7.10.11

O Rei D. Dinis - Coluna de Opinião

“O REI D. DINIS possuía em Odivelas a Quinta de Vale de Flores, na qual havia um paço Real, tendo-se mantido de pé partes dele, até 1922/23.

Em cumprimento de uma promessa feita, quando foi atacado por um urso numa caçada no distrito de Beja, mandou construir nessa quinta, o Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo, para acolher freiras da Ordem de Cister.

Deu-lhe o nome do seu protector S. Dinis, primeiro Bispo de Paris, cuja festa se celebra no dia do aniversário do Rei. Acrescentou-lhe o nome de S. Bernardo em homenagem ao reformador a quem se deve a Ordem de Cister.

Dotou o mosteiro de grandes rendimentos e muitas propriedades, além de avultadas quantias em dinheiro, acrescentando-lhe 4 mil libras no testamento.

Aqui vinha e permanecia, com frequência, a Corte. No dia do seu aniversário – 9 de Outubro – havia um bodo aos pobres, oferecendo o Rei 2 bois para esse fim. As freiras conservaram esta tradição durante séculos. Quando mais tarde os comensais diminuíram, a comida confeccionada no mosteiro para o bodo, era enviada para as prisões de Lisboa.

Por determinação no seu testamento, aqui ficou sepultado, em túmulo colocado no centro da igreja.”

Esta é a forma como a Dr.ª Maria Máxima Vaz nos resume a ligação à nossa Terra do mais ilustre Odivelense que há memória e uma das mais importantes, se não a mais importante figura da História de Portugal.

Vem isto a propósito da comemoração, no próximo Domingo, dos 750 anos do nascimento do Rei D. Dinis e de por vezes, quando olhamos ao nosso redor, podermos ser levados a pensar que Odivelas é uma terra de geração espontânea, onde mergulhada num autêntico caos urbanístico emerge uma imensidão de betão.

Quando no exterior se fala de Odivelas, esta terra é imediatamente associada ao betão e quando se fala do passado é referenciada como uma zona saloia, de quintas, de águas e lavadeiras e quando em vez, fala-se das Meninas de Odivelas. Infelizmente, muito raramente é associado ao nome do mais ilustre Odivelense que há memória, o qual simultaneamente é uma das, ou mesmo a mais importante figura da História de Portugal, o Rei D. Dinis.

O espaço que disponho não dá para descrever, nem de forma resumida, a imensidão da sua obra e a enorme visão estratégica que possuía. Mas importa perceber que o facto de D. Dinis estar tão ligado a Odivelas e o seu Túmulo estar aqui, representa um enorme valor, é o nosso TESOURO.

Nesse sentido estão a ser organizadas uma série de iniciativas abertas a todos, as quais pretendem evidenciar a importância do seu reinado e o facto do seu Túmulo se encontrar em Odivelas. Destaco a conferência que se vai realizar esta noite (7/10 – às 21h.), no ISCE, onde Assunção Cristas, Dom Duarte Pio, Rosado Fernandes, Maria Máxima Vaz e Carlos Coelho vão falar D’El Rei D. Dinis, do reinado e do seu legado.

Acredito que todos temos muito a aprender com D. Dinis e se os nossos políticos se inspirarem no seu reinado poderemos com maior facilidade acalentar a esperança de um futuro melhor.

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