20.12.10

Será que os portugueses aceitam diplomacias ocultas

É um incómodo para a classe política comentar os materiais divulgados pelo Wikileaks, sobretudo em Portugal, onde desejamos sempre não ser confrontados com suspeições de qualquer forma. Por vezes temos a impressão que a nossa classe política está repleta de telhados de vidro.

Fiquei admirado com parte das declarações de Paulo Portas, líder do CDS, que entende não dever comentar questões diplomáticas tanto mais que o Governo não é da sua responsabilidade (…) Mas já não posso concordar quando refere que podemos estar perante assuntos secretos que podem colocar em risco o País, as suas instalações e equipamentos e os próprios cidadãos e seus bens.

Pois é, mas alguma vez alguém se lembrou de referendar se os portugueses eleitores querem os seus políticos envolvidos em diplomacias opacas ou ocultas que acabam por revelar sempre a terceiros a(s) nossa(s) fraquezas, poderes, estratégias e sobre o que temos e as nossas capacidades e aptidões.

Paulo Portas deve recordar-se que o País actualmente roga venda de divida pública junto de regimes com visões completamente distorcidas do ponto de vista social, ditaduras reconhecidas e condenadas internacionalmente que causticam indiscutivelmente a nossa soberania.

José Maria Pignatelli

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