Oxalá que não se corra, mais uma vez, para a bipolarização da vida política portuguesa. Correm as notícias que o FMI - Fundo Monetário Internacional - deseja um pacto entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata, para que se encontre estabilidade governativa. Então e os outros partidos, o CDS, PCP, Bloco de Esquerda, MRPP, PPM, Partido da Terra, etc., são forçosamente obrigados a aceitar esta espécie de intromissão sobre as nossas convicções.
Era a última a sair do saco: sermos obrigados a enormes sacrifícios por culpa de uma governação desnorteada e, agora, a termos de nos silenciar ou escolher quem não queremos...
Aliás, começo já por mostrar o meu desapontamento com as escolhas do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, como por exemplo a do cabeça de lista pela Guarda, o politólogo Manuel Meirinho, também ele, até há poucos anos atrás, administrador dos interesses de empresários nascidos na sua terra (o Soito ou no concelho do Sabugal) em mais do que uma empresa.
Recordo, perfeitamente, a sua apetência para a engenharia financeira, com o intuito de sobre facturar para empresas terceiras e, consequentemente reduzir os montantes de impostos a pagar e empobrecer terceiros. Lembro-me como instruía um accionista de uma empresa onde também eu era sócia, de forma a mantê-la deficitária no propósito de desviar a sua clientela, particularmente um importante grupo do sector automóvel.
Manuel Meirinho ganhou algum protagonismo no programa televisivo “Prós & Contras”, mas agora, com esta nomeação, reaviva-me a memória de momentos difíceis que me fizeram abandonar prematuramente um barco que ajudei a nascer.
Também me volta a refrescar o pensamento para a necessidade de nos mantermos atentos e saber avaliar a credibilidade das escolhas que fazem, para nos representar na Assembleia da República. Não basta ser professor da Universidade Técnica de Lisboa, fazer lobbies na RTP, escrever num blogue e passar uma esponja num passado empresarial pouco clarividente.
Os eleitores portugueses têm de procurar conhecer os seus representantes, que terão nas mãos parte muito importante do futuro dos nossos filhos e dos nossos netos, tão grande é crise financeira anunciada.
Os votantes têm de ter a coragem de eleger os que mais merecem, mesmo que isso signifique votar nos partidos ou grupos políticos mais pequenos, para abrir espaço ao debate permanente e à criatividade, à consulta de todos os agentes da sociedade, para que o poder não descanse nem sustente factos consumados.
Vivemos o pior momento do pós-25 de Abril e, de uma ou duas: Ou vamos todos votar e optar pelos melhores com critérios objectivos sem voto útil e, de fora têm de ficar todos os Manuel Meirinho; Ou então façamos greve ao voto.
Talé
3 comentários:
Esta excelente o seu texto Talé!
Mas, não gostei da parte da greve ao voto!
Na conjunctura actual os portugueses terão forçosamente que se envolver,o mais possível nos destinos do nosso País, a classe política com responsabilidades governativas fracassou em género e em número e nós cidadãos teremos que a regenerar, se não queremos comprometer o futuro dos nossos filhos!O voto é um sinal de interesse a ausência dele é a apatia total!
Obrigado Madalena...
Devo esclarecer que abordei esta questão de forma desapaixonada. E por isso apontei para os dois possíveis pratos da balança. Naturalmente que quem me conhece saberá que lutarei pela regeneração da classe política, para que se envolvam independentes e trabalhadores de todas as classes, mas que sejam pessoas com ideias e que gostem de transmitir experiências. Portanto, acredito que ainda é bom irmos todos votar, mas com a coragem de o fazer definitivamente num projecto que acreditemos e nunca fazê-lo por moda ou por exclusiva utilidade,
Talé
De acordo!
Eu até tenho constatado que existem muitas pessoas que votam no partido A ou B essencialmente por hábito!
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