Fala-se hoje que para contornar a questão da constitucionalidade do corte nos subsídios da função pública, Passos Coelho e o governo poderá estar a ponderar cortar também aos privados. A questão pode ser pertinente, eu até percebo que os funcionários públicos possam estar a sentir-se discriminados, mas a minha questão é simples.
Quantos
pessoas no sector privado viram este ano e nos últimos a sua remuneração mensal
e/ou anual diminuída, quantos vão ser os que este ano não vão receber os seus subsídios
(férias e/ou natal) mesmo sem decreto governamental, quantos têm neste momento
o salário em atraso, quantos têm o seu posto de trabalho em perigo?
Tudo
isto, mesmo sem decreto, está a acontecer em milhares de PME’s. Não porque as
empresas o queiram ou tenham vontade, não porque os trabalhadores gostem, mas
porque empresas e trabalhadores estão juntos a tentar salvar o que têm e o que hoje
ainda lhes garante a subsistência. O sector privado está a caminhar num arame
muito estreito e se o Governo vier a tomar esta medida, isso significará uma
tempestade muito forte para toda essa gente e muitos dos que estão a caminhar
nesse arame, empresários e trabalhadores, acabarão por tombar.
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