28.2.12

O poder das palavras

À Luz da Psicologia
No quotidiano, existe um receio evidente de se usarem determinadas expressões, tais como aquelas que envolvem a noção de compromisso ou a ideia de morte. Por exemplo, é pouco comum ouvir-se dizer que determinada pessoa morreu. Diz-se "ela partiu" ou "já não está entre nós".
Sem se dar conta a pessoa acaba por causar a si própria uma carga ainda mais pesada e negativa devido à tristeza e emoções negativas associadas a uma atitude de evitamento. Um evitamento, muitas vezes, escondido atrás da desculpa do "agora não quero falar sobre isso" ou "logo falamos".
Porém, é fundamental tomar-mos consciência de que não há nada pior do que um não dito (quer de terceiros, quer do próprio) para o nosso sofrimento.
Nas melhores das intenções, diversos progenitores mentem em muitas coisas aos seus educandos com a falsa ideia de os estarem a proteger. E uma mentira muito conveniente é aquela que mostra o conflito como algo absolutamente negativo. Assim, quando se diz repetidamente a alguém que o conflito é uma coisa má, as pessoas vão perdendo a coragem de assumirem comportamentos assertivos umas com as outras. Isto é, para evitarmos o conflito, não desenvolvemos a capacidade de dizer ao outro o que gostamos e o que não gostamos no seu comportamento.
O grave desta forma de estar é que sem conflito não nasce consciência e vivemos num vazio existencial aniquilador. O grave é que esta maneira de estar contribui fortemente para uma maior alienação da nossa sociedade, bem como para uma gigantesca dificuldade em iniciar relacionamentos e/ou verbalizar emoções. Para além de outros obstáculos a um estado de bem-estar....
A palavra assertiva é absolutamente fundamental. Nenhuma relação se constrói sem algum nível de tensão. Sem conflito, não existe relação. Quando dois humanos têm a arte de dizer o que sentem, que emoção e que sentimentos lhes invadem o corpo, é-lhes muito mais fácil fazer frente a uma situação de conflito, sofrendo o mínimo de dano.
Usem as palavras! Façam o caminho! Vivam, pois é a vida que determina a consciência!
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