Há uma conhecida frase que diz: Vergonha não é roubar. Vergonha é roubar e ser apanhado.
Mas em Portugal nem isso é vergonha. Em Portugal rouba-se que se farta e sem qualquer tipo
de pudor. Os nossos governantes e gestores desfalcaram o país em milhões de euros, levaram-
no à falência, mas continuam a passear-se entre Lisboa e Bruxelas como se tivessem feito
um trabalho sério e com rigor. E mais, conseguem ainda fazer-se de vítimas, de coitadinhos
e injustiçados, que fizeram tudo por um povo ingrato e mal agradecido, lutando contra uma
oposição que só tem sede de poder (como se quem está no poleiro não tenha a mesmíssima
sede).
Mas esta usurpação do que não é seu e este atirar para cima dos outros as culpas não é um
exclusivo deste governo PS comandando por José Sócrates (qual Grande Timoneiro Socialista).
Já vimos o mesmo com governos liderados por Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres,
Durão Barroso ou Pedro Santana Lopes. A grande diferença entre uns governos e outros
esteve tão somente nas conjunturas internacionais com as quais governaram. Porque os “jobs
for the boys” existem há anos, os prémios excessivos para os gestores das empresas públicas
são recorrentes, os cargos desnecessários criados para o filho do primo sempre lá estiveram.
Os dinheiros mal gastos também, as contas mal feitas o normal e as verbas desviadas sabe
Deus para que bolsos idem idem, aspas aspas.
Mas isto não acontece só na governação nacional. Ao nível local tudo se passa do mesmo
modo. Temos os “jobs” e os “boys”, as empresas municipais e os seus gestores bem pagos,
mesmo que não percebam nada de gestão e muito menos do que estão a gerir. Existem os
carros dos vereadores, e a imprensa que se deixa comprar, e os cartões de crédito, e os sacos
azuis, que já devem eles próprios estar vermelhos de tanta vergonha.
Já que estamos em Odivelas, lembremos, por exemplo, a divida “externa” da autarquia, as
verbas gastas com jardins onde quase ninguém vai ou que desabam às primeiras chuvadas, os
carros de vereadores usados fora de serviço, “boys” que são postos nos “jobs”, etc… etc…etc.
E depois, de repente, temos um país inteiro envergonhado por ter de pedir dinheiro à União
Europeia onde estamos inseridos desde 1 de Janeiro de 1986.
Vergonha tenho eu de quem se encosta aos subsídios para viver à custa de quem realmente
trabalha. Vergonha tenho eu dos nossos sucessivos (des)governantes. Vergonha tenho eu
de não termos sabido aproveitar os Fundos da CEE (hoje União Europeia) para dotarmos
Portugal das estruturas que nos permitiriam agora enfrentar a crise com outra segurança
e serenidade. Vergonha tenho eu de viver num país onde os políticos vivem sob a máxima
do “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. E mais vergonha ainda tenho eu de que, neste
momento de crise, quando o país se afunda mais a cada dia, quem o povo elegeu não consiga
ser suficientemente humilde para assumir culpas, criar entendimentos e gerar soluções.
Nota: Texto públicado no rúbrica Ponto e Virgula, do jornal Nova Odivelas, de 21 de Abril de 2011
Mas em Portugal nem isso é vergonha. Em Portugal rouba-se que se farta e sem qualquer tipo
de pudor. Os nossos governantes e gestores desfalcaram o país em milhões de euros, levaram-
no à falência, mas continuam a passear-se entre Lisboa e Bruxelas como se tivessem feito
um trabalho sério e com rigor. E mais, conseguem ainda fazer-se de vítimas, de coitadinhos
e injustiçados, que fizeram tudo por um povo ingrato e mal agradecido, lutando contra uma
oposição que só tem sede de poder (como se quem está no poleiro não tenha a mesmíssima
sede).
Mas esta usurpação do que não é seu e este atirar para cima dos outros as culpas não é um
exclusivo deste governo PS comandando por José Sócrates (qual Grande Timoneiro Socialista).
Já vimos o mesmo com governos liderados por Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres,
Durão Barroso ou Pedro Santana Lopes. A grande diferença entre uns governos e outros
esteve tão somente nas conjunturas internacionais com as quais governaram. Porque os “jobs
for the boys” existem há anos, os prémios excessivos para os gestores das empresas públicas
são recorrentes, os cargos desnecessários criados para o filho do primo sempre lá estiveram.
Os dinheiros mal gastos também, as contas mal feitas o normal e as verbas desviadas sabe
Deus para que bolsos idem idem, aspas aspas.
Mas isto não acontece só na governação nacional. Ao nível local tudo se passa do mesmo
modo. Temos os “jobs” e os “boys”, as empresas municipais e os seus gestores bem pagos,
mesmo que não percebam nada de gestão e muito menos do que estão a gerir. Existem os
carros dos vereadores, e a imprensa que se deixa comprar, e os cartões de crédito, e os sacos
azuis, que já devem eles próprios estar vermelhos de tanta vergonha.
Já que estamos em Odivelas, lembremos, por exemplo, a divida “externa” da autarquia, as
verbas gastas com jardins onde quase ninguém vai ou que desabam às primeiras chuvadas, os
carros de vereadores usados fora de serviço, “boys” que são postos nos “jobs”, etc… etc…etc.
E depois, de repente, temos um país inteiro envergonhado por ter de pedir dinheiro à União
Europeia onde estamos inseridos desde 1 de Janeiro de 1986.
Vergonha tenho eu de quem se encosta aos subsídios para viver à custa de quem realmente
trabalha. Vergonha tenho eu dos nossos sucessivos (des)governantes. Vergonha tenho eu
de não termos sabido aproveitar os Fundos da CEE (hoje União Europeia) para dotarmos
Portugal das estruturas que nos permitiriam agora enfrentar a crise com outra segurança
e serenidade. Vergonha tenho eu de viver num país onde os políticos vivem sob a máxima
do “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. E mais vergonha ainda tenho eu de que, neste
momento de crise, quando o país se afunda mais a cada dia, quem o povo elegeu não consiga
ser suficientemente humilde para assumir culpas, criar entendimentos e gerar soluções.
Nota: Texto públicado no rúbrica Ponto e Virgula, do jornal Nova Odivelas, de 21 de Abril de 2011
1 comentário:
Infelizmente e para nossa desgraça, é a pura verdade.
Mais uma descoberta em abono do que diz:vem uma notícia inacreditável num órgão da C. Social que afirma terem sido adjudicados contratos, a empresas que não existiam. Se tivesse sido um cidadão comum, o mínimo que lhe chamariam seria "burlão".
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