É muito encorajador, em tempo de crise, ver apelo sistemático ao consumo de produtos portugueses. São campanhas patrióticas que se esqueceram de fazer no passado recente, já pós-revolução, em que tudo o que era estrangeiro era bem melhor que o nacional. Recordo-me de exemplo básico: a Coca-Cola era muito melhor que a Canada Dry, por acaso produzida pelo grupo Cadbury Schweppes em Portugal, no mesmo local onde também se produzia o Ginjer Ale. Pois é desprezou-se alguns investimentos estrangeiros que nos deixavam dinheiro em casa, como os canadianos do Dr. Pepper Group Snapple. Muito melhor a Coca-Cola que tem um sabor muito especial, tão especial que paga a taxa de IVA mínima (6%), contra algumas bebidas nacionais que se encontram sujeitas à taxa intermédia ou máxima… Só a partir de 2012, por força do novo Orçamento de Estado, a Coca-Cola passa finalmente a pagar 23%.
Mas infelizmente os portugueses não se apercebem de que o mercado europeu ainda não tem regras totalmente definidas sobre a oposição de selos de origem nos produtos de consumo.
Em alguns casos é mesmo uma vergonha perante tantas regras que a União Europeia já emanou: ainda não se encerrou o dossier sobre a legislação definitiva para certificação e rotulagem de proveniência de um enorme conjunto de produtos. Também em Portugal se foge em cumprir muitas das determinações a este propósito. Estima-se que, em mais de 45% dos casos, podemos estar enganados quanto à proveniência dos produtos... Isto é, existem milhares deles produzidos em Portugal que saem do País e voltam ou tão simplesmente são comercializados sob a distribuidora com marca estrangeira ou marca própria. Vejamos alguns casos distintos:
· Em Portugal, na cadeia de supermercados LIDL, a carne fresca comercializada é totalmente nacional;
· Ainda nesta cadeia, a manteiga e os queijos sob a marca "Lactolus" são quase todos nacionais e de origem açoriana;
· Em contra partida, mais de 50% do vestuário vendido na portuguesíssima Lanidor é fabricado na China, naturalmente sob design e orientações da empresa.
Ainda mais delicado é o comércio do azeite: Insiste-se em não colocar selo de proveniência do produto. Pois claro, interessa sobretudo às empresas "Azeite Galo" e "Oliveira da Serra". No primeiro caso estamos perante um distribuidor de azeite que compra tudo o que vende: fá-lo em Portugal e fora. Muito deste azeite tem várias proveniências: Espanha, Turquia e algum oriundo da Grécia.
No caso do Oliveira da Serra estamos perante uma empresa de capitais maioritariamente espanhóis que só, recentemente, vende azeite nacional. Nas garrafas da marca continua a colocar-se azeite espanhol.
Nesta matéria importa aprender que o melhor azeite do mundo é de sequeiro: neste capítulo, os líderes são os portugueses e os gregos e, esse é um azeite que não se pode vender, a 2, 3, 4 ou mesmo a 5 euros por cada 7,5 decilitros. É muito mais valioso!
Também alguns produtos industriais de marcas estrangeiras são fabricados em Portugal. Encontramos os sectores da embalagem, da cosmética, farmacêutica, dos instrumentos médicos, do calçado e têxteis das marcas de topo, e pré-preparados alimentares como a polpa de tomate, onde ocupamos o terceiro lugar do ranking mundial e, por isso, ‘enchemos’ as embalagens de quase todas as marcas de ketchup.
Estas acções de proteccionismo do que é nosso, mostram inequivocamente empenho dos portugueses mais preocupados com o futuro do desenvolvimento do País, com o desperdício promovido pelas importações e o seu desnível relativamente às exportações. Mas correm o risco de se encontrarem a promover campanhas meramente demagógicas.
Provavelmente também se desconhece que 30% dos acabamentos da roupa produzida pela espanhola Indutex - dona de 8 marcas, entre elas a Zara e o maior fabricante têxtil da Europa – são realizados em empresas nacionais, bem como 17,5% da produção global de alguns modelos.
Mas infelizmente os portugueses não se apercebem de que o mercado europeu ainda não tem regras totalmente definidas sobre a oposição de selos de origem nos produtos de consumo.
Em alguns casos é mesmo uma vergonha perante tantas regras que a União Europeia já emanou: ainda não se encerrou o dossier sobre a legislação definitiva para certificação e rotulagem de proveniência de um enorme conjunto de produtos. Também em Portugal se foge em cumprir muitas das determinações a este propósito. Estima-se que, em mais de 45% dos casos, podemos estar enganados quanto à proveniência dos produtos... Isto é, existem milhares deles produzidos em Portugal que saem do País e voltam ou tão simplesmente são comercializados sob a distribuidora com marca estrangeira ou marca própria. Vejamos alguns casos distintos:
· Em Portugal, na cadeia de supermercados LIDL, a carne fresca comercializada é totalmente nacional;
· Ainda nesta cadeia, a manteiga e os queijos sob a marca "Lactolus" são quase todos nacionais e de origem açoriana;
· Em contra partida, mais de 50% do vestuário vendido na portuguesíssima Lanidor é fabricado na China, naturalmente sob design e orientações da empresa.
Ainda mais delicado é o comércio do azeite: Insiste-se em não colocar selo de proveniência do produto. Pois claro, interessa sobretudo às empresas "Azeite Galo" e "Oliveira da Serra". No primeiro caso estamos perante um distribuidor de azeite que compra tudo o que vende: fá-lo em Portugal e fora. Muito deste azeite tem várias proveniências: Espanha, Turquia e algum oriundo da Grécia.
No caso do Oliveira da Serra estamos perante uma empresa de capitais maioritariamente espanhóis que só, recentemente, vende azeite nacional. Nas garrafas da marca continua a colocar-se azeite espanhol.
Nesta matéria importa aprender que o melhor azeite do mundo é de sequeiro: neste capítulo, os líderes são os portugueses e os gregos e, esse é um azeite que não se pode vender, a 2, 3, 4 ou mesmo a 5 euros por cada 7,5 decilitros. É muito mais valioso!
Também alguns produtos industriais de marcas estrangeiras são fabricados em Portugal. Encontramos os sectores da embalagem, da cosmética, farmacêutica, dos instrumentos médicos, do calçado e têxteis das marcas de topo, e pré-preparados alimentares como a polpa de tomate, onde ocupamos o terceiro lugar do ranking mundial e, por isso, ‘enchemos’ as embalagens de quase todas as marcas de ketchup.
Estas acções de proteccionismo do que é nosso, mostram inequivocamente empenho dos portugueses mais preocupados com o futuro do desenvolvimento do País, com o desperdício promovido pelas importações e o seu desnível relativamente às exportações. Mas correm o risco de se encontrarem a promover campanhas meramente demagógicas.
Provavelmente também se desconhece que 30% dos acabamentos da roupa produzida pela espanhola Indutex - dona de 8 marcas, entre elas a Zara e o maior fabricante têxtil da Europa – são realizados em empresas nacionais, bem como 17,5% da produção global de alguns modelos.
Uma sugestão: Lutemos pela criação de marcas portuguesas. Lutemos pelo nascimento de muitas 'BéBéCar', o mais excelente fabricante de cadeiras para transporte de recém-nascidos e crianças e mobiliário infantil. A BéBéCar é uma das empresas nacionais mais galardoadas e a autora do Rolls-Royce dos carrinhos de bébé, o mais premiado em todo o mundo.
José Maria Pignatelli
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