Vivemos tempos difíceis, muitas pessoas e famílias
atravessam momentos de grande dificuldade e ansiedade, importa perceber isso.
Nesse sentido, quanto a mim, impõe-se que haja por parte da classe política uma
maior contenção de custos, combate ao despesismo e ao desperdício, assim como
exemplos visíveis disso mesmo.
Vem isto a propósito das eleições autárquicas. A campanha
está a começar, o frenesim está a intensificar-se, os primeiros cartazes e
outros suportes de propaganda começam a aparecer. Também as promessas virão
umas a seguir às outras, entre elas, certamente aparecerá – “terá que haver
moralização e rigor na gestão do município”.
Por isso, a reflexão que trago esta semana passa por questionar se fará algum sentido gastar rios de dinheiro em cartazes quando há tanta gente a passar mal? Se será que faz sentido imprimir milhares de folhetos a cores e com várias páginas, os quais custam muito dinheiro, que a maior parte das pessoas nem os lê e que acabam quase todos no caixote do lixo mais próximo? Se será que as pessoas entendem e compreendem que se gastem estas fortunas em campanhas? Se será que o exemplo não deverá começar por aqui? Se será que fazer uma campanha poupada e ponderada não será também uma boa forma de credibilizar a política e a classe política?
Sabendo que a campanha para as Autárquicas vai custar 48 Milhões de Euros ao Estado Português, subscrevi há muito tempo a “Petição cortar 50% o valor da subvenção pública para as eleições autárquicas de 2013”. Esta Petição já foi subscrita (só via net) por mais de 5.000 pessoas. Não sei o que daqui vai resultar, mas estou convicto que todos os que estamos na política temos que dar exemplos claros sobre esta matéria.
É minha convicção que não basta falar e este, tal como a contenção de custos nas campanhas eleitorais, são sinais importantes que devem ser dados.
Estarei errado?
In: Pode Haver Luz (31) - Diário de Odivelas
1 comentário:
Estaremos cá para ver se o CDS não usará cartazes, nem panfletos, nem brindes na campanha. Pode crer que estaremos.
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