6.1.12

12 - Todos Convocados.



Infelizmente, resultante de vários anos de governação prejudicial à actividade socioeconómica do País, onde se desbaratou dinheiro público e se promoveu o facilitismo, Portugal mergulhou numa situação de extraordinária complexidade, o que faz prever que 2012 seja um ano de inúmeras dificuldades.

Os mais pessimistas prevêem o caos. Poderá acontecer. Mas acredito que tudo tem uma solução e creio que fazer com que este ano seja mais ou menos difícil, está em grande medida nas mãos de cada um de nós.

Sei que os políticos e os actuais governantes em particular têm uma maior responsabilidade. Mas em minha opinião, a resolução deste problema não passa só por eles. Antes pelo contrário, passa pela vontade e disponibilidade de todos nós, pela nossa maior capacidade de entrega, tanto a nível pessoal e familiar, como profissional. O nível da participação cívica é também muito relevante.

Ao longo dos anos, por múltiplas razões, os portugueses têm-se afastado de participar activamente na vida política e sobretudo na actividade interna dos partidos. Um erro tremendo, porque nos regimes democráticos é aí que se encontra o principal centro de decisão e com este absentismo, os partidos não só perderam massa crítica como também viram diminuídos, no que se refere a pessoas, os seus leques de opção.

Estou convicto que ao lerem isto, muitos pensarão que nada os seduz a participarem e/ou a filiarem-se num qualquer partido. Percebo que assim seja, mas a grande verdade é que para além das ideias que cada força política defende, qualquer partido tem os defeitos e as virtudes que são comuns a qualquer grupo de pessoas.

Para que os partidos sejam melhores e mais fortes, para que tenham mais e melhores propostas, mais e melhores quadros, e para que com isso Portugal possa ganhar, torna-se absolutamente necessário que haja uma maior participação de todos.

Não basta “refilar” ou criticar cá fora, isso é fácil e confortável, ou ir votar quando há eleições. Hoje, é absolutamente necessária uma intervenção e uma participação mais activa e mais efectiva de cada um de nós. Encontrar pretextos para não o fazer - eu fiz isso durante muitos anos - muitas vezes mais não é que encontrar desculpas para não o fazermos.

Neste momento tão decisivo para o futuro do País, para todos nós e para as gerações mais novas, importa um esforço suplementar que todos devem fazer ao nível familiar e profissional, e uma participação social mais efectiva onde ninguém se demita de o fazer, também na vida política e dentro dos partidos.

Estamos todos convocados, até porque quanto mais distantes do centro da decisão permanecermos ou quanto menos participarmos, mais perto estamos de serem outros a decidir por nós.

BOM ANO!


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