Como já diversas vezes dei conta o concelho de Odivelas confronta-se com problemas aos mais diversos níveis, os quais têm a maior relevância e interferência no dia-a-dia de quem aqui vive e/ou trabalha e que objectivamente prejudicam a nossa qualidade de vida e limitam as nossas expectativas.
O pouco rigor, a forma como se gasta e gastou recursos em obras faraónicas, mal feitas, mal projectadas e insustentáveis tornaram-se castradoras para Odivelas. Se por um lado colocaram o município à beira da falência técnica, por outro, impediram e impedem a concretização de investimentos prioritários, assim como um apoio sólido e consistente aos mais carenciados. Podemos associar ainda a enorme falta de visão e de estratégia para o desenvolvimento, o que colocou e está a colocar em causa todo o tecido económico, todo o comércio e por inerência milhares de postos de trabalho (em Odivelas o desemprego aumentou 60% nos últimos 3 anos). Podemos ainda evocar a falta de competência em áreas tão importantes como a segurança, o ambiente, a limpeza urbana, a mobilidade, a educação, o desporto e a cultura.
Por tudo o que acima referi, o que não surpreende ninguém, e porque a situação em que Portugal se encontra não nos permite ter grande expectativa na possibilidade de ter um contributo adicional por parte do governo central, bem pelo contrário, o próximo exercício autárquico irá ser de extrema complexidade. Nesse sentido, sob pena de estarmos a enganar tudo e todos, entendo que qualquer proposta para as autárquicas que se avizinham deve assentar numa base de realismo, sensatez e seriedade, não deve, nem pode conter, nem tão pouco passar falsas promessas ou expectativas.
Essa proposta deverá conter dois objectivos muito claros - promover a qualidade de vida em todo o concelho de Odivelas e valorizar a nossa Terra, mas tem paralela e forçosamente que assentar em alguns pilares essenciais como o rigor, a honestidade, a transparência, a competência e o bom senso. Por outro lado tem que ter a capacidade para dar respostas rápidas e eficazes à situação de emergência que vivemos, sem esquecer o planeamento a médio e a longo prazo, isso só poderá ser conseguido através de um projecto com cabeça, tronco e membros, porque só assim poderemos inverter definitivamente o paradigma a que Odivelas tem estado vetado e devolver a todos os Odivelenses a esperança num futuro melhor.
Este, a capacidade de fazer uma proposta que faça frente aos problemas que todos conhecemos e que simultaneamente possa projectar o futuro, é o desafio enorme que nós, que estamos na política, temos pela frente, mas escolher o futuro com consciência, sensatez e sem se deixar iludir em falsas promessas, é a responsabilidade que cada um de nós terá ao analisar as propostas que vierem a ser apresentadas.
Estarei errado?
In: Diário de Odivelas - Pode Haver Luz
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