À luz da psicoligia
Existe um elemento motivador da psicoterapia, mas sobretudo da vida que deve estar sempre presente no nosso pensamento, nomeadamente, o facto de o futuro não estar traçado dependendo em grande parte das decisões responsáveis e irresponsáveis que são tomadas.
Tome-se como exemplo o amor como algo que é vivo e no qual existem momentos de crise. Crise, também, quer dizer mudança, desenvolvimento.
Fala-se da crise dos sete anos no casamento. Porém, esse momento não tem de ser obrigatoriamente negativo e pesaroso. Pode acontecer uma de duas coisas: haver um período de discussão de ideias, pontos de vista e caminhar-se em direcção a um vínculo mais intenso, uma etapa superior mais evoluída; ou pode, o momento de reflexão resultar no romper da relação.
Contudo, independentemente do resultado, de ficarmos ou não magoados com os eventos, é uma mais valia olharmos para nós. Por vezes, esquecemos ou não olhamos o suficiente, como se de uma cegueira mental se trata-se, e não percebemos que nós fomos cúmplices na construção que ali aconteceu.
Aquilo que acontece numa relação é sempre produto dos dois, portanto se houve uma coisa muito má, nós também facilitámos no que à nossa parte dizia respeito. O importante é ficarmos disponíveis para reflectir onde é que foi o nosso contributo.
O feitio dos outros, nós não conseguimos mudar, porque não está nas nossas mãos. O que está nas nossas mãos mudar é o nosso feitio e olhar aquilo que não correu bem, analisar, reflectir, ou até mesmo pedir uma opinião a um amigo para nos dizer o que pensa verdadeiramente sobre um ou outro tópico, ouvindo coisas que não gostamos de ouvir. São aspectos fundamentais para construirmos uma consciência que nos permita ficar mais lúcidos, ao ponto de a nossa vida estar tão nas nossas mãos que sem perdermos a capacidade de sentir emoções e sentimentos temos um controlo que permite levar o barco a bom porto.
Mauro Paulino
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