6.6.13

SAÚDE EM ODIVELAS: NOVA UNIDADE DA RAMADA SEM DENTISTA POR ERRO DE CONSTRUÇÃO

3,8 Milhões de euros não chegam para pagar acabamentos. É a Câmara Municipal que os vai realizar.

Definitivamente em Portugal as obras públicas são demasiado dispendiosas: custam muito para aquilo em que resultam, sobretudo pela menor qualidade dos acabamentos. Também raramente terminam antes de se iniciar a utilização. E quase sempre têm defeitos, alguns perfeitamente inacreditáveis. Na nova Unidade de Saúde Familiar da Ramada não é possível por enquanto marcar consultas para dentista e higiene oral, por erros de construção. O gabinete do dentista, devidamente montado não funciona. O mesmo é anunciado em idêntico equipamento na Póvoa de Santo Adrião, também estreado no princípio do mês.
Os 3,8 milhões de euros que custaram as instalações da Ramada nem sequer chegaram para pagar uma guarda (vedação) do parqueamento interior que fica a 5 metros acima do solo, nem para terminar uma escadaria de acesso. Luís Martins, o director clinico da nova USF, não se coibiu de pedir à presidente da Câmara a conclusão destas obras emergentes, para permitir a segurança dos utentes.
No rol das reclamações dos utentes encontra-se o preço dos transportes. Uma deslocação entre a baixa da cidade de Odivelas e a unidade de saúde da Ramada custa 4,40 euros a que se terá de juntar as taxas moderadoras para quem as paga. Por exemplo, um pedido de receitas entre consultas custa 3 euros. Portanto, um usuário nestas condições desembolsa 7,40 euros, apenas para poder manter tratamento por prescrição médica. É muito dinheiro para quem aufere reformas baixas, o que é extensível à maioria destes munícipes.
Em todo o caso, não se afigura que a Câmara de Odivelas negoceie com a Rodoviária Nacional um novo percurso do «Voltas» porque isso obriga a um investimento que ultrapassa os 100 mil euros anuais, impensável fazer na presente conjuntura.
Segundo Ileine Lopes, a directora Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde de Loures e Odivelas, o equipamento da Ramada terá de atender 15.700 utentes daquela freguesia e mais de 22.800 inscritos no velhinho centro de saúde de Odivelas que agora encerrou. Ileine Lopes afirmou que estes são os números reais dos utentes, feita uma expurgação à lista de inscritos nos centros de saúde de ambos os concelhos. Aquela dirigente referiu que «os inscritos nos dois concelhos baixaram 14,1% o que corresponde a 71 mil pessoas e que, só em Odivelas, o apuro resultou numa diminuição de 48 mil utentes». Os dados apresentados por Ileine Lopes mostram que a actualização referente aos inscritos no velho centro de saúde da rua dos Bombeiros Voluntários, agora encerrado, redundara numa diminuição de 7.990 utentes, ou seja de 30.848 para 22.858.
 

Parqueamento a 5 metros de altura não tem protecção. A escadaria não se encontra concluída

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