Neno canta no Hospital em dia de Natal
A propósito da rubrica “Cromos da Bola” venho recordar o guarda-redes internacional Neno que ainda hoje, aos 48 anos, não é esquecido em Santarém:
No dia do seu aniversário, um grupo de fãs, muitos deles nunca o viram jogar, fazem um NeNatal. Repete-se todos os anos no dia 27 de Julho.
Mais do que isso Neno merece o nosso aplauso e respeito porque é voluntário por boas causas fora do trabalho – canta por solidariedade.
Este Natal passou-o no hospital a cantar de quarto em quarto, de enfermaria em enfermaria, lembrando-nos a todos dos que precisam de companheirismo e encontram-se esquecidos por uma sociedade cada vez mais egoísta.
O antigo internacional português - actualmente treinador de guarda-redes no Vitória de Guimarães - é uma pessoa afável, sempre bem-disposta e com sorriso fácil, aliás a sua imagem de marca mesmo em momentos difíceis quando foi substituído no Benfica por Michele Preud´Homme (que acabaria por o levar para Guimarães) ou acabou surpreendentemente por não ser convocado para a fase final do “Euro 96”.
De qualquer forma, Adelino Augusto Graça Barbosa Barros – “Neno” – foi um dos guarda-redes mais marcantes do futebol português, chegando mesmo a ganhar o prémio Nova Rede, então o mais prestigiado galardão atribuído pelo jornal A Bola, precisamente na sua última época 1996/97, com 34 anos e com um adversário como Preud´Homme.
Neno divide a sua actividade profissional com a de cançonetista e não esconde as influências do seu ídolo Júlio Iglésias de quem guarda um par de sapatos que o espanhol lhe ofereceu e que terá mandado fazer umas centenas de réplicas para oferecer mais tarde a amigos.
O antigo guarda-redes que além do Benfica e do Vitória de Guimarães jogou antes no Barreirense e Vitória de Setúbal, teve um dos seus maiores momentos de glória no estádio italiano Enio Tardini diante do Parma (onde foi o melhor em campo), equipa que o Guimarães eliminou da Taça UEFA.
O seu pior momento aconteceu a 10 de Abril de 1993 no Estádio do Bessa ao serviço do Benfica quando foi da sua única expulsão e então não houve outra alternativa a não ser substituído pelo médio Paulo Sousa então ainda muito jovem e que acabou por brilhar na baliza encarnada.
Mas Neno está de parabéns pelo espírito de missão e forma de encarar o quotidiano ajudando terceiros a ultrapassar a quadra especial que se atravessa.
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