17.11.10

Os sobressaltos da cimeira

A Cimeira da Nato vai revolucionar Lisboa. Acredito mesmo que haja alguns cidadãos comuns que a partir de amanhã vão andar de cabelos em para fazer o trajecto de casa para o trabalho e vice-versa, principalmente quem utiliza toda a extensão da margem Norte, mesmo os que transitam desde Vila Franca, Alhandra, Alverca e Sacavém. Maior desespero será para os comerciantes da zona de Moscavide e do Parque Expo.
Mesmo para os restaurantes que vão estar abertos, só podem servir refeições aos participantes acreditados e nunca cobrar mais de 15 euros por pessoa. Se a ementa escolhida for acima desse valor, o Estado paga… só não se sabe bem quando e como e que mecanismos serão utilizados para se certificar a verdadeira despesa de cada um destes “nossos convidados”.
O que também ninguém consegue explicar é se o facto dos hotéis da cidade estarem lotados e o comércio perspectivar mais umas vendas, isso comp
ensará a despesa com tão nobre cimeira ou seja se os impostos resultantes das receitas darão para cobrir os gastos.
De qualquer forma o momento é uma oportunidade para que José Sócrates possa tentar vender mais uns pedaços da divida pública a países mais decentes que autorizem que possamos comer também do mesmo prato… que não se fique pela China, Argélia e outros do género, para já não referenciar a ironia do presidente de Timor, Ramos Horta, também se mostrar disponível para nos emprestar alguns dólares resultantes da actividade petrolífera. Para quem têm memória ainda há pouco sucedia precisamente o contrário – era Portugal que emprestava uns milhões à antiga colónia portuguesa.
José Maria Pignatelli

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