Numa semana em que se assistiu à vergonhosa falta de compromisso de muitos cidadãos para com o seu País decidi escrever sobre um outro compromisso, o casamento.
Comecemos por definir casamento, o qual diz respeito a um espaço de partilha e de desenvolvimento psicológico que visa a realização de cada um dos dois, na medida em que o vínculo formado entre dois adultos que partilham vidas e corpos torna possível que cada um seja mais pessoa do que seria se continuasse sozinho.
Pelo facto de o nosso cérebro não lidar directamente com a realidade mas com a representação que está a fazer dessa mesma realidade (objectos, pessoas, eventos) é fundamental materializar determinados passos importantes da nossa vida, como é o caso de partilhar o nosso corpo e a nossa vida, ainda para mais com a convicção que desejamos abdicar de todas as pessoas para estar só com uma.
Tal decisão implica uma construção cerebral que se fortalece com a materialização, neste caso, o casamento. Em termos psicológicos, assinar o contrato de casamento não é para os outros (isso é em termos sociológicos), mas sim, um compromisso com e para o próprio, de que é com aquela pessoa que se quer partilhar o corpo e a vida.
Casar é a prova para o próprio de que é capaz de se comprometer, que já percebeu quem é, que já percebeu quem é a outra pessoa e é com ela que quer ficar.
Vários estudos apontam que as pessoas casadas desfrutam de melhor saúde do que as que optam por coabitar sem contrair matrimónio. Tal deve-se ao facto de o casamento proporcionar maior segurança emocional do que as uniões de facto. Casamento significa menos ansiedade e mais sentimentos de segurança, o que por sua vez conduz a um sistema imunitário globalmente mais saudável. Contudo, tal só ocorre quando se é feliz na relação casamento.
Precisamos ainda considerar que se por um lado, há quem se refugie atrás da desculpa “de que é apenas um papel” para não se comprometer, por outro, há quem case de forma leviana contribuindo para que as coisas corram muito mal.
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