23.12.11

Paulo Aido recomenda mais segurança nas escolas

Vereador em Odivelas pede para minimizar problemas estruturais em escola da Póvoa de Santo Adrião

Paulo Aido, vereador em Odivelas, recomenda mais segurança nas escolas desde Março de 2010. Voltou a fazê-lo na passada terça-feira, pela oitava vez, numa Reunião da Câmara Municipal de Odivelas, também muito por força da polémica que foi gerada em torno das suas declarações à agência de notícias Lusa. Publicamos parte da sua Nota Informativa distribuída pelo seu gabinete.
Volto a manifestar a minha preocupação com a segurança dos nossos munícipes, com a segurança das nossas crianças nas escolas e relembro que sobre o assunto intervi sete vezes em reuniões deste Executivo desde Março de 2010, referenciando particularmente dois estabelecimentos de ensino, a Escola Barbosa du Bocage, na freguesia da Póvoa de Santo Adrião, e a Escola da Arroja, na freguesia de Odivelas, ambas do ensino básico com jardim-de-infância”, disse Paulo Aido a propósito da polémica levantada em torno das suas declarações à agência de notícias Lusa e replicadas por vários Órgãos de Comunicação Social nacionais.
Na sua declaração, o autarca afirmou que “a Sra. Presidente da Câmara prometeu obras que concretizariam maior segurança nas duas escolas”, sublinhando: “Se as houve não se vêem em nenhuma delas, apenas um telheiro para abrigar as crianças no recreio da Escola Barbosa du Bocage, que acaba por se mostrar completamente ineficaz pela sua arquitectura e colocação”.
O Vereador Independente afirmou: “Terei de ser coerente comigo próprio porque a segurança das crianças é prioritária e terei de continuar a ser porta-voz das preocupações dos Pais e Encarregados de Educação que reclamam com justeza sobre esta situação, tanto mais que estamos perante obra com deficiências estruturais evidentes aos olhos de todos”.
Recordo – destacou - que estamos perante uma escola que foi totalmente requalificada e acrescentada com um imóvel construído de raiz, há dois anos, mas que continua a apresentar diversas falhas graves como Instalações sanitárias com acessórios inadequados às crianças a que se destinam, muros com extremidades pontiagudas, falta de protecção em alguns espaços que não devem ser utilizados como recreio porque se encontram a 2 metros de altura do restante pavimento, sem qualquer barreira que impeça as crianças de o utilizar”.
Paulo Aido precisou ainda que “a escola Barbosa du Bocage tem poucos assistentes operacionais - 3 no pré-escolar, 2 no ensino estruturado, 2 no recreio da manhã, outras tantas no recreio da tarde e uma invisual que se dedica a outras tarefas ajustadas à sua deficiência - para 350 crianças, muitas delas problemáticas, e um refeitório que é um verdadeiro ‘calcanhar de Aquiles’ porque tem de se montar e desmontar diariamente, dentro de um espaço que serve para ginásio, que tem de ser limpo antes e depois das refeições em tempo recorde e obriga a uma capacidade quase sobre-humana”.
Mas este problema – salientou - é ainda menos aceitável porque se vai certamente gastar dinheiro a curto prazo, com a substituição do pavimento e das portas já apresentam degradação considerável”.

As estatísticas pouco importam,
basta que aconteça um acidente com uma só criança
para ficarmos preocupados

Paulo Aido alertou para o número de crianças que tiveram registo pré-hospitalar por traumatismos resultantes de quedas: entre 2010 e 2011 aconteceram 16 sinistros mais graves. E disse: “Mas as estatísticas pouco importam, basta que isso aconteça a uma criança para ficarmos preocupados. E essa inquietação já aqui a tinha manifestado quando mostrei uma fotografia, tirada por mim na presença de várias testemunhas, de uma criança acabada de cair, cuja sorte foi ser amparada por um arbusto que se encontra no local”.
Por isso – sublinhou - manifesto a minha estranheza pelo aparente incómodo que suscitei com as minhas declarações à Agência Lusa, que me convidou a intervir sobre esta temática, declarações depois replicadas por outros Órgãos de Comunicação Social”. E continuou: “Para os que viram nessas declarações, que foram coerentes com tudo o que sempre afirmei em Reunião de Executivo, uma forma de denegrir o trabalho da Câmara ou a imagem do Município, lamento ter de recordar que o meu mandato foi sufragado directamente pelos eleitores, que as minhas posições dependem da minha consciência e não de acordos políticos, comissões políticas ou politeburos”.

Estranha-se um inquérito acompanhado de uma carta
onde se anuncia a suspensão do serviço de refeições escolares

Paulo Aido acrescentou: “O trabalho de oposição no Executivo Municipal que resulta do actual enquadramento da Lei, é tão digno, tão importante e tão útil como qualquer outro de quem se esforça efectivamente para contribuir para a melhoria da vida do Concelho”. E explicou: “Querer tutelar a oposição, definir quais são as intervenções na comunicação social que são boas ou são más, ou quando são oportunas, é revelador de uma ausência de cultura democrática, o que eu estranho muito... Tal como estranhei que tivesse sido dirigido aos Pais e Encarregados de Educação das crianças da Escola Barbosa du Bocage um inquérito acompanhado de uma carta onde se anuncia a suspensão do serviço de refeições escolares naquele estabelecimento de ensino a partir do 2º período, que o mesmo é dizer a partir do próximo mês de Janeiro, quando se sabe que a única refeição quente de muitas das crianças é a que é servida na escola”.
O autarca precisou: “Muito estranhamente lê-se que os Pais perante esta ameaça da retirada das refeições às suas crianças sejam levados a pronunciar-se como se houvesse um sim ou um não para uma situação destas, o que nas entrelinhas está subentendido é que os pais retirem o apoio à Associação de Pais para poderem garantir as refeições aos seus filhos. Extraordinário também é o facto do inquérito da Câmara Municipal não ter nenhum espaço ou suscitar qualquer identificação dos Pais ou Encarregados de Educação, facto que poderá permitir a qualquer pessoa se questionar sobre a credibilidade deste inquérito e de quem o promove”.
Mas o Vereador Independente fez questão de lembrar que “as minhas declarações à comunicação social não são outras que não as mesmas que sempre produzi aqui neste fórum, nas reuniões de Executivo, os meus alertas de há mais de ano e meio o que me faz afirmar que mantenho lealdade para com a Câmara Municipal”. E acentuou: “Ainda agora acabo de o fazer na TVI24 perante comentários de telespectadores sobre o meu trabalho enquanto autarca porque a questão não é ter mais 5, 10 ou 15 minutos nos órgãos de comunicação social, mas antes cumprir com o meu dever perante os meus eleitores, de alertar, recomendar e requerer sobre factos e acontecimentos e disso não abdicarei”.
Paulo Aido concluiu: ”Não fui eleito para fazer parte do coro dos vereadores do Partido Socialista”.

É preciso saber o custo da obra e das comparticipações

Ainda relativamente à Escola Barbosa du Bocage, o Vereador Paulo Aido pediu informações relativas à execução da remodelação do edifício antigo e construção do novo imóvel, nomeadamente o valor base da adjudicação, valor de eventuais trabalhos a mais e a menos, erros e omissões, de eventuais trabalhos a mais não previstos no caderno de encargos inicial, e valor das comparticipações comunitárias – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – bem como de outras eventuais comparticipações ou subsídios.

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