7.8.12

Pode Haver Luz (21) - Um ano de caminhada.



Que estamos em crise há muitos e muitos anos, já todos sabemos. Que o País os Portugueses estão a atravessar inúmeras dificuldades e que elas se têm acentuado nos últimos tempos, para além de também o sabermos, sentimos. Que não há meio de vermos o fim a este cenário, essa é outra realidade.

Por vezes, o sofrimento e ansia quebram-nos o discernimento e o tempo, essa coisa tão abstrata, torna-se um inimigo, ora corre mais depressa, ora corre mais devagar, quase sempre em sentido contrário ao que desejamos.

Vem isto a propósito do primeiro ano da actual governação. Independentemente de haver aspectos, sobre os quais todos podemos pensar que se podia ter feito mais, outros que podemos ser levados a pensar que foram medidas erradas e até alguns casos que poderemos pensar serem inadmissíveis, a grande verdade é que neste período algo evoluiu.

Em primeiro lugar, destaco que há um ano, devido ao facto do País ter estado à beira da Bancarrota, esteve instalado o pânico. Hoje, passado um ano, é certo que com enormes sacrifícios dos portugueses e embora o cenário não esteja totalmente afastado, essa hipótese parece bem mais longe.

Em segundo lugar, Portugal parece ter recuperado parte da sua credibilidade, já não é notícia permanente por maus motivos na imprensa internacional e inclusivamente os juros da divida baixaram e os juros de quem tinha empréstimos à habitação também.

Em terceiro lugar, as exportações portuguesas têm vindo a aumentar a níveis nunca antes verificados e pela primeira vez, desde o longínquo ano de 1943 (ano da Segunda Guerra Mundial), o volume das exportações é superior ao das importações.

Não quero com isto dizer que a nossa situação está resolvida, nem tão pouco que está à beira da solução, nem que não há ou que ignoro os problemas gravíssimos com que nos confrontamos diariamente, nomeadamente ao nível do desemprego, com as enormes consequências sociais que isso representa. O que quero dizer, é que ao final de um ano, houve, ao contrário do que muitos pretendem fazer passar, uma evolução que no meu entender é positiva.

Acrescento, que embora possa haver mais ou menos talento do governo, o grande mérito tem sido dos Portugueses, perceberam a situação que o País atravessa, não quiseram ser uma nova Grécia e têm, com enormes sacrifícios e em muitos casos com elevado grau de sofrimento, dado o seu melhor.

Este é sem dúvida um caminho logo, difícil e doloroso, mas é o único que poderá fazer com que recuperemos.

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