Há já mais duas semanas, assim que calor apertou e que Portugal começou a arder.
Aqui, enfiados nos grandes centros urbanos ou de férias na praia, ouvimos na rádio e/ou vimos na televisão relatos desses mesmos acontecimentos, os quais por ventura, porque se repetem todos os anos e no Verão quase diariamente, já parecem fazer parte do nosso quotidiano e por isso mesmo, por vezes somos levados a desvaloriza-los.
Convém não esquecer que por trás destas imagens dantescas, as quais a maior parte das vezes as televisões não as conseguem reproduzir na sua brutal dimensão, estão mergulhadas num inferno de chamas - vidas, o esforço de vidas inteiras dedicadas ao trabalho, casas, bens pessoais e o património nacional.
Os bombeiros já esgotados pelo enorme esforço despendido continuam a fazer o que podem no socorro as estas populações. Com a humildade, a bravura, a determinação e o sentido missionário que lhe é reconhecida tem sido para muitos a salvação e são para outros a única esperança no meio de uma sensação de total impotência. Num pais que se está tornar tão materialista, estes homens têm que ser considerados e tratados como uns verdadeiros Heróis Nacionais.
Todo este cenário que acabei de descrever não se passa no Chile, na Madeira, no Haiti ou em qualquer outra zona bem distante do nosso planeta que provocaram ainda este ano tão grandes ondas de solidariedade, passa-se aqui ao nosso lado, dentro do nosso pequeno rectângulo.
Ainda em Junho vi nevar na Serra da Estrela e só em finais de Julho é que as temperaturas subiram desta forma, talvez por isso a situação não tenha sido pior do que há uns anos atrás (até ver). Contudo, ouvi o Ministro da Administração Interna afirmar que o caos que está ao ocorrer ainda não se assemelha ao de 2003, para mim isto é conversa de merda e de político. Não quero saber se é verdade ou não, o que sei é que o que se está passar é dramático e os portugueses têm que ter essa noção.
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