Sábado-feira, 24 de Dezembro de 2005
Li também com atenção a sua resposta ao meu texto.
Sr. Fernando Monteiro;
Li também com atenção a sua resposta ao meu texto.
Vejo que não divergimos no essencial. Eu também defendo que o que se deve fazer é ensinar a pescar e até dar a cana; esse é que deve ser o objectivo. Também registo que não rejeita nada do que seja feito para ajudar a minorar as dificuldades, por vezes enormes, que muitas e muitas pessoas infelizmente têm.
Onde parece que divergimos, é exactamente no termo empregue "caridadezinha", caso esteja a ser usado de forma pejorativa, ou mesmo minimalista.
Divergimos neste ponto porque eu sou da opinião que as pessoas envolvidas nestas acções, grande parte delas de forma voluntária, fazem um enorme trabalho não só no sentido de minimizar o sofrimento de tantas e tantas pessoas, como também em muitos casos no sentido de os salvar para a vida, tirando-os de situações complicadas "ensinando-as a pescar e dando-lhes as canas", trabalho esse que o estado se demite de o fazer.
Ao falar destes grupos de pessoas estou-me a lembrar daqueles que sem qualquer interesse financeiro dão apoio nos hospitais, nas prisões, nos bairros degradados, a crianças abandonadas e vitimas de violência, à terceira idade, a deficientes, a acamados, aos "sem abrigo", etc., etc.
Um dos exemplos que conheço, é precisamente o de uma associação que dá apoio aos "Sem Abrigo", os quais refere no seu texto como "Ruas Augustas ...". Por a conhecer digo-lhe que faz precisamente o que infelizmente tem que ser feito; apoia-os na rua ao mesmo tempo que os tenta convencer (não podem ser obrigados) a integrar os centros de desintoxicação e reabilitação que também possuem (três). Com esta actividade tem conseguido minimizar o sofrimento de muitos milhares de pessoas que vivem na rua e salvo muitos deles, dando-lhes condições para que voltem a ter uma vida com dignidade.
Para mim tudo o que seja salvar uma vida, dar ou restabelecer a dignidade de uma vida já é importante e não o considero "caridadezinha". Muito menos o considero se tivermos em conta o grande número de pessoas que toda esta gente consegue humildemente ajudar.
Sem prejuízo das razões que estão na origem de muitas destas vidas, essas sim, têm que ser resolvidas em grande parte pela via política; penso contudo que perante a actual incapacidade do estado para resolver os problemas existentes, exemplos de dádiva e de generosidade como estes, têm sempre que ser realçados e incentivados.
Desejo-lhe um Bom Natal e um Óptimo Ano de 2006.
Miguel Xara Brasil
Nota: Esta é só uma parte da minha forma de estar na vida.
Nota: Esta é só uma parte da minha forma de estar na vida.
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