A derrapagem nas contas da Madeira é politicamente grave e irregular. Mas existem quatro empresas públicas com um ‘buraco’ 11 vezes maior por força das derrapagens nos últimos 12 anos. TAP, Estradas de Portugal, CP e REFER tem de justificar deficit que se aproxima aos 20 mil milhões de euros. Os portugueses não se podem deixar embalar por disputas eleitorais. Isso mesmo: estamos a duas semanas das eleições regionais na Madeira e Alberto João Jardim arrisca a mais uma maioria que o atira para mais de três décadas na liderança do arquipélago o que não agrada à classe política portuguesa.
A derrapagem nas contas da Região Autónoma da Madeira é politicamente grave e irregular. Alberto João Jardim, presidente da região, gastou demais e escondeu a realidade do ‘buraco’ nas contas públicas do arquipélago. Politicamente deixou o País mais pobre na sua credibilidade internacional, particularmente no seio da União Europeia e pode ficar a contas com a Justiça.
Na perspectiva técnica a gravidade é menor. Alberto João Jardim poderá não ter gasto mal: tem obra feita, importante do ponto de vista estrutural, e recuperou de uma catástrofe natural em menos de um ano.
Isto não afasta o desconforto gerado no seio do governo de maioria PSD, precisamente o partido do presidente da Madeira que está em vésperas de eleições regionais, nem a possibilidade do dirigente regional se ver abraços com a justiça por gestão danosa e omissão das contas ao Estado.
De qualquer modo, a responsabilidade da nossa credibilidade além fronteiras também se ficará a dever a um excesso de mediatização deste caso.
Não se entende a falta de tanto destaque a ‘buracos’ bem maiores como o das Estradas de Portugal: só esta empresa pública apresenta um deficit de mais de 100 milhões de euros relativamente à Região Autónoma da Madeira, ultrapassa os 2,4 mil milhões e perspectiva-se, para os próximos doze meses, um acréscimo de mais 25%.
Mas há mais e de maior gravidade: 11 vezes mais alta, é a soma da divida da TAP, Comboios de Portugal e REFER obtida nos últimos 12 anos, aproximadamente 18 mil milhões de euros. E a estes números falta juntar os prejuízos resultantes da nacionalização do BPN, jamais recuperáveis.
Se considerarmos que o ‘buraco’ das contas da Madeira é um escândalo então teremos, certamente, de arranjar um adjectivo para estes buracos do sector empresarial do Estado. E se Alberto João Jardim deverá ser punido por uma gestão duvidosa e omissão das contas correctas, então aguardemos por castigo exemplar aos gestores destas empresas que, ainda por cima, devem esclarecer os chorudos salários e prémios de desempenho que auferem. Aliás, neste caso, a maior vergonha vai para o presidente da transportadora aérea nacional que obtém mais de 680 mil euros anuais somado a um conjunto de benefícios que valem muitos outros milhares.
Talvez fosse desejável um olhar atento dos representantes da ‘Troika’ para esta dura realidade de modo a determinarem o final deste estado de grande injustiça, num País aflito que se precipita para um regresso à condição do mais pobre do continente europeu, com desníveis sociais muito acentuados.
A derrapagem nas contas da Região Autónoma da Madeira é politicamente grave e irregular. Alberto João Jardim, presidente da região, gastou demais e escondeu a realidade do ‘buraco’ nas contas públicas do arquipélago. Politicamente deixou o País mais pobre na sua credibilidade internacional, particularmente no seio da União Europeia e pode ficar a contas com a Justiça.
Na perspectiva técnica a gravidade é menor. Alberto João Jardim poderá não ter gasto mal: tem obra feita, importante do ponto de vista estrutural, e recuperou de uma catástrofe natural em menos de um ano.
Isto não afasta o desconforto gerado no seio do governo de maioria PSD, precisamente o partido do presidente da Madeira que está em vésperas de eleições regionais, nem a possibilidade do dirigente regional se ver abraços com a justiça por gestão danosa e omissão das contas ao Estado.
De qualquer modo, a responsabilidade da nossa credibilidade além fronteiras também se ficará a dever a um excesso de mediatização deste caso.
Não se entende a falta de tanto destaque a ‘buracos’ bem maiores como o das Estradas de Portugal: só esta empresa pública apresenta um deficit de mais de 100 milhões de euros relativamente à Região Autónoma da Madeira, ultrapassa os 2,4 mil milhões e perspectiva-se, para os próximos doze meses, um acréscimo de mais 25%.
Mas há mais e de maior gravidade: 11 vezes mais alta, é a soma da divida da TAP, Comboios de Portugal e REFER obtida nos últimos 12 anos, aproximadamente 18 mil milhões de euros. E a estes números falta juntar os prejuízos resultantes da nacionalização do BPN, jamais recuperáveis.
Se considerarmos que o ‘buraco’ das contas da Madeira é um escândalo então teremos, certamente, de arranjar um adjectivo para estes buracos do sector empresarial do Estado. E se Alberto João Jardim deverá ser punido por uma gestão duvidosa e omissão das contas correctas, então aguardemos por castigo exemplar aos gestores destas empresas que, ainda por cima, devem esclarecer os chorudos salários e prémios de desempenho que auferem. Aliás, neste caso, a maior vergonha vai para o presidente da transportadora aérea nacional que obtém mais de 680 mil euros anuais somado a um conjunto de benefícios que valem muitos outros milhares.
Talvez fosse desejável um olhar atento dos representantes da ‘Troika’ para esta dura realidade de modo a determinarem o final deste estado de grande injustiça, num País aflito que se precipita para um regresso à condição do mais pobre do continente europeu, com desníveis sociais muito acentuados.
José Maria Pignatelli
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