Num momento em que a esperança e as expectativas andam em baixa há que reflectir e fazer das dificuldades uma mais-valia. Só assim poderemos promover a mudança e com ela encontrar as soluções que nos permitam inverter esta tendência. Acredito que podemos voltar acender a luz da esperança.
7 - Curto período – pequeno balanço.
Há cerca de dois/três meses com a realização de eleições, com a escolha que os portugueses fizeram e com a consequente tomada de posse de um novo governo iniciou-se um novo ciclo político em Portugal.
Penso que pela gravidade da situação, a qual a foi tão falada, comentada e esmiuçada ninguém votou no escuro e por isso mesmo não deve haver muitos que possam afirmar que não sabiam o que aí vinha. Estou convicto que os portugueses no seu voto disserem qualquer coisa como isto: estou disposto a esforçar-me e a sacrificar-me, mas tirem-nos desta situação.
Esta é sem dúvida a expectativa e a esperança legítima daqueles que votaram no PSD e no CDS e penso que também será a de muitos outros que não os escolheram.
O cumprir destes anseios é a grande responsabilidade que tem este governo e ambos os partidos, porém estou convicto que os elementos que agora estão no poder, para além de tudo o resto, possuem essa consciência e sabem perfeitamente que ninguém lhes perdoará um falhanço.
Fez agora apenas dois meses que este governo tomou posse, o período de ambientação e de adaptação às novas funções que cada governante necessariamente tem está a esgotar-se e a partir deste momento entraremos numa nova fase.
Não posso deixar de realçar nesta arrancada a importância de alguns exemplos, como: o corte de algumas regalias que havia para estes cargos, os custos de funcionamento dos gabinetes governamentais e o facto dos membros do governos terem abdicado das suas férias.
Podem em termos globais ser exemplos simbólicos, sem grande significado na conta geral do estado como alguns apregoam, mas entendo, para que se possa exigir e/ou solicitar o que quer que seja, nomeadamente mais sacrifícios, se torna imperioso que haja legitimidade para o fazer. A legitimidade no sentido democrático do termo pode ganhar-se nas eleições, mas objectivamente conquista-se com exemplos e esse estão inequivocamente a ser dados.
Neste período inicial também nos foram dados sinais objectivos que muito daquilo que foi dito antes das eleições é verdade, ou seja, isto vai ser muito duro. Porém, estou convencido que desta vez será para todos, por isso creio que todos os portugueses, percebendo isso, estão dispostos a sacrificarem-se e a esforçarem-se, até porque evidentemente sabemos que tudo isto, para além de depender de uma dúzia de ministro, depende sobretudo de cada um de nós.
Roma e Pavia não se fizeram num dia e a situação de Portugal também não se resolverá num ápice, mas Roma se e Pavia se ergueram …
P.S.: "Pode Haver Luz" é o nome que dei à coluna onde escrevo Nova Odivelas, jornal que esta semana teve pela primeira vez a sua edição feita exclusivamente na internet. Aqui ficou a trancrição integral do meu sétimo texto desta Coluna, para aceder à edição integral do Nova Odivelas clique aqui
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