Vamos entrar numa semana que poderá precipitar mais uma oscilação nos mercados financeiros globais. Isto se considerar que, hoje, segunda-feira, é o começo da semana para a quase globalidade dos mercados. Caso contrário bem que podemos perceber que a semana começou mal, ontem, na bolsa de Telavive, em Israel, com uma queda a pique, de mais de 6% no global do valor das acções.
Tudo isto porque a agência classificadora (rating) Standard & Poor’s baixou a ‘nota’ aos Estados Unidos, passando de ‘AAA’ para ‘AA+’. Isto acabou por funcionar como sinal de risco para os investidores. Beliscar a ainda maior economia mundial já é suficiente para abanar os mercados bolsistas, particularmente das economias ocidentais.
Entretanto, na Escola Comercial de Paris, uma universidade de prestígio, reuniram-se mais de 170 empreendedores, quase todos empresários membros da Achookers que foram capazes de mudar o destino de muitas pessoas através de ideias inovadoras que experimentaram ou mantêm em prática. Durante uma semana, debateram questões fundamentalmente sociais que importa corrigir urgentemente para manter os estados de desenvolvimento já conseguidos e ajudar outros mais subdesenvolvidos.
É claro que entrámos há muito num ciclo relativamente irracional. Já nem conseguimos perceber que a economia Norte-americana é capaz de se regenerar em tempo útil e que é o dólar a única moeda que serve de troca no mercado mundial de matérias-primas.
Os mercados europeus, sobretudo os da zona Euro, também foram fortemente abalados a ponto de agora o Banco Central Europeu decidir intervir activamente nos mercados com comprar divida pública italiana e espanhola, ainda com a desaprovação dos alemães, acabando por lançar dúvidas sobre o ‘estado de saúde’ daquelas economias. Também Durão Barroso, Comissário Europeu, esclareceu os líderes dos países membros que o fundo monetário da União precisa de ser reformado e reforçado de verbas porque será curto para auxiliar Espanha e à Itália em caso de necessidade. O fundo possui pouco mais de 450 mil milhões de euros
No entanto, apesar desta tremenda confusão, os líderes dos países da zona Euro ‘foram a banhos’, deixando uma solução provisória às mãos dos governadores do BCE que se reuniram por via da videoconferência. Mas esta atitude pode tornar-se irresponsável, tão-só porque nenhuma das decisões tomadas na última reunião dos chefes de governo dos países da zona Euro, há quinze dias, ainda não foi posta em prática e nem se acredita que o seja em tempo de férias, mesmo sabendo que os mercados bolsistas podem continuar a mostrar nervosismo e que não param.
Tem cada vez mais razão todos os que têm lembrado que na Europa faltam líderes políticos de qualidade, capazes de continuar o desígnio da união desejada há décadas e começada a construir por alguns dirigentes que ficaram na história do pós II Grande Guerra.
Alemanha à procura da desunião
Por outro lado, e apesar do tom critico com que os responsáveis europeus comentam as classificações das agências de rating, percebe-se que esta divergência entre economias é alimentada sobretudo pelos alemães que desejam uma nova ordem internacional e particularmente para o velho continente, agora politicamente mais homogéneo.
Os alemães pretendem o regresso a uma Europa claramente a duas ou mesmo três velocidades, mas um conjunto de países da Europa central fortes e pujantes unidos política e economicamente.
“É preocupante assistirmos à desclassificação dos países periféricos do Sul da Europa a uma velocidade inexplicável”, disse director regional de um importante banco espanhol, no passado sábado, entre um grupo amigos preocupados com a actual situação e que se reencontraram em Portugal. E adiantou: “não tenho dúvidas que se Itália e Espanha forem contagiadas seguir-se-á a França (…) e aí será o momento de se questionar a continuidade do euro enquanto moeda única”.
Para aquele banqueiro “a união europeia é um fracasso, jamais acontecerá com tão grandes assimetrias e com alguns países fundamentais fora da zona euro como o Reino Unido, e com a Alemanha a demonstrar uma vontade avassaladora de voltar a controlar parte significativa da economia europeia, através dos países continentais produtores de matérias-primas, com maiores indústrias e capacidade de as requalificar, bem como revitalizarem a agricultura”.
Percebe-se que a Europa se terá de regenerar nos próximos meses e isso só seria possível com uma intervenção de todos em pé de igualdade, mesmo com as diplomacias dos países europeus não membros como alguns dos nórdicos e, claro uma maior participação do Reino Unido que apesar de membro da Comunidade, não é faz parte da zona do euro porque não aderiu à moeda única.
De qualquer modo, a certeza de que se vão perder os próximos dias, porque temos muitos dos responsáveis políticos de férias e, pelos vistos, muito pouco preocupados com o futuro das suas populações que vivem, cada vez mais, a incerteza sobre o futuro a curto prazo.
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