Neste período de Natal alguns de nós andamos um pouco confusos, perguntamos a nós próprios, o que é isto(?), que Natal é este (?); outros andam ainda mais distraídos e nem sequer se dão conta do ambiente onde estão mergulhados; outros há que fazem do Natal um período devoção, de amor de generosidade e de solidariedade.
Pessoalmente não sou contra os presentes, contra as ofertas, contra os cartões de Boas Festas, até penso que tudo isto, de uma forma mais ou menos extravagante consoante a pessoa em questão, é sempre feito com amor e carinho. Penso que todos nós quando compramos um presente, ou uma lembrança, o fazemos sempre com amor e com a intenção de agradar alguém. Isto para mim é positivo, pois é um gesto de amor, de generosidade e de carinho.
Mais, economicamente também é importante, quando se ouvem criticas, daquelas fáceis, a dizer que é uma pouca vergonha a quantidade de presentes que se compra, o dinheiro que se gasta, etc. etc., esquecem-se que são estas mesmas compras e este mesmo consumo, que ajudam em muitos casos, de forma decisiva, a manter o comércio e algumas industrias abertas, por conseguinte a manter postos de trabalho; por isso, atenção! Só por isto, nos tempos que correm, o Natal já é Social.
Esta questão dos presentes está muito relacionada, por um lado com o materialismo crescente que se tem vindo a implantar em toda a sociedade e com o excesso de apelo ao consumo que nesta época do ano se faz notar de uma forma mais evidente; por outro lado, com os presentes e mensagens de conveniência que são comprados e enviadas, sobretudo pelas empresas, com o intuito único, ou quase único, de se poder vir a ter alguma contrapartida.
Partindo para outro ponto, o da espiritualidade, não há duvida que o Natal é importante, é importante pela própria mensagem que traz, a mensagem de esperança na salvação. É importante porque nos faz pensar nos outros, muitas vezes nos mais desfavorecidos, é importante porque junta as famílias, é importante por tantas e tantas razões, e, é importante também porque a muitos de nós faz reflectir, sobre o sentido da vida, a justiça e injustiça, no amor e na falta dele.
Também muitas vezes oiço falar das iluminações, dos efeitos, etc., etc. que tudo são coisas supérfluas, nas quais muitos Euros são esbanjados. Pois é, também aqui não estou muito de acordo com quem tem estas opiniões, não é que não as perceba e que não compreenda onde querem chegar, claro que percebo e sei, mas pergunto:
- não são estes efeitos, estas iluminações, os sinais necessários para que sintamos de uma forma diferente esta época?;
- não servem estas iluminações e efeitos para nos envolver, não só a nós adultos, como ás crianças neste ambiente?
E as festas, essas festas que há aí por todo o lado, em escolas, empresas, lares, prisões, hospitais, associações de solidariedade social, juntas de freguesia, etc., etc., onde se juntam ricos e pobres, brancos e pretos, ciganos, indianos, homens, mulheres, crianças, velhos, jovens e adultos, essas festas não têm razão de existir? Não servem essas festas para ajudar à integração social?; as festas das famílias, umas mais abastadas, outras menos, não tem razão de existir?; as festas para recolher fundos para quem mais precisa, também não? Eu penso que sim, tem toda a razão de existir.
Então, estamos contentes com este Natal, com o Natal que temos?
Não, não estamos.
Não estamos, talvez por alguns exageros que com toda a certeza cometemos, não estamos porque no meio deste Natal em que todos vivemos há alguma hipocrisia, não estamos porque muitos de nós não o vive espiritualmente de forma tão intensa como o devíamos fazer, não estamos também, sobretudo, porque somos exigentes e queremos sempre mais.
Estou plenamente convencido que o NATAL É BOM e que todos nós podemos colaborar para que ele seja melhor, para que tenha muito mais sentido e para que todos nós o possamos aproveitar, para pelo menos neste período reflectirmos, na vida e no sentido que ela tem.
O NATAL VALE A PENA.
Nota:Texto escrito em 19/12/2005
E as festas, essas festas que há aí por todo o lado, em escolas, empresas, lares, prisões, hospitais, associações de solidariedade social, juntas de freguesia, etc., etc., onde se juntam ricos e pobres, brancos e pretos, ciganos, indianos, homens, mulheres, crianças, velhos, jovens e adultos, essas festas não têm razão de existir? Não servem essas festas para ajudar à integração social?; as festas das famílias, umas mais abastadas, outras menos, não tem razão de existir?; as festas para recolher fundos para quem mais precisa, também não? Eu penso que sim, tem toda a razão de existir.
Então, estamos contentes com este Natal, com o Natal que temos?
Não, não estamos.
Não estamos, talvez por alguns exageros que com toda a certeza cometemos, não estamos porque no meio deste Natal em que todos vivemos há alguma hipocrisia, não estamos porque muitos de nós não o vive espiritualmente de forma tão intensa como o devíamos fazer, não estamos também, sobretudo, porque somos exigentes e queremos sempre mais.
Estou plenamente convencido que o NATAL É BOM e que todos nós podemos colaborar para que ele seja melhor, para que tenha muito mais sentido e para que todos nós o possamos aproveitar, para pelo menos neste período reflectirmos, na vida e no sentido que ela tem.
O NATAL VALE A PENA.
Nota:Texto escrito em 19/12/2005
2 comentários:
Olá Miguel
Só respondo agora porque estive em férias até hoje.
Acho que tem toda a razão e, para mim, o importante é que aprendamos a fazer silêncio antes de criticar porque tudo o que se passa é importante e deve ser aproveitado para percebermos o que levar para a nossa vida de todos os dias. No Natal acontece tudo, façamos a síntese e entremos com mais verdade no novo ano – que é logo a seguir, será coincidência? No Natal Deus nasce. Será que é preciso complicar tanto as coisas? Basta deixar o bebé crescer, com simplicidade.
Também gostei do blog.
Bom ano para si. Espero que estejam todos bem, a seguir em frente.
Beijinhos da Rita
Caro Miguel,
Obrigado pelo texto que li com toda a atenção!
Para desejar boas festas já vou tarde, mas para fazê-lo para que tenham um bom ano ainda chego a tempo.
Quanto ao Natal e às questões que resumiste, apenas gostaria de acrescentar que o problema não é apenas do Natal, mas sim um pouco de tudo em geral: a família, economia, politica, etc. Nesta época, apesar de se festejar o nascimento passa-se um pouco do que se passa com a morte do mais comum dos mortais, apenas se lembram as coisas boas do defunto! Claro, que teria alguns pontos mais fracos, mas era de facto uma excelente pessoa, com uma humanidade fantástica e invulgar.
Nesta época do Natal em semelhança acontece o mesmo! Relembramos os outros, a família, os problemas, etc, mas por pouco tempo e até com pouca intensidade, procurando nesse curto momento compensar o que não se fez ao longo do ano e ano após ano, fazendo-o de uma forma pouco sentida, desapaixonada e extravagante.
Contudo, de facto no Natal passam-se muitas coisas boas com essas lembranças, como o apoio, o carinho a solidariedade, o desenvolvimento económico entre outras igualmente importantes, mas, que ao ser feito apenas nesta época, leva as pessoas a fazê-lo deu uma forma confusa e desequilibrada!
O problema não está no Natal, mas sim no resto do ano.
Um grande abraço, e obrigado pela leitura.
luis
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