28.12.09

Marmelada de Odivelas, mais uma história.

Janela do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo em Odivelas,
por onde se diz que as freiras vendiam a Marmelada.



Já por algumas vezes aqui no blogue tenho feito referência à Marmelada de Odivelas e ao valor que esta marca tem, mas estava longe de imaginar que também a minha família estivesse umbilicalmente ligada a este produto de excelência.

Este valor advém, não só da qualidade do produto, sem dúvida excelente, mas também da sua espiritualidade, a qual foi ganhando ao longo dos séculos, com as histórias e lendas que se desenvolveram e criaram em seu redor.

No Natal que agora passou, por uma amiga de família que tem actualmente 98 anos, soube de mais uma história que se passou um pouco ante de 1900 e que culminou com dois casamentos, um deles, dos meus bisavós.

Na época tanto o meu bisavô José, como o seu irmão Guilherme tinham cerca de 20 anos e embora jovens, eram órfãos de pai. Viviam em Odivelas na companhia da mãe e de uma outra senhora que era professora de bordados numa escola de Lisboa.

No mês de Outubro, como era tradição (ainda é), coziam-se se cá em casa várias panelas de marmelos e faziam-se para além da geleia, várias taças de marmelada. Num desses anos, os dois irmãos deixaram que a senhora que aqui vivia levasse de oferta, para a escola onde dava aulas, um cesto de verga com vários pedaços de marmelada em forma de coração.

O sucesso desta oferta foi tal que a directora da escola ordenou de imediato a algumas das suas alunas que fossem a Odivelas para agradecer a gentil oferta.

Entre essas alunas constavam duas irmãs a Delfina e a Carlota que, por ventura, já encantadas com os saborosos corações que tinham recebido deixaram-se conquistar pelos jovens odivelenses.

A Carlota veio a casar-se com o Guilherme e a Delfina, minha bisavó casou-se com o José.

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