- Da ficção à realidade na internet
WikiLeaks mais do que um grupo de cibernautas que publica um site é uma organização transnacional sem fins lucrativos, com sede na Suécia apesar do seu director ser um jornalista australiano.
O site do wikileaks publica “posts” com documentos, fotos e informações confidenciais, oriundas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis e obviamente a partir de fontes anónimas.
Colocam-se duas questões:
Como é que esta espécie de associação de cibernautas consegue obter estas informações e como se financia.
A wikileaks é um trabalho para muitos e as suas instalações - a avaliar pelas imagens que correram o mundo - tiveram certamente um custo de instalação elevado (ocupam um antigo bunker bem modernizado) e uma manutenção comum a qualquer média empresa.
Por outro lado, precisa-se conhecer as relações que os financiadores têm com alguns poderes instalados, particularmente com os que rodeiam a administração Norte-americana, e entre os que receiam complicações internacionais mais sérias, por um lado pela dificuldade de em regulamentar os mercados financeiros que continuam a intoxicar e a especular, por outro, com a expansão rápida de algumas das economias emergentes lideradas por políticas pouco recomendáveis.
Afinal de contas a wikileaks não vai muito mais longe que as reportagens realizadas pela BBC (algumas delas passadas nos programas da SIC Notícias) ou nos canais de cabo Discovery, Odisseia e mesmo National Magazine. No site em causa colocam-se documentos que concretizam muitas das dúvidas colocadas aos cidadãos comuns.
A administração Norte-americana e o próprio Barack Obama só tem razão para desconfiar de alguns dos poderes instituídos nos países com economias emergentes e mesmo da Europa comunitária cheia de eurocratas e num crescendo desentendimento, tanto mais que se percebe a hegemonia dos alemães que até parecem pretender fazer reviver numa perspectiva moderna, uma espécie do império austro-húngaro (...) de ficarem donos e senhores da moeda única pressionando mesmo alguns países a repensar continuarem dentro do euro, nomeadamente os da Europa do Sul independentemente de termos uma Espanha e Itália com economias sólidas porque têm tecnologias, indústrias e agriculturas sólidas. É claro que não se livram dos vizinhos muito mais fracos e pobres com dificuldades estruturais complicadas de recuperar, como Portugal a Ocidente, os países dos Balcãs, Grécia e Turquia a Leste.
Os americanos sabem que para os alemães é relativamente fácil fazer recuperar as economias dos antigos países de Leste, tanto mais que se têm aproximado subtilmente da própria Rússia. Também têm a profunda consciência que fora deste cenário se encontram os praticamente desalinhados países nórdicos, como a Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e mesmo a própria Holanda e o pequeno Luxemburgo (...) e o Reino Unido está dentro como se estivesse na “coxia”.
Além disso Barack Obama já deu claros sinais que não está na disposição de investir muitos mais milhões de dólares nos mercados europeus directa ou indirectamente. E apesar da Casa Branca se apressar a desmentir relações mais difíceis com as lideranças do México e da Turquia emitindo um comunicado em que revela que o presidente dos Estados Unidos, telefonou neste sábado ao primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, e ao presidente do México, Felipe Calderón, para discutir a "acção deplorável" do site WikiLeaks, que forneceu informações confidenciais da diplomacia americana.
Segundo o comunicado, "o presidente manifestou o seu pesar pela acção do WikiLeaks e os dois líderes concordaram que ela não terá influência ou modificará a estreita cooperação entre Estados Unidos e Turquia". Obama também comunicou com Felipe Calderón e ambos concordaram que "o WikiLeaks cometeu actos irresponsáveis e não devem afastar os dois países da actual cooperação".
De qualquer modo, a correspondência diplomática revelada pelo WikiLeaks mostrou a desconfiança da administração Obama com o desempenho dos militares mexicanos no combate ao narcotráfico.
O site da wikileaks foi construído com base em vários softwares, incluindo MediaWiki, Freenet, Tor e PGP.
WikiLeaks não é uma wiki - leitores que não têm as permissões adequadas não podem editar o seu conteúdo.
Para a postagem, a WikiLeaks recomenda a utilização do Tor, para preservar a privacidade dos seus utilizadores e garantir que a informação colocada não é rastreável. O site, foi aberto em Dezembro de 2006 e, em Novembro de 2007, já tinha quase 1,5 milhões de documentos.
WikiLeaks – actualmente dirigido pelo jornalista australiano Julian Assange - é administrado por The Sunshine Press e terá sido organizado por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e personalidades ligadas às tecnologias dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul.
Este tema está distante de se encontrar encerrado e garantidamente muito perto da realidade, das preocupações da liderança Norte americana que, afinal de contas nem está fora da autenticidade do mundo actual. Ainda hoje fizeram novas revelações sobre as actividades dos radicais muçulmanos no Norte de Espanha que são perfeitamente conhecidas pelas autoridades do país vizinho e da maioria das polícias europeias com informações concentradas na Europol. Mais são conhecidas as preocupações dos franceses com a sua comunidade magrebina composta por milhões, a maioria dos quais com formação técnica média e superior precisamente colhida naquele país.
Aliás, este é o novo paradigma das democracias ocidentais que acabam por alimentar e formar hoje os seus inimigos de amanhã (...) Em França Já o fazem há mais de duas décadas e meia.
Porventura a WikiLeaks tem o condão de destapar esta problemática antes do tempo ou não, precisamente no tempo certo. Pelo menos colocou meio mundo a falar do que pensam os líderes mundiais uns dos outros entre portas.
O futuro encarregar-se-á de dar ou não razão aos cibernautas da WikiLeaks.
O site do wikileaks publica “posts” com documentos, fotos e informações confidenciais, oriundas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis e obviamente a partir de fontes anónimas.
Colocam-se duas questões:
Como é que esta espécie de associação de cibernautas consegue obter estas informações e como se financia.
A wikileaks é um trabalho para muitos e as suas instalações - a avaliar pelas imagens que correram o mundo - tiveram certamente um custo de instalação elevado (ocupam um antigo bunker bem modernizado) e uma manutenção comum a qualquer média empresa.
Por outro lado, precisa-se conhecer as relações que os financiadores têm com alguns poderes instalados, particularmente com os que rodeiam a administração Norte-americana, e entre os que receiam complicações internacionais mais sérias, por um lado pela dificuldade de em regulamentar os mercados financeiros que continuam a intoxicar e a especular, por outro, com a expansão rápida de algumas das economias emergentes lideradas por políticas pouco recomendáveis.
Afinal de contas a wikileaks não vai muito mais longe que as reportagens realizadas pela BBC (algumas delas passadas nos programas da SIC Notícias) ou nos canais de cabo Discovery, Odisseia e mesmo National Magazine. No site em causa colocam-se documentos que concretizam muitas das dúvidas colocadas aos cidadãos comuns.
A administração Norte-americana e o próprio Barack Obama só tem razão para desconfiar de alguns dos poderes instituídos nos países com economias emergentes e mesmo da Europa comunitária cheia de eurocratas e num crescendo desentendimento, tanto mais que se percebe a hegemonia dos alemães que até parecem pretender fazer reviver numa perspectiva moderna, uma espécie do império austro-húngaro (...) de ficarem donos e senhores da moeda única pressionando mesmo alguns países a repensar continuarem dentro do euro, nomeadamente os da Europa do Sul independentemente de termos uma Espanha e Itália com economias sólidas porque têm tecnologias, indústrias e agriculturas sólidas. É claro que não se livram dos vizinhos muito mais fracos e pobres com dificuldades estruturais complicadas de recuperar, como Portugal a Ocidente, os países dos Balcãs, Grécia e Turquia a Leste.
Os americanos sabem que para os alemães é relativamente fácil fazer recuperar as economias dos antigos países de Leste, tanto mais que se têm aproximado subtilmente da própria Rússia. Também têm a profunda consciência que fora deste cenário se encontram os praticamente desalinhados países nórdicos, como a Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e mesmo a própria Holanda e o pequeno Luxemburgo (...) e o Reino Unido está dentro como se estivesse na “coxia”.
Além disso Barack Obama já deu claros sinais que não está na disposição de investir muitos mais milhões de dólares nos mercados europeus directa ou indirectamente. E apesar da Casa Branca se apressar a desmentir relações mais difíceis com as lideranças do México e da Turquia emitindo um comunicado em que revela que o presidente dos Estados Unidos, telefonou neste sábado ao primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, e ao presidente do México, Felipe Calderón, para discutir a "acção deplorável" do site WikiLeaks, que forneceu informações confidenciais da diplomacia americana.
Segundo o comunicado, "o presidente manifestou o seu pesar pela acção do WikiLeaks e os dois líderes concordaram que ela não terá influência ou modificará a estreita cooperação entre Estados Unidos e Turquia". Obama também comunicou com Felipe Calderón e ambos concordaram que "o WikiLeaks cometeu actos irresponsáveis e não devem afastar os dois países da actual cooperação".
De qualquer modo, a correspondência diplomática revelada pelo WikiLeaks mostrou a desconfiança da administração Obama com o desempenho dos militares mexicanos no combate ao narcotráfico.
O site da wikileaks foi construído com base em vários softwares, incluindo MediaWiki, Freenet, Tor e PGP.
WikiLeaks não é uma wiki - leitores que não têm as permissões adequadas não podem editar o seu conteúdo.
Para a postagem, a WikiLeaks recomenda a utilização do Tor, para preservar a privacidade dos seus utilizadores e garantir que a informação colocada não é rastreável. O site, foi aberto em Dezembro de 2006 e, em Novembro de 2007, já tinha quase 1,5 milhões de documentos.
WikiLeaks – actualmente dirigido pelo jornalista australiano Julian Assange - é administrado por The Sunshine Press e terá sido organizado por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e personalidades ligadas às tecnologias dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul.
Este tema está distante de se encontrar encerrado e garantidamente muito perto da realidade, das preocupações da liderança Norte americana que, afinal de contas nem está fora da autenticidade do mundo actual. Ainda hoje fizeram novas revelações sobre as actividades dos radicais muçulmanos no Norte de Espanha que são perfeitamente conhecidas pelas autoridades do país vizinho e da maioria das polícias europeias com informações concentradas na Europol. Mais são conhecidas as preocupações dos franceses com a sua comunidade magrebina composta por milhões, a maioria dos quais com formação técnica média e superior precisamente colhida naquele país.
Aliás, este é o novo paradigma das democracias ocidentais que acabam por alimentar e formar hoje os seus inimigos de amanhã (...) Em França Já o fazem há mais de duas décadas e meia.
Porventura a WikiLeaks tem o condão de destapar esta problemática antes do tempo ou não, precisamente no tempo certo. Pelo menos colocou meio mundo a falar do que pensam os líderes mundiais uns dos outros entre portas.
O futuro encarregar-se-á de dar ou não razão aos cibernautas da WikiLeaks.
José Maria Pignatelli
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