdade é tão mais certa, quanto maior for a dimensão da organização em questão.
Para melhor exemplificar vou pegar, de modo simplista, no caso de uma empresa que pretende vender um novo produto, tanto faz que seja um automóvel, como um refrigerante, um iogurte, ou mesmo um sabonete.
Neste caso a primeira coisa a ser feita é um estudo para analisar se a empresa tem capacidade para o produzir e a que preço, e outro para saber se há mercado.
Partindo do principio que o estudo dá resultados positivos, ou seja, que a empresa tem capacidade para o produzir e que há mercado, então são fixados os objectivos e uma estratégia.O objectivo final, neste caso, por se tratar de uma empresa, pode ser o lucro, certo?
Mas para além de ser o lucro, para uma empresa não basta dizer lucro, tem que se quantificar e traçar um objectivo claro que, tanto pode ser 100, como 1000, como de 10.000. Este número será sempre calculado em função do mercado e da capacidade de produção da empresa.
Chegado a este ponto, depois de definido o objectivo, então é traçada uma estratégia de comercialização, que passa por definir o produto, a quem é dirigido (homem, mulher, adulto, criança, jovem, velho, gordo, magro, rico, pobre, remediado, etc.,etc.), a distribuição, o preço, etc.; etc.
Só assim é que uma empresa pode aspirar a que um produto tenha sucesso no mercado. É impossível qualquer organização ter sucesso, sem que tenha um objectivo definido e uma estratégia (bem) delineada.
O pior é que independentemente do objectivo e da estratégia, esta realidade é a mesma, quer se trate de uma empresa, de um clube, de um partido, de uma câmara, ou mesmo de um país.
Os nossos governantes e autarcas, não me estou a referir a nenhum em particular, sabem bem do que estou a falar. Com sucesso traçaram objectivos e montaram as estratégias que lhes permitiram ganhar as eleições; só não percebo (não é de agora) porque é que não fazem o mesmo para o nosso país (Portugal) e para o nosso Concelho (Odivelas).
Referindo-me aqui ao nosso concelho, ouvi na última campanha os candidatos à presidência da Câmara, na Biblioteca D. Dinis, a dizerem que iam fazer "1001 coisas", alguém mais reparou nisto?
Não tenho nada contra essas promessas (desde que as cumpram) e não estou agora a cobrá-las (ainda não é tempo para isso), o que eu não ouvi dizer, é, qual o objectivo, ou os objectivos que têm para o concelho e a estratégia que têm delineada para os atingir e isso par mim é que é a base de um bom trabalho.
Caso contrário andam a "tapar o sol com a peneira", ou seja, andam só a tentar tapar buracos. Dão umas licenças de construção para arranjar mais uns euros, arranjam um jardim ou uma rua, uma escola ou uma ambulância, etc., etc., mas este é um ciclo vicioso que não nos leva a lado nenhum e fazem de Odivelas concelho incaracterístico e sem uma identidade própria.
Vejamos por exemplo (por várias razões até penso que pode ser uma hipótese a considerar/estudar) que se chegava à conclusão que Odivelas, à semelhança de Oeiras, se podia tornar num concelho virado para atrair grandes Polos Empresariais.
Neste caso tinha que se criar um plano e uma estratégia, não só para atrair as empresas, mas para que a vinda dessas empresas trouxesse mais valias significativas, directas e indirectas, para toda a população.
As directas estão relacionadas com o incremento do comércio local, com a oferta de um maior número de postos de trabalho, sobretudo mais perto de casa, etc.,etc.; as indirectas estão relacionadas com as verbas que a Câmara poderia arrecadar, provenientes de taxas e impostos, o que lhe possibilitava ter mais recursos para interferir nas diversas áreas que são da sua competência, de forma planificada e consistente.
Com uma estratégia bem definida e com objectivos devidamente traçados para cada área, é possível criar uma "nova" identidade para o concelho e sobretudo atingir aquele que sem contestação deverá ser o objectivo final, melhorar a qualidade de vida de todos os Odivelenses.
Miguel Xara Brasil
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