Há muitos anos, ainda um garoto, costumava visitar com grande regularidade o Jardim Zoológico. Tenho desse tempo na memória alguns dos extraordinários funcionários que lá trabalhavam e guardo especial saudade de dois deles: o professor de patins, um homem mulato, alto, de uma simpatia e correcção como havia poucos; o outro o tratador dos elefantes, os quais na altura passeavam pelo Jardim transportando crianças numa cadeiras colocadas no dorso para esse efeito.
Lembro-me, nos dias que ia passear ao Jardim chegar ao portão da entrada e começar a correr para a zona dos elefantes, para ir ter com o tal tratador, o Zé dos Elefantes como ele era conhecido. Não hesitava e quando me via, também ele ficava contente e fazia questão, tão depressa quanto pudesse de me colocar numa daquelas cadeiras. Era na altura um daqueles amigos mais velhos, como eu costumava dizer.
Ao meio - a mulher do meu amigo Zé dos Elefantes. |
Ontem numa das visitas a um centro de dia, onde estive à conversa com inúmeros idosos, houve uma senhora que me disse, sou viúva há alguns anos, o meu marido era um bom homem, trabalhava no Jardim Zoológico e tenho muitas saudades. De imediato acendeu-se uma luz e exclamei: o seu marido era o Zé dos Elefantes!
A conversa a partir daí continuou e prolongou-se, não vem ao caso até onde foi, mas gostei de conhecer esta mulher e sobretudo de saber que também para ela o meu amigo ZÉ dos ELEFANTES era um GRANDE HOMEM.
Sem comentários:
Enviar um comentário