2.3.11

Na cama... com os pais

À Luz da Psicologia
O tema de hoje é um dos que mais recorrentemente surge em consulta psicológica apesar das inúmeras clarificações trazidas pela psicologia sobre o tema que intitulo – “Na cama … com os pais”.
E perante tal situação importam ser colocadas à reflexão uma série de perguntas, designadamente:
- Como é que os pais conseguem ter uma relação sexualmente saudável quando têm uma criança a dormir na mesma cama (ou no mesmo quarto) onde fazem sexo?
- Como é que o casal pode ter privacidade e pode continuar com a mesma intimidade quando tem de dividir o quarto e a cama com uma criança pequena?
- E mais importante, quererão mesmo os casais que actuam dessa forma fazer sexo?
- Gostarão o suficientemente um do outro para partilhar a vida e os corpos, ou a presença da criança na cama acaba por dar jeito?
São apresentadas as mais variadas desculpas, algumas até bem mascaradas, muitas com maior tónica na criança e ainda outras com maior tónica nos pais. Por exemplo, a desculpa de que é para controlar melhor a criança quando, na verdade, existem aparelhos que possibilitam aos pais mesmo não estando perto saberem se a criança se movimentou, se está bem.
Em consulta quando as crianças dormem na cama dos pais acontece com regularidade afirmarem que a mãe é que as vai buscar para junto dela. Serão estas situações aquelas em que a presença da criança na cama dá jeito?
Existem crianças a dormir na cama dos pais até aos 12 anos de idade. É inconcebível. A criança não tem que dormir no quarto dos pais a partir dos primeiros meses (3 a 6 meses). E para ajudar a tranquilizar e facilitar recordo os aparelhos atrás referidos.
Em idades nas quais pode existir uma maior oposição os pais devem assumir uma postura assertiva (assertividade também é afecto!). E, afinal, os pais podem, e devem, dizer “não”, sem ter de explicar tudo e mais alguma coisa. E isto porque os pais devem educar os filhos em vez de os tentarem “seduzir”.
A criança que depois dos 3 anos ainda dorme frequentemente com os pais apresenta uma elevada probabilidade de desenvolver uma série de características disfuncionais. E se permitirmos que tal aconteça não nos devemos depois espantar quando em restaurantes se vê uma mãe a partir o bife a um filho de 16 anos sem qualquer privação motora.
Contudo, é importante sublinhar que num dia em que o filho esteja realmente doente pode-se equacionar a presença de um dos pais junto da criança mas não pertence ocorrer nestes moldes.
É importante não esquecer que educar os filhos é uma urgência nos dias que correm e a educação começa no berço.

Mauro Paulino
Psicólogo Clínico
www.mauropaulino.com

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