7.5.10

Para Odivelas….Por Odivelas…

Incentivos ao Comércio Local

A propósito do FAME – Fundo de apoio a projectos de investimento desenvolvidos por micro e pequenas empresas instaladas em Odivelas, lançado ontem pela CMO, que não é mais que um produto de crédito visando o investimento, gostaria de salientar que de acordo com o que se passa actualmente no Concelho, penso que será mais premente encontrar respostas imediatas às reais preocupações de alguns comerciantes, no que concerne ao desenvolvimento económico propriamente dito.

Muitos deles, associam as quebras de receitas aos efeitos nefastos da crise económica, outros mais cépticos mas não menos realistas, revelam que já não há nada a fazer porque vivemos entrincheirados em grandes superfícies; Dolce Vita Tejo, o Odivelas Parque, Loures Shooping, o Antigo Carrefour de Loures e brevemente o IKEA em Frielas.

Concorrencialmente estes dinossauros das compras, não lhes dão qualquer hipótese em termos de diversidade de oferta e de atractividade de preços, por isso em alternativa, o comércio local terá forçosamente que apostar e investir na diferenciação. Concretamente, oferecer incentivos que aliciem os potenciais compradores a adquirir os seus bens no comércio de rua, porque é mais perto, aproxima as pessoas, e principalmente porque a tendência é ir de encontro às necessidades delas.

Este exercício requer maior envolvimento conjunto para além da criatividade, e pode passar por apoios locais que possibilitem aos comerciantes aplicar uma estratégia concertada e em sintonia com as carências do interlocutor consumidor.

E estes apoios são, basicamente técnicos e bilaterais, aplicando-se consoante o tipo de actividade, buscando-se soluções para incrementar vendas, divulgar produtos e não um convite ao endividamento absurdo de quem se esforça dia sim dia sim para conseguir pagar os seus impostos e contas, senão terá que inevitavelmente fechar a porta.

Na prática, há que aplicar medidas concretas que poderão eventualmente passar por: Um cartão de fidelização ao comércio local com lojas associadas que ofereçam descontos, ou mesmo pontos que permitam usufruir de um brinde ou até de um lugar de estacionamento. Ou ainda, à semelhança do que acontece em algumas capitais europeias um Shopping Day, um dia por mês em que se promove a existência de uma Baixa Comercial, na qual o comerciante de loja e não o vendedor ambulante, poderá colocar uma banca na rua, fechada ao trânsito, e mostrar e vender os seus produtos a preços mais convidativos.

E outras possíveis medidas que, a serem equacionadas poderão revelar uma preocupação acrescida do executivo municipal em dotar o pequeno lojista de algumas ferramentas e argumentos que o façam realmente acreditar que, não obstante os constrangimentos existentes, o comércio local tem o seu papel, e com apoios e iniciativas dinâmicas e inovadoras poderá sair do marasmo em que se encontra.

Portanto meus senhores vamos ao trabalho! E não percamos tempo com inquéritos de opinião despropositados que não acrescentam valor nenhum, nem servem os interesses dos pequenos comerciantes. Os problemas estão à vista!

2 comentários:

Guinevere disse...

Madalena, quando comecei a ler o teu texto estava um pouco céptica. Mas tenho de dar a mão à palmatória. O teu exto está óptimo por não ser somente uma retórica e por apresentar soluções concretas... e a meu ver excelentes. :)

Madalena Varela disse...

Obrigado Teresa!
Fico contente, pelo teu comentário!Significa que se calhar até podemos vir a fazer alguma diferença! E sinceramente não tenho grande apreço por teorias da batata quando se trata de encontrar caminhos para resolver os problemas das pessoas!