Passa-se Junho, Julho, Agosto e aprece o mês de Setembro, o qual nos vai trazendo o regresso à normalidade e à rotina.
Vem o frio e a chuva, os agasalhos, braços e pernas tapados. A calmaria no trânsito dará lugar a filas infindáveis e os tradicionais piropos serão substituídos por buzinadelas ensurdecedoras.
Acabam-se as férias, começam as escolas e o trabalho. Os horários passam a ser mais rígidos e os compromissos levados mais a sério. As faces tornam-se mais sisudas e o stress mais intenso. Enfim, aos poucos e poucos, mergulharemos mais uma vez, cada um de nós, na sua rotina.
Vamos voltar também a ser intoxicados com discussões sobre o P.I.B.’s, o desemprego, a miséria, a divida, a saúde, a segurança, a educação, a justiça, etc., etc.
Todos vamos voltar a ouvir discussões sobre a veracidade dos números e o que eles significam. Uns dirão que são muito bons e outros dirão que são péssimos, a verdade é que nada se resolve. Não direi que os que sofrem serão sempre os mesmos, mas direi que para além dos mesmos, serão cada vez mais.
O circo das Presidenciais está aí à porta, virá sem chama e sem brilho. A ver por aqueles que previsivelmente serão as duas principais estrelas do cartaz, estas eleições serão tão cinzentas e tristonhas como os piores dias de Outono e de Inverno.
Com elas nada de novo aparecerá, só servirá para intensificar discussões sobre os habituais temas e para mais uma vez ficaremos com a sensação - falam, falam e nada resolvem.
Tal como a rotina em que por vezes nos deixamos cair, este é também um círculo vicioso em que país mergulhou. A crise social, económica, de valores e de identidade é brutal.
A culpa é “deles” dirão muitos, mas não é, digo eu. A culpa é nossa, porque deixamos fazer o que “querem” e o que muito bem “lhes” apetece.
Eu não acredito em fatalismos, sou da opinião que todos círculos viciosos podem ser cortados, quebrados ou rompidos. Não é fácil, mas com competência, determinação e perseverança será possível. Basta que cada um de nós deixe de se sentir como um soldado acabrunhado, vencido e isolado no meio de um campo de batalha. Temos que nos erguer, levantar a cabeça, dar mãos e todos juntos gritar:
Basta, já chega!
Como em cima escrevi, os tempos não estão fáceis, para além dos mesmos, serão cada vez mais as pessoas a sofrer.
Por nós, por Portugal, pelos nossos filhos temos que agir e cada um de nós, dentro da sua disponibilidade e do seu espaço de influência tem que actuar. Acredito que para além de melhores, somos mais do que “eles”.
É com esta fé e sentido que vou montar a minha “rotina” deste ano, actuando sempre nos meus espaços e na minha Terra.
É com esta fé e sentido que vou montar a minha “rotina” deste ano, actuando sempre nos meus espaços e na minha Terra.
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