O facto de participar com regularidade na blogosfera e com isso ter que postar com alguma regularidade obriga-me a reflectir sobre certos temas e a deixar escritos alguns pensamentos e “estados de alma”.
Vem isto a propósito da quadra em que nos encontramos, a qual aproveito sempre para fazer um balanço sobre o ano que está a acabar, perspectivar o ano seguinte e para desejar a todos os amigos um Santo Natal.
Ao começar a escrever o meu já tradicional texto desta época tive a sensação que me sentia diferente, fui ver o que em anos transactos tinha escrito e no mais antigo texto que aqui tenho sobre o Natal, datado de Dezembro de 2005, já fazia uma reflexão sobre a crise. Pior, afirmava que a dita já se vinha fazendo sentir há seis ou sete anos, ou seja desde 1998/99, e que havia a necessidade imperiosa de se acender uma luz ao fundo do túnel.
Nesse post e na necessidade que na altura sentia de se descobrir uma “luz ao fundo do túnel”, descobri a diferença do meu estado de alma dos anos anteriores para este.
Ao longo destes anos senti que esta crise, a qual é financeira, económica e social, mas que tem origem numa profunda crise de valores (não se esqueçam), estava a intensificar-se a cada ano e não tinha fim à vista. Não há dúvidas, ao longo de todo este período estivemos a descer progressivamente para o fundo deste túnel.
Não sei se já chegámos ao fundo dos fundos (espero que sim!) ou se estamos quase a chegar, mas parece-me e isso é que importa, mesmo que obrigados, já estamos todos à procura da saída.
Essa procura implica/implicará mudanças muito significativas e muito radicais, as quais serão de atitude e de comportamento; implicará abandonar aquilo a que estávamos habituados e que tínhamos como certo ou adquirido; enfim, implica uma alteração radical de rumo.
Todas essas alterações, às quais chamo MUDANÇA, invadem-nos de dúvidas, incertezas e angústias, tanto mais que não há um mapa que nos indique um caminho certo e seguro, o que obviamente nos deixa mais intranquilos. Por isso há e vai haver muita resistência, aliás esse é o maior adversário que teremos que enfrentar, mas a MUDANÇA, esta atitude para a qual penso que a grande maioria dos portugueses já está mentalizada, é a única saída para a situação em que nos encontramos.
Esta quadra, na qual nos encontramos, é sempre adequada e propícia a estas reflexões, por um lado porque o Natal significa ESPERANÇA e SALVAÇÃO, bem precisamos, e por outro indica-nos uma linha imaginária, a Passagem de Ano, que nos pode indicar o PONTO de VIRAGEM.
Desejo a todos um SANTO NATAL e que 2012, o qual sem dúvida será difícil (ninguém se iluda), seja efectivamente o ano final da passagem deste Cabo das Tormentas.
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