30.8.13

Josefa.



Depois de um dia alucinante só agora abrandei um pouco o ritmo. Hoje ainda mal tinha ligado o computador (nem os emails vi) e a única notícia que tinha ouvido, porque me disseram, é que tinha morrido mais uma bombeira.
Fui ver agora a notícia e fiquei a saber que essa bombeira tinha apenas 21 anos, chamava-se Josefa e para além de ser Bombeira Voluntária, estava a fazer o curso de Engenharia Biomédica e trabalhava em part-time num supermercado.
Os indicadores permitem-me afirmar que partiu uma jovem cheia de valor e altamente generosa. Uma rapariga que nos permite pensar que nesta juventude/geração, há grandeza e princípios.
Talvez esta tenha sido a mensagem mais forte que Josefa nos deixou e também por isso esta notícia seja ainda mais chocante e incompreensível.
Lamentado profundamente a morte desta jovem, mas dou os parabéns a esta Rapariga pelo exemplo que foi.


28.8.13

O MAR DAS NOSSAS SOMBRAS


A PROPÓSITO DA REVISTA «CLUSTER DO MAR»
No facebook pedem-se «likes» ou «gostos» para um conjunto de páginas, algumas de inegável interesse a valer pela aparência.
Hoje pediram-me para gostar da revista «Cluster do Mar»... O Mar como novo Desígnio Nacional.
Ora, como nasci ao lado dele, e vivi, tantos dias e meses, sobre ele, por via da generosa e honrada profissão de meu Pai. Como hoje compreendo a maledicência que a luta dele – do meu Pai, o António Carlos Barreto - provocou por diversas vezes no seio dos mais variados poderes.
Como agora apreendo quanto a sua saúde ficou debilitada para sempre como resultado de um duelo desigual ao pugnar pela causa da defesa do mar e do transporte marítimo moderno, tantas vezes defendido pelos mais prestigiados colegas estrangeiros. Como vivo, o mal que o Mar lhe acabou por fazer. Como sei que o seu nome ficou apenas registado nos compêndios mais prestigiados escritos em inglês, apeteceu-me escrever o ‘post’ que se segue e publicá-lo com o meu ‘like’.
Naturalmente que o Mar não se confina apenas a uma «estrada» imensa para o transporte de mercadorias.

O MAR... TÃO DISTANTE!
Não conheço a publicação. Mas o Mar nunca devia ter deixado de ser o Desígnio Nacional. Mas deixou. Infelizmente. Por diversas razões que davam para escrever um livro, de muitas centenas de páginas.
Portugal vendeu ou perdeu as suas maiores companhias marítimas. Entre elas (por venda) a sua empresa mais rendível, a SOPONATA, Sociedade Portuguesa de Navios Tanques. Melhor dizendo, a sua companhia de petroleiros, num momento em que a frota incluía navios novos e aguardava pela substituição da maioria da restante frota. A SOPONATA, hoje propriedade da segunda maior transportadora de petróleo do planeta - obviamente Norte-americana e, naturalmente com um judeu de origem grega como maior acionista - era uma empresa portuguesa participada e de ponta. O então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, entendeu que o Mar não era um propósito de desenvolvimento nacional capaz de contracenar com os milhões dos fundos comunitários que nos foram prometidos. O governo de então, abriu o caminho do êxodo às formiguinhas trabalhadoras e optou por proclamar as cigarras preguiçosas e gastadoras.
Basta perceber um pouco de construção naval: um petroleiro é um navio com a maior tecnologia de ponta em diversos sectores e é o veículo de transporte mais caro do Mundo. Tenho quase, quase 56 anos, e posso gabar-me de ter viajado em muitos dos petroleiros com bandeira dessa companhia, quase pelos cinco continentes.
A saúde de meu Pai foi cruxificada com a venda da companhia aos norte-americanos. Meu irmão aceitou continuar, acedeu ao convite, e é, desde há década e meia, comandante na empresa (mais correctamente e pomposamente Capitão da Marinha de Comércio). À americana e pelas actuais regras da marinha de comércio altamente especializada, ele é o gestor de unidade maior. Comanda sempre entre os 2 e os 2,5 milhões de barris de petróleo que – imagine-se – de um dia para o outro, dentro dos tanques, sossegadinhos, podem passar a valer mais ou menos 1 dólar x 2,5 milhões... Algo que impressiona e contenta a competitividade de qualquer gestor que se preze. Algo que, seguramente, contribui para a liquidação de despesas no curto-prazo e consubstancia perspectivas de execução orçamental a médio e longo prazo. Não será por acaso que o maior armazenista de petróleo também é o maior retalhista. É curiosamente o maior produtor por posse de poços. É surpreendentemente o detentor da moeda – o dólar - que é a única que serve de troca de 87,9% do comércio mundial de matérias-primas, metais e pedras preciosas.
Ora quero com isto dizer que voltar a ter o Mar como desígnio nacional, é uma boa esperança... Precisamos, no entanto, da lucidez em perceber que isso nos custará biliões de euros, precisamente o dinheiro que jamais teremos nas próximas décadas.
De entender que esse fulgor se esvaiu por opção política, dos governantes, de quase todos os partidos políticos, dos sindicatos, dos empresários que representavam o capital português (exceptua-se Manuel Bulhosa), da maioria dos militares da armada portuguesa e da minoria dos trabalhadores e agentes da marinha de comércio.
Fico curioso por ler o conteúdo desta publicação. Mas continuo expectante sobre a responsabilização de quem, a troco de uns fundos comunitários e de um enorme jogo de interesses paralelos à economia nacional, permitiu a extinção da marinha comercial nacional e a consequente estagnação das infraestruturas portuárias, com a devida excepção do Porto de Sines que, ainda assim e no imediato, só poderá gerar biliões por via do comércio internacional do carvão e do petróleo e respectivos derivados.
Recorde-se que para a operação de mercadorias gerais em carga fechada, falta construir uma linha férrea com características de transporte transcontinental, basilar para a própria actividade geral portuária, podendo então competir com os portos do Sul da Europa, particularmente os espanhóis que ficam quase todos já no Mediterrâneo, mais distantes da plataforma global europeia marítimo-terrestre configurada na cidade holandesa de Roterdão.

(Este texto encontra-se escrito em português e não em sintonia com o novo acordo ortográfico que entrará em vigor a 1 de janeiro de 2015).

25.8.13

À PORTA DO INFERNO REZEI A DEUS AO LADO DE UM BOMBEIRO

Fez hoje, 25 anos. Eu estive lá! Ligaram-me ainda ao final da madrugada.
A redacção do «Primeiro de Janeiro» era no início da Rua do Carmo junto à Rua 1º de Dezembro, precisamente à entrada do Chiado.
Estive à porta do Inferno!
Vivi horas em que senti a pequenez que somos.
Cada minuto, mais parecia uma eternidade.
O fogo parecia multiplicar-se. Não dava descanso. Os bombeiros inventavam e reinventavam posições de combate. As chamas pareciam saídas do inferno. Faziam verdadeiros “desenhos” em volta dos prédios e que trepavam dezenas de metros, para tapar o céu.
Ainda o fogo estava distante da dimensão total – estava a nascer o Sol – quando um bombeiro com mais de 20 anos de carreira, aproximadamente 45 anos de idade, me suplicou, em plena rua 1º de Dezembro: «ajoelhe-se aqui comigo; percamos dois minutos, para orarmos a Deus».
Com titulava o Diário de Notícias acontecia «Um vulcão de labaredas...».
Uma impotência confrangedora, muito mais sentida que o medo ou do que o bafo de calor inacreditável que senti no corpo e quase me deixava sem respirar.
Cheguei a temer por dezenas de vidas.
Os bombeiros não conseguiam entrar com os veículos na Rua do Carmo, à data reservada exclusivamente à circulação de peões - ornamentada com canteiros em betão de proporções maiores -, aliás uma obra da Câmara Municipal de Lisboa, bonita à vista, mas polémica por isso mesmo. Por diminuir a acessibilidade dos meios de socorro em caso de sinistro.
Foi um dos dias em que no exercício da minha profissão de então – a de jornalista – me caíram as lágrimas. Sem vergonha.
Jamais esquecerei.
 






 

24.8.13

Odivelas: A manhã deste Sábado.



Hoje foi mais uma manhã passada em contacto directo com a população de Odivelas. Foi fantástico, para além de vermos confirmado o valor da nossa proposta, conheci imensas pessoas e reencontrei “velhos” amigos (até o meu primeiro barbeiro).

A cada dia que passa e quanto maior é o número de pessoas com que falo, maior é a convicção que estamos no rumo certo. Todos acham que Odivelas Merece Mais e todos entendem a nossa proposta.

Estou certo que a mudança pode acontecer, está na mão de cada um de nós!


Odivelas Merece Mais
!

23.8.13

O Incendiário

Todos os anos por esta altura, lamentavelmente, somos inundados por fotografias/imagens na comunicação social, onde espelham a desgraça que os fogos desencadeiam de norte a sul do nosso país.
Sem querer abordar as várias formas de se evitar esta situação, uma delas passa, pela conjugação de esforços, cooperação entre as várias entidades.
Ao contrário do que diz o Ministro da Administração Interna, continuamos a ser um país, onde, cada qual defende a sua “quinta”, e onde, de facto as entidades com responsabilidades, nada fazem.
Há pelo menos 10 a 15 anos que a Dra. Cristina Soeiro (PJ) tem desenvolvido um estudo sobre o perfil psicológico do incendiário. Por uma questão de ética profissional, não devo julgar a qualidade desse trabalho, até porque não o conheço.
Uma coisa é certa, hoje estamos com mais elementos para que, num curto espaço de tempo possamos prender os incendiários. Tal como tem acontecido.
O problema está no decorrer do incêndio, e aí, toda a comunicação social tem responsabilidades.
 Aquilo a que denominam por responsabilidade e dever de informar, neste caso, pauta-se por, no mínimo, de pouca inteligência na forma como dão as notícias, e por outro, um incentivo aos impulsos de alguns que estão encapsulados. Se quiserem, funciona como uma espécie de carburante.
Quer seja em jornais ou Tv, as imagens, na sua tonalidade emocional, potenciam-se, isto é, tanto têm de belo como de assustador e, ao mesmo tempo, sinónimo de desgraça. Mas é aqui que, em minha opinião, está a quota-parte de responsabilidade da comunicação social.
No dever de informar, sem esconder a realidade, podem efectuar transmissões em directo sem focar o verdadeiro cenário de operações, sem mostrar as labaredas a engolir floresta, em especial de noite, onde, em termos cénicos, resultam em fotografias fantásticas.
À comunicação social, apenas importa fazer a reportagem mais espectacular.
Agora vamos reflectir um pouco. Para o incendiário, de entre muitas coisas, das quais resultam na sua débil e pouco organizada estrutura mental, a comunicação social dá-lhe, por assim dizer, a “cereja em cima do bolo”.
Para o incendiário (não o Homem normal) aqueles momentos são de uma beleza impossível de descrever, podemos até dizer que são momentos verdadeiramente sublimes. Nada melhor para disfrutar de tais momentos do que, e se não pode estar no local, ficar em casa a assistir, quase em directo, às fantásticas imagens que passam em todos os canais, num claro concurso para a melhor imagem.
Se me permitem, as imagens transmitidas colocam o incendiário no seu mundo, um mundo do maravilhoso, governado pelo princípio de prazer, na produção ilusória, onde ele, efectuas as suas identificações heróicas, num claro processo de compensação narcísica insuflando o seu Ego frágil e pouco estruturado na plena condição de “desejar ser…”.
Para terminar, façam uma verdadeira conjugação de esforços, entidades privadas e Governamentais, elaborem estratégias, falem com quem sabe do assunto, não pensem apenas no espectáculo da reportagem, de forma a que, seja impossível chegar o brilho (importância) a quem tanto o anseia, ao incendiário.
E já agora se me permitem, está na altura daquela figura circense, a quem um dia lhe chamaram de palhaço, condecorar todos os BOMBEIROS deste país e deixarem as palavras de cortesia às famílias enlutadas.    
Helder Pereira Salvado

Odivelas: Terra de Gente Trabalhadora Merece Mais.




 
Recordo como se fosse hoje os tempos já um pouco longínquos em que estava no Liceu, hoje Secundária. Nessa altura estudava em Lisboa, as aulas começavam por volta das 8.00h, e por essa razão tinha que ir no autocarro (36) às 7.00h.

As pessoas que a essa hora já estavam à espera do autocarro para ir trabalhar eram muitas, algumas vezes a fila dava para encher 3 autocarros. Ao final do dia, na hora do regresso, era a mesma coisa, por vezes pior, pois caso não viéssemos do Rossio (terminal do 36), só entrávamos dentro de um autocarro com grande dificuldade (estavam sempre cheios).

Se é verdade que isto acontecia com quem trabalhava em Lisboa, também é verdade que quem trabalhava em Odivelas também não tinha melhor vida, por isso e pelo que conheço das gentes de Odivelas é com convicção que muitas vezes digo que Odivelas é um a Terra de Gente Trabalhadora e é também por essa razão que acredito que Odivelas tem Futuro.

Infelizmente, os níveis de desemprego em Odivelas subiram, nos últimos 3 anos, de forma brutal, cerca de 60%. Este número é inaceitável e por essa razão o “Plano de Emergência” e o Projecto “Ganhar o Futuro” que elaborámos na Coligação Odivelas Merece Mais são a solução que Odivelas precisa.

Expressões curiosas usadas na língua portuguesa


Expressões curiosas que assentam perfeitamente sobre o caracter de determinadas figuras que conhecemos. Para ler e aprender. Bem haja a quem se lembrou em fazer a base deste apanhado, curiosamente natural do Brasil e residente no Esatdo de São Paulo.

JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através
das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de
heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra
dizer nada além da verdade. Até hoje, o termo é usado pra expressar a
veracidade de algo que uma pessoa diz.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair
hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o
cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e
do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da
chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse:
"Pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a
significar a desistência de alguma coisa.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que
escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul
à Sudeste sobre burros e mulas. O facto era que muitas vezes esses
burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos
muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados.
Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que
faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter
sucesso.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de
arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um
baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era
distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas
quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor
místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A
partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para
designar algo muito bem guardado...

OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida para
significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da
Secessão, nos EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para
as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0
killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu
o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas
enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o
dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os
soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e
do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as
botas de Judas. A partir daí surgiu a expressão, usada para designar um
lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é
proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram
sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do
rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada.
Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na
morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o
Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No
entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "para inglês ver". Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra
pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos
Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua
profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua
beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue
a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent
de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de
nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que
assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via.
Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao
cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de
Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para história como o
cego que não quis ver.

ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está
à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o
reboca determinar.



QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou.
Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se
esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.


VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de
higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das
Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se
contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu
medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o
índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos
de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no
rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos
portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e
raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos
índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos
portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".
 

MAGOADO, TALVEZ! PERPLEXO, MUITO!


Magoado, talvez! Perplexo, muito! O aparecimento do meu nome como candidato na coligação «Odivelas Merece Mais» incomoda alguns militantes dos círculos políticos de Odivelas. Até já tiveram o distinto descaramento em escrever, nas redes sociais, que não entendem como aceito, agora, perder para o CDS, MPT e PPM, o estatuto de independente, quatro anos depois de ter sido candidato eleito na coligação «Em Odivelas, Primeiro as Pessoas».
Estas afirmações só podem acontecer por total subversão da realidade, do que se passou pós-11 de Outubro de 2009, o dia das eleições.
Mas o pior, sucedeu hoje!
Fiquei boquiaberto: Ouvir de alguém que julgava conhecer, dizer que dentro da nova coligação, há quem tenha a certeza absoluta que, caso seja eleito em Setembro próximo, me tornarei imediatamente em «bancada independente», na Assembleia Municipal, para auferir o maior número de senhas de presença possível, quer nas sessões, quer nas muitas reuniões das comissões... Para poder ir a todas e amealhar um verdadeiro salário.
Ora isto apenas poderá ser um gracejo. Uma piada de quem não me conhece, efectivamente. De quem não divisa o meu caracter, a minha ética.
Muitos dos que vão ler este ‘post’ trabalharam ao meu lado, durante quase vinte anos. Não receio por serem meus amigos nas redes sociais, às claras de todos. Antes, abre-me a felicidade! Só sinto tristeza por alguns terem deixado subitamente o convívio dos vivos. Sabem que nunca ultrapassei regras de ouro: Que não trepei por cima de ninguém. Que jamais tentei colher benefícios de um único tostão, entre milhões de contos (largas dezenas de milhões de euros) que me «passavam pelas mãos» todos os anos. Que tanto respeitava 1 escudo, como 1 milhão. Foi assim que fui educado. Foi assim que me ensinaram. Que saí de perto destas pessoas, que sempre respeitei e algumas muito admirei, de minha livre vontade. Não fui despedido! Nem convidado a sair!
Ainda hoje, se podem ver trabalhos da equipa a que pertenci (que também dirigi a partir de determinado momento) com enorme honra. Os que já não se podem ver, encontram-se registados, em imensas memórias fotográficas ou em audiovisual. Não tenho vergonha do que fiz. Antes, um enorme orgulho. Talvez, com saudosismo desmesurado.
Não me escondo dentro de quatro paredes de um gabinete, a ler almanaques, nem manuseio o que não é meu ou furto o que é pertença colectiva, apregoando moral que não têm ou apelando ao conflito quase permanente. Sujando o prato de que se servem. Não escondo as minhas origens, porque não tenho vergonha delas, dos erros dos meus. Prefiro juntá-las a uma enormidade de coisas boas que vivi: trabalho intenso, privar com vedetas, viagens loucas... E, por vezes o pior: esquecer a família.

PARA CLARIFICAR!
No entanto, importa clarificar:
        I.        Em 2009, fui candidato independente, proposto pelo PSD, na coligação «Em Odivelas, Primeiro as Pessoas» que incluía ainda os partidos CDS-PP, PPM e MPT;
      II.     Para as próximas eleições, mantenho-me como candidato independente, proposto pelo CDS-PP, na coligação «Odivelas Merece Mais» que integra novamente o PPM e o MPT (também muitos simpatizantes e ex-militantes do PSD), para ocupar o 2º lugar na lista à Assembleia Municipal.
    III.       Em 2009, promovi a «bancada Independente» - somente - porque os candidatos do PSD eleitos, optaram por fazer um acordo de governação com o PS, a troco de dois pelouros no Executivo camarário e de avenças para outros militantes no valor de dezenas de milhares de euros. Desfizeram a coligação, como a legislação prevê, e ignoraram por completo o programa que defenderam durante a campanha e pelo qual mereceram a confiança dos eleitores.
    IV.      Foi em consonância com a minha ética e pelos princípios defendidos pelos Vereadores Independentes, os deputados municipais do CDS, PPM e MPT que entendi constituir-me como «bancada independente». Não foi qualquer outro motivo que me encorajou a essa atitude.
      V.    Só alguém pequenino de visão, com ideias distorcidas e que – seguramente - não me consegue conhecer, é que poderá afiançar que constituirei «bancada independente», logo terminado o escrutínio do próximo dia 29 de Setembro.
Simplesmente lastimável!