“ Esta é uma obra da Igreja!”

No passado Domingo, a propósito da inauguração doas novas instalações do Centro Paroquial de Famões, excelente obra por sinal que irá significar uma enorme mais valia para a população, tive o prazer de assistir à Eucaristia presidida por sua Excelência o Cardeal Patriarca de Lisboa D. José Policarpo, que, com o seu vasto e douto conhecimento da humanidade proferiu um sermão absolutamente sublime! E, que a meu ver, deveria ficar na história da Igreja desta freguesia!

Sem me querer alongar em considerações sobre a mensagem litúrgica que foi transmitida pelas leituras e no sermão deste domingo, saliento a feliz coincidência, aliás notada pelo Sr. Cardeal, sobre a mensagem de caridade, e de amor ao próximo se coadunar com o propósito daquela homilia – Inauguração das novas instalações do Centro Paroquial de Famões.

Gostaria de manter este Post neste tom elevado mas não vai ser possível atendendo às barbaridades que assisti e ouvi. Em rigor, no que concerne às boas práticas, ao bem receber e ao saber estar, impedem-me de continuar neste registo, porque de facto terei de enunciar situações que me deixaram um profundo sentimento de consternação.

Os representantes eleitos da nossa autarquia na sua maioria, chegaram à Igreja após o início de celebração. Nem tão pouco existiu a preocupação por parte da senhora presidente da câmara de, por um lado, fazer uma recepção condigna ao Sr. Cardeal, e por outro, não é considerado adequado um representante máximo da autarquia e sua comitiva chegarem a uma cerimónia religiosa após o seu início!

Tem tudo a ver com humildade cristã, respeito pelas Instituições e seus representantes e acima de tudo pelas pessoas! Não gostaria de mencionar, o discurso eleitoralista e populista da presidente da câmara que além de ter sido extenso e monocórdico foi egocêntrico e demago, dando a ideia que a obra teria sido até idealizada por si e que o staff da câmara tinha ido em massa assentar tijolo! È uma vergonha!

Garanto que me entristeceu profundamente, e porventura não teria sido só eu porque o Sr. Cardeal tomou pela última vez da palavra na sessão solene iniciando o discurso pela seguinte frase: “ Esta é uma obra da Igreja!”. Por isso devo talvez referir-me às palavras proferidas pelo Sr. Cardeal, algumas AQUI reproduzidas e indicar caminhos, para que este tipo de situações deixem de se repetir, não fica bem a quem as protagoniza e a nós que assistimos a esta espécie de fogueira de vaidades, constatamos que, de facto não acrescenta valor nenhum à sociedade e particularmente à classe política!