Em 1969, José Régio escreveu um soneto precisamente num dia de reunião com antigos colegas de escola… Mas o mais curioso é a sua actualidade.
Passo a transcrevê-lo pela pertinência que ele encerra.
E depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!
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Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... E da nação.
José Régio
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