Não morreu por um triz. Um septuagenário esteve quase três dias caído na casa de banho à espera de ajuda. A única companhia foi a do seu cão que passou os três dias deitado junto do dono. Mais uma família monoparental (mais um idoso a viver sozinho) a entrar nas estatísticas do País cada vez mais envelhecido e sem soluções para contrariar a solidão em que se encontram centenas de milhar de portugueses com mais de 65 anos.
Este septuagenário teve a sorte de combater a solidão com rotinas diárias – passava todos os dias por alguns lugares, entre eles uma loja de artigos para animais onde acabou por se tornar amigo do proprietário a ponto de lhe confiar uma cópia da chave de casa.
Foi precisamente a sua ausência por três dias que despertou a atenção do amigo. Perante tantas notícias sobre mortes e acidentes de pessoas idosas que vivem sozinhas, não hesitou: abriu a porta e deparou-se com o amigo estendido no chão da casa de banho. O septuagenário caiu ao sair da banheira, partiu uma perna e embateu forte com a cabeça. Valeu na circunstância o seu cão que nunca mais o largou. Encontram-se ambos a recuperar sobretudo de grande desidratação que evidenciavam.
À falta de soluções, entre elas um serviço de tele-assistência com mensalidades acessíveis e que permita andar com uma pulseira para activar a cahmada de emergência, resta aos mais idosos adquirir rotinas e ter amigos por perto de forma a evitar que acidentes deste género possam ser fatais.
José Maria Pignatelli
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