20.8.10

FMI garante máxima crise em 2015

A perspectiva de saída da crise que se atravessa, global como afirma o nosso Primeiro Ministro, poderá não ser para os próximos tempos.
O relatório do FMI, Fundo Monetário Internacional, divulgado esta semana prevê que, em 2015, Portugal atingirá o seu pior momento das últimas décadas e deverá apresentar-se entre os três com piores resultados económicos e sociais da União Europeia.
Percebemos, a acreditar neste relatório, que vamos fazer a travessia do deserto durante mais de quatro anos... e mais uns tantos para recuperar se é que algum dia vamos sair destas convulsões sistémicas com a filosofia actual da gestão do Estado.
Adivinha-se um cenário de gravidade extrema a suscitar medidas urgentes e capacidade de dar um valente abanão no poder instituído.
No entanto, e no imediato, ficamos com as contas apresentadas pelo Banco de Portugal que revelam que a ecónomia nacional estagnou nos últimos dois meses.
  • Percebemos que o investimento é igual a zero;
  • Que os investidores não acreditam nas medidas anti-crise do governo;
  • Que não se encontram na disposição de pagar mais impostos, mais pela electricidade, pela água, pelos combustíveis que aumentam todas as semanas de forma deslizante.
As férias chegam ao fim e é tempo de todos nós pensarmos no futuro seriamente, sem dramatismos, mas com a convicção de responsabilizarmos o poder político e também o poder económico.
Não há espaço a diferenças de tratamento - por exemplo, termos empresas como as instituições bancárias a divulgarem lucros quase fabulosos e a pagarem menos impostos que as restantes, mesmo aquelas que se encontram em dificuldade de tesouraria. Não é justo.
É tempo de mudanças, mas necessariamente pensadas.
É tempo de gestão e não de mero controlo financeiro com cortes na despesa fácil de controlar e que pouco contribui para uma mudança substancial do panorama económico a médio prazo.
Oxalá que o País tenha esta capacidade.
José Maria Pignatelli

Sem comentários: