4.7.10

Tudo no meio do campo

Seleccionadores não souberam ser treinadores
O futebol mexe com milhões de pessoas de todos os continentes dos mais variados patamares sociais, profissionais e culturais. Mais de 2 biliões viram a chanceler Ângela Merkel vibrar com cada um dos quatro golos que a selecção alemã marcou à Argentina. O futebol é um jogo fascinante que contagia meio mundo e, por isso mesmo, é hoje um dos grandes negócios particularmente na Europa - Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha, França e Holanda, este último ao nível da formação, são os países da linha da frente. Mas a Rússia, Roménia, Hungria, Eslováquia e Suiça emergem neste meio.
E é impressionante a mutação no jogo – em três dias, o Brasil e a Argentina passaram de favoritos a eliminados na Taça do Mundo.
Inacreditável como é que os seleccionadores Dunga e Maradona não souberam ser treinadores no único momento que lhes era exigida essa condição – fizeram mal o trabalho de casa na preparação dos jogos dos com a Holanda e a Alemanha. Abordaram mal os desafios, porque não deram importância à capacidade dos centros campistas destas equipas europeias, à sua incrível disciplina táctica e ao expressivo tecnicismo que alguns dos praticantes já apresentam - o alemão Bastian Schweinsteiger foi um dos melhores exemplos no confronto com argentinos.
Também inaceitável é o facto de as equipas Sul americanas integrarem maioritariamente futebolistas que actuam na Europa e, ou são companheiros de equipa, ou jogam nos mesmos campeonatos ou encontram-se, quase todos os anos, nas competições europeias de clubes com os seleccionados holandeses e germânicos… E custa admitir que não tenham trocado informações com as suas equipas técnicas!
Provavelmente imperava excesso de confiança, perante uma excelente imagem de marca que deixavam dentro e fora de campo.
Pois é, mas o futebol começa a ganhar-se dentro do campo, ainda que se continue a presenciar alguns clamorosos erros das arbitragens que acabam por beneficiar as selecções com maior peso no mercado futebolístico.
Para as meias-finais a Europa ganha 3-1 à América do Sul.
O Uruguai tem a difícil missão de defender o prestígio do futebol latino-americano, ainda por cima enfrentando a nova laranja mecânica, muito arrumada, confiante, determinada e em crescendo. Do outro lado, defronta-se o calculismo alemão e a fúria espanhola.
Agora, é baralhar e distribuir as cartas… e logo veremos quem mostra mais trunfos.

José Maria Pignatelli

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