Há uma semana afirmei que um projecto para Odivelas, para
além de ter que indicar objectivos concretos e a estratégia para os atingir,
tem que assentar em pilares tão essenciais como o rigor, a honestidade, a
transparência, a competência e o bom-senso.
Tudo isso é de facto essencial para que seja possível
alterar o paradigma a que Odivelas parece estar condenado (um dormitório falido
e de má qualidade), tudo isso é de facto necessário para que Odivelas se possa
desenvolver cultural e socialmente, tudo isso é de facto essencial para que
Odivelas se possa desenvolver economicamente e com isso criar novas empresas,
novos empresários e consequentemente novos postos de trabalho, enfim tudo isso
é fulcral para devolver uma nova expectativa e esperança a todos os
Odivelenses, o que aliás é da mais elementar justiça.
Porém, o que acima escrevi não é por si só a garantia do
êxito e a comprová-lo está o facto de haver muitos e bons projectos a falhar,
falhas essas que muitas vezes advêm da má escolha das pessoas e das equipas que
os suportam.
Nesse sentido e por essa razão há duas semanas, no texto que
escrevi para esta coluna, “Primeiro o Projecto”, afirmei que ter um bom
projecto era prioritário, mas que a construção duma equipa era sem dúvida a
segunda prioridade. Se de facto as pessoas e as equipas são algo de relevante
em projectos integrados noutras organizações, nomeadamente nas privadas, mais
relevante se torna quando estamos a falar de projectos de natureza política, os
quais envolvem directamente recursos que são de todos nós, que têm implicações
na vida de toda uma comunidade, que são escrutinados diariamente e quando a
política está profundamente descredibilizada.
Torna-se assim necessário que em torno de um projecto para Odivelas, o qual se quer mobilizador e que tenha êxito, haja - na sua implementação - pessoas competentes, rigorosas, motivadas, determinadas, com capacidade para trabalhar em equipa, que coloquem em primeiro lugar o bem-comum. Pessoas que sejam também, porque essas características são essenciais, humildes e respeitadoras.
Importa ainda que estas pessoas não sejam politico-dependentes, porque entendo que a politico-dependência, quer seja financeira ou de estatuto social, impede e condiciona a liberdade de movimentos e a independência na hora da decisão, o que provoca os maiores prejuízos e disparates, como tantas vezes temos visto em Odivelas. A político-dependência não se adequa de forma alguma à exigência e ao rigor que se impõe numa gestão pública, neste caso numa gestão municipal.
Pelo que acima expus, porque nos dias de hoje a competição é enorme, porque os Países e os Concelhos não escapam a essa regra e ainda porque estas equipas têm que ser altamente humanistas, entendo que é fundamental para a implementação dum projecto em Odivelas, o qual tem obrigatoriamente que promover a qualidade de vida e valorizar o Concelho, a constituição de uma equipa de excelência.
In: Pode Haver Luz (29) / Diário de Odivelas
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