20.8.11

Minha Lisboa perdida

20 Horas, dia 19 de Agosto, a caminho da capela mortuária da Igreja de São Paulo, em Lisboa, mesmo por detrás do Mercado da Ribeira. Uma desolação: ruas com os pavimentos sujos; quase não há 1 metro quadrado de parede e mesmo algumas portas de estabelecimentos comerciais que não tenham uns graffiti, melhor uns rabiscos feitos a spray de várias cores; um cheiro nauseabundo motivado pela mudança da maré no rio; imediações do Cais do Sodré e de Santos sem gente nas ruas e a maioria dos restaurantes e bares às moscas mesmo aqueles com decorações aprimoradas quase admiráveis.
22 Horas, mais umas voltas nas mesmas ruas e o cenário idêntico: dúzia e meia de estrangeiros espalhados por três casas das mais fantásticas e pouco mais portugueses. Os funcionários multiplicavam-se em simpatia, mas mostravam claro nervosismo por um início de noite quase para esquecer. Rezavam pelas horas seguintes. Não vêm às refeições, mas que venham beber uns copos.
Sobre as 22h45, Praça de Toiros do Campo Pequeno: duas esplanadas abertas, sem toldos e aqueles magníficos maples... Quase pareciam esplanadas de recurso. Caso para perguntar o que sucedeu? Ouvi dizer que um autarca da Câmara de Lisboa não gosta das esplanadas exteriores do Campo Pequeno! Será? Nem quero acreditar que se queira matar a noite de Lisboa, da capital do País, num mês mais exposta aos visitantes de outras paragens e com muito menos consumidores lisboetas.
Pelos vistos o comércio de porta aberta para a rua vive momentos de angústia quase dramáticos e o futuro não augura nada de bom para estes negócios que obrigam a elevados investimentos e representam percentagem muito importante das economias familiares em Portugal.

3 comentários:

Miguel X disse...

Ilustre,
Que o Cais do Sodré está a cair aos bocados e a necessitar de uma intervenção, como por exemplo teve a Rua de S. Bento, não tenho a mais pequena dúvida e que o disparate (mais um) de Sá Fernandes matou parte da vida que tinha sido restituída ao Campo Pequeno também não, agora ir no mês de Agosto, às 22.00 ao Cais do Sodré e esperar ver uma noite animada .....
é como no dia de uma final do Campeonato do Mundo ir vr um jogo de reservas e chegar com 4 horas de antecedência.

Jose Pignatelli disse...

É essa falta de capacidade em vendermos a nossa cidade que faz a diferença entre Lisboa e, por exemplo, Barcelona. Qual tempo de férias: sempre milhares na rua e a qualquer hora. Já agora convêm recordar que não existem os enormes centros comerciais de Lisboa. Em Barcelona são proíbidos construir! Mais uma razão para ver pessoas na rua. Também as agências de turismo vendem Barcelona a preços mais simpáticos... E se formos dar uma volta na net, às 5as feiras entre as 2 e as 5 horas pode ser que se ganhe um 'bingo' - viagem de ida e volta a Barcelona pela módica quantia de 60, 80 ou 110 euros!

Miguel X disse...

Há sempre algo melhor, assim como alguém que seja melhor que nós,isso é inevitavel. Portugsl não é a Catalunha e por isso Lisboa não pode ser Barcelona, mas se quiseres comparar como Madrid ou Paris cidades que conheço bem e que são capitais estás à vontade, ou vais aos locais turisticos ou... chapéu.
O Cais do Sodré e o Campo Pequeno não são decididamente locais turisticos, se os quiseres encontrar vais ao Bairro ou a Cascais.
Uma coisa é certa, Lisboa tem uma mística e um encanto próprio, é isso que a diferencia.
Podia estar melhor, podia e devia, mas se o País está como está, muito bem está a Capital.