10.10.11

Salto duplo do CDS na Madeira de Jardim

Alberto João Jardim ganhou, mais uma vez, as eleições na Região Autónoma da Madeira e com maioria absoluta parlamentar. Não conseguiu ganhar com maioria absoluta do número de eleitores. Foi a sua vitória menos expressiva. Perdeu mais de 10% dos eleitores relativamente ao sufrágio anterior, talvez mesmo mais de 14% se entendermos à abstenção e ao número de eleitores entre os dois actos. O Partido Social-democrata ficou-se pelos 48,56% dos votos. O ‘buraco’ nas contas da região e, acima de tudo, o facto da omissão das verbas gastas sem estarem orçamentadas, castigaram Alberto João Jardim. Também foi condenado pelo seu discurso demasiado extremado e arrogante perante a Nação.
De qualquer modo, a fortíssima campanha contra o presidente da Madeira, mesmo censurado pelo actual governo da Nação, e as ameaças de sentar Alberto João no banco dos réus não chegaram para lhe retirar uma maioria parlamentar. Terá 25 deputados.
Ontem, na Madeira, só o CDS se pode regozijar: Cresceu mais de 12% contra todas as sondagens e passou de 4º para 2º partido mais votado. Os Democratas-cristãos passam a liderar a oposição na Região Autónoma, com 9 deputados. Nas últimas eleições, em 2007, apenas conseguiram 2 assentos na Assembleia Legislativa da Região: Obtiveram um crescimento de 350%. Muito mais do que apontavam as pesquisas, mais uma vez penalizadoras para os Populares.
Os socialistas tiveram uma pesada derrota: foram reduzidos a 6 deputados (11,5% dos votos) o que demonstra bem o sentimento que os portugueses continuam a ter pela governação de José Sócrates, dos maiores responsáveis pela actual situação que o País se encontra. Fica perceptível que António José Seguro não consegue desresponsabilizar a recente governação socialista que durou seis anos que consumiu mais de 87 mil milhões de euros e deixou o sector empresarial a pagar empréstimos acima dos 300 mil milhões.
Pior ainda, reduzido a nada, ficou o Bloco de Esquerda: perdeu o seu único deputado. Preocupante para aquele partido que já tinha sofrido importante desaire nas Legislativas de 5 de Junho último.
Em sinal contrário, o Partido Trabalhista Português, do controverso José Manuel Coelho, obteve 3 assentos, tornando-se a quarta força política no arquipélago.
Sem resultado ainda se encontram as queixas à Comissão Nacional de Eleições, por causa do transporte de eleitores às urnas por viaturas de vários organismos públicos ao que parece prática habitual em actos eleitorais e particularmente na Freguesia da Calheta.

José Maria Pignatelli

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