11.5.11

Quem espera, nem sempre alcança

À luz da psicologia


É verdade que a sabedoria popular num vasto número de situações dá contributos muito úteis. Contudo, como qualquer posicionamento baseado no senso comum nem sempre tal acontece.
A ideia de que “quem espera, sempre alcança” é exemplo disso mesmo. Pelo menos no que diz respeito aos relacionamentos amorosos.
Não há nada mais perigoso no amor do que ficar à espera que mude.
A investigação desenvolvida pela ciência psicológica tem mostrado que transformações, mudanças, em termos da personalidade, ocorrem sobretudo através de psicoterapia ou um evento de forte carga emocional, como por exemplo, uma situação traumática.
E portanto, apesar das excepções, tende a ser enganosa a ideia “de se dar um tempo”. Por muito bom ou mau que tenha sido, depois de um intervalo nada de novo volta a acontecer e enquanto se ficar envolvido(a), comprometido(a) com o relacionamento passado estará menos atento(a), disponível para conhecer novos humanos e consequentemente menos probabilidades de iniciar um relacionamento com uma pessoa que realmente o(a) satisfaça, realiza e vice-versa.
Ficarmos “especados” à espera que mude, impossibilita que o cérebro fique disponível para encontrar outras oportunidades que todos os dias passam por si, em determinado local, em determinado momento.
O nosso cérebro é fascinante, porém, pode pregar-nos algumas partidas. E sendo assim, importa lançar um alerta. O perigo de se desenvolver um relacionamento baseado na fantasia da outra pessoa e não com a outra pessoa na realidade. E é deste movimento de ficar agarrado a uma fantasia e não à pessoa que nasce a obsessão, a qual constitui uma grande barreira a um relacionamento funcional.
O amor deve ser contemplado como uma aprendizagem que exige uma postura activa, na medida em que não se nasce ensinado a amar, apenas a precisar de amor. Desta forma, o amor não acontece, edifica-se e quando tal acontece domina a alegria, a realização e não o sofrimento.
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Mauro Paulino - Psicólogo Clínico

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